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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Música pras crianças no BR

Wilhelm BuschJuca e Chico, c. 1865


            Dos discos de música pras crianças no Brasil, assim modernos, o primeirão bem que pode ser a “Arca de Noé”: Juntando um time de craques pra cantar sobre os bichinhos que Noé reuniu em seu barco salvando-os da enchente bíblica de há 5000 anos: Vinicius de Moraes poetando (que faleceu poucos meses antes do lançamento do álbum, em 1980), Toquinho produzindo e tocando, Fernando Faro produzindo também, Rogério Duprat arranjando. Quanto às participações? Jesus, Maria e José (só faltou eles mesmo!): Chico Buarque e Milton Nascimento, MPB4, Alceu Valença, Bebel Gilberto, Frenéticas, Boca Livre, Moraes Moreira, Ney Mattogrosso, Walter Franco, Marina...

Boca LivreA Casa


            Das cantadoras & contadores de histórias, uma das precursoras a unir o pensamento mágico da arte com a pesquisa acadêmica foi a moça Bia Bedran:

Bia BedranPedalinho


            Dos musicais comerciais para a infância que proliferaram com a TV e sua indústria cultural nos anos 1980, saudaremos o Maluco Beleza, Raul Seixas, que não deixou barato e, em plena Rede Grobo, no especial “Plunct Plact Zuuum” (1983), cantou o anarquismo para os pimpolhos em “Carimbador Maluco”:

Raul SeixasCarimbador Maluco:


         Aberta a vereda da música infantil para adultos, outro maluco, desta vez, o catarinense, Carlos Careqa gravou o álbum “Palavrão Cantado” (2014):

Carlos CareqaRap do Peido:

Carlos CareqaMeleca:

         E como no sul do Sul do Brasil também temos crianças e compositores geniais, chegamos ao Claudio Levitan que, dentre outros trabalhos, como a “Opereta Pé de Pilão”, sobre poemas do Mário Quintana, gravou, mais recentemente, o “Porto Alegre das Crianças Perdidas”:


       Outro mestre sulino é o Gelson Oliveira que acertou em cheio com o tema do programa “Pandorga”, infantil que está no ar na TVE/RS desde 1988. O mais recente trabalho do Gelson, Prêmio Açorianos de Música em 2015, “O Ônibus do Sobe e Desce”, retomou essa canção trazendo outras tantas inéditas pra falar com os pimpolhos desse mundo velho medonho maluco:
        
Gelson Oliveira  Papagaio, pandorga:

      Vira e mexe, o CoV também apronta suas criancices:
CoV  O Esqueleto:



 CoV  Para quando Alice acordar:


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Todo dia é dia de Halloween na casa do Seu Vladimir

Drácula de Tod Browning, Béla Lugosi como o Príncipe das Trevas, 1931

Magia de Amor
(Raul Seixas e Paulo Coelho)
Mata Virgem, 1978

Me fascina tua morte mal morrida
E a tua luta pra ficar em tal estado
O teu beijo, tão fatal, nunca me assusta
Pois existe um fim pelo sangue derramado
Me fascinam teus olhos quando brilham
Pouco antes de escolher quem te seduz
E me fascinam os teus medos absurdos
A estaca, o alho, o fogo, o sol, a cruz
Me fascina a tua força, muito embora
Não consiga resistir à frágil aurora
E tua capa, de uma escuridão sem mácula

Me fascinam os teus dentes assustadores
E teus séculos de lendas e de horrores
E a nobreza do teu nome, Conde Drácula

*Leia sobre o casamento do Drácula com Don Juan na postagem do dia 15/03/2012http://cavalgandoovento.blogspot.com.br/2012/03/mulher-pre-historica-appaloosa-de.html

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Almeida Jr., O Violeiro, 1899
Tristezas do Jeca
           Nos anos 1940 o Brasil começou a deixar de ser o país do café – apesar de ainda o ser até hoje (?!?). É que a crise de 1929 e a II Guerra Mundial (1939-1945) fizeram com que o presidente Getúlio Vargas (1882-1954) começasse um processo chamado de Industrialização por Substituição de Importações, que se resumia em produzir aqui um pouco dos produtos que comprávamos fora, no mesmo momento em que os países industrializados europeus paravam de tomar nosso café devido à guerra e outros entreveros.
Uma primeira e importante leva de trabalhadores rurais saiu dos sertões brasileiros então e foi ganhar a vida nos centros urbanos – em especial em São Paulo e arredores. João Salvador Pérez e José Pérez, ou melhor, Tonico e Tinoco, foram um desses caipiras que debandaram. O sonho deles? Bem atual: virarem cantores sertanejos. E viraram. A “Dupla Coração do Brasil” foi a caçula dessas duplas que levaram as modas de viola sertanejas para o rádio nos anos 1940 e 1950 – entre eles havia também João Pacífico, Alvarenga e Ranchinho, Pena Branca e Xavantinho, Cacique e Pajé, Tião Carreiro e Pardinho, Cascatinha e Inhana e o padrinho de todos eles, ou quase, o Capitão Furtado, que batizou Tonico de Tonico e Tinoco de Tinoco.
Em 1945 gravaram o primeiro disco; e em 1947, regravaram uma toada caipira de Angelino de Oliveira (1888-1964) dos anos 1920 – “Tristezas do Jeca”. Tocando em circos, quermesses e programas de rádio, Tonico e Tinoco venderam mais de 50 milhões de discos até o fim da dupla em 1994, quando Tonico faleceu. Foi também em 1947 que estrearam na Rádio Nacional o programa “Na beira da tuia que durou até os anos 1970 quando o rock, encabeçado pelo pessoal da Jovem Guarda, começou a ganhar a preferência dos produtores e ouvintes. Não à toa as duplas “sertanejas” que vieram depois, rapidinho, acrescentaram guitarras elétricas às suas modas, catiras e rancheiras, ficando cada vez mais pop-rock.
De acordo com a escritora Rosa Nepomuceno, em seu “Música Caipira: da roça ao rodeio” (1999), foi em 1930 que Tonico e Tinoco começaram a tocar mundo afora, cantando modinhas assim:
            A muié pra se casá
       É preciso escoiê
       Livrá dos armofadinha
       Que anda no ginguelê.
     Seriam, hoje em dia, “armofadinhas que andam no ginguelê” os “asteróides da paixão”, os “ai, ai, ui, uis da pegação”, assim como “tchu-tchás” e seus correlatos? (Albani da Silva, 08.05.2012)

Tonico e TinocoTristezas do Jeca (1973):

Tonico e TinocoO rei do gado (1973)

Sabiás do sertão
Mas a minha dupla caipira predileta é Cascatinha e Inhana, aquele que matava aula pra tomar banho de cascata; e a Sinhá Ana, aquela que abreviando vira Inhana! Não tem jeito:

Cascatinha e InhanaO meu primeiro amor (1973):

Cascatinha e Inhana Índia (1973)

TOADA CAIPIRA INTERGALÁCTICA
Em 1969, foi a vez dos Mutantes gravarem a sua toada caipira (intergaláctica), escrita por Tom Zé (1936).

Mutantes2001 (Tom Zé, 1969)
E por falar em Tom Zé o rapaz decidiu opinar em nossa enquete sobre amor e sinceridade:
Tom ZéO amor é um rock (2007): 
O poder da ficção
Poderia falar de um reality show / De Guerra nas Estrelas / Das novelas da TV / Da Publicidade e Propaganda / Do mercado financeiro / História de pescador / Mas falo mesmo da última notícia / Um furo jornalístico / Para / Demonstrar / O que é / O poder / Da / Ficção / Cansada das arengas / Entre a bancada evangélica / De um lado / E os ateus / De outro / A presidenta Dilma mandou / O Banco Central / Obedeceu / Nosso Real / Agora já não / Mais / Louva / A Deus / Agora / É / Lula seja louvado / Nas notas de 2, 5, 10, 20, 50, 100 / Teve / Deputado / Que se indignou / Não / Não foi o / Tiririca / Não. (Albani da Silva, 08.05.2012)
*Para mais informações sobre as novas notas do Real veja e se indigne também aqui e ali: 

Ali Babá e os 40 ladrões
Não estranha / Que / Esse / Mesmo / Congresso / Que / Boicotou o III Plano Nacional de Direitos Humanos / Em 2010 / Encabeçado pelas bancadas reacionárias / de plantão / Ou seja / Ruralistas, “evangélicos”, colaboradores da grande mídia etc / Também / Derrubou / Em 2011 / O kit escolar Anti-Homofobia / E sabotam também / Há tempos / O marco regulatório / da radiodifusão / Assim como a Lei Complementar / que criminaliza / a / Homofobia (PL 122) / Não espanta / Igualmente / Que esse mesmo / Congresso Nacional / Em que Deputado / Se Indigna / Com as “novas” cédulas de Real / Seja / O Congresso que votou / Com ampla maioria / o Novo Código Florestal / O Código que manda pro espaço / As reservas legais e áreas de preservação permanente / A responsabilidade / Por parte dos fazendeiros / Com as matas nativas / E / Em nome do Agronegócio / Sua soja seus dólares e que tais / Permite o / corte / da mata ciliar / do topo de morros / entre outros / itens / É / Esse mesmo / Congresso / Eleito / Por / Nós / E nosso CALDO DE CULTURA FASCISTA / que / Por ora / Elabora / O Novo Código Penal / Brasileiro / Conforme / Lembra / O Profeta Miquéias / E a profetisa Carina / Já ameaçando / Descriminalizar / Quem tortura / Animais / E quem devasta / O meio ambiente / Lembremos da indústria automobilística, dos pesticidas agrícolas e outros senões / Não estranha / Mas revolta / E entristece / Se o Novo Código Penal / Vir a ter a cara / do Datena / do Mota / do Ratynho / do Capitão Nascimento / Pobre de nós – apenas ladrões de galinhas...
*Nota do MST sobre o “Novo Código Florestal”Em defesa da preservação ambiental
*Nota do movimento “Crueldade Nunca Mais” sobre o “Novo Código Penal”, atualmente em discussão no Senado, e as possíveis mudanças quanto aos maus-tratos a animais e o encampamento da Lei de Crimes Ambientais pelo Código: Crueldade Nunca Mais

Raul SeixasAbre-te, sésamo (1980)
Dia das Mães
Já faz tempo, lá por 2001, Christopher Hitchens (1949-2011) foi convidado pelo Vaticano para fazer o papel de “advogado do Diabo” no processo de canonização da Madre Teresa de Calcutá (1910-1997). Entre muitos outros argumentos apresentados por Hitchens em resposta às perguntas dos padres, um desses argumentos, bem interessante, contrário à canonização da missionária albanesa que fez fama na Índia: “Ela (Madre Teresa) se opunha ferrenhamente à única política que já conseguiu reduzir a pobreza em qualquer país – ou seja, o fortalecimento das mulheres e seu controle sobre a própria fertilidade”. Caminhavam os dois, Hitchens, o repórter, e a Madre, pelas ruas de Calcutá quando a freira expôs seus pensamentos ao jornalista inglês, conforme publicado no artigo “O diabo e madre Teresa” do livro “Amor, Pobreza e Guerra(2004). Em 2003, Madre Teresa foi beatificada, estágio anterior à canonização. (Albani da Silva, 09.05.2012)

Simpatizantes do ganham asas...
  A “autêntica” juventude
            Você já parou para pensar em como nós, jovens, mudamos de um ano para o outro? E depois de se passarem 3 anos? É impossível não notar! Tudo é “ultrapassado” para nós, estamos sempre inovando ou querendo inovar. Mas será que isso quer dizer que somos autênticos?
                A juventude de hoje está muito ligada à indústria cultural. Nós, jovens, somos altamente influenciados por ela, e ao seguirmos seu padrão, achamos que somos os “maiorais”, que somos “autênticos”. Mas autêntico, na minha opinião, é aquele jovem que age, decide e opina por si próprio, levando em conta o que pensa e o que está certo.
                Nós, jovens, somos o futuro, e, por isso, devemos nos conscientizar. Devemos deixar de lado a imagem que querem da gente (entenda-se, a mídia POP e a indústria da cultura) e nos mostrar do jeito que somos. E o mais importante é que devemos fazer a diferença.
                É muito difícil ser jovem atualmente, e isso é compreensível. O mundo está cada vez mais violento, problemático e indiferente. E não podemos nos acostumar com isso, não é o certo, mas, infelizmente, é o que acontece. E a juventude é o maior fator possível que pode mudar essa realidade ruim, mas acomodadora.
                 Abra os olhos e viva essa sua juventude. Seja autêntico, aja e transforme. Não se acostume com MIGALHAS. Não se deixe influenciar, pois quando se tornar adulto e um verdadeiro “ultrapassado”, vai sentir falta do “poder” que um dia já teve. (Angélica Andrade Reis – Estudante de 8ª série da EMEF Alberto Pasqualini Gravataí/RS, 08.05.2012)

CAVALGUEM o VENTO, CAVALGUEM o VENTO – Não há nada mais rebelde do que ele
Leitores e simpatizantes,
façam como a estudante Angélica Reis e enviem seus escritos, poemas, contos, crônicas, sugestões de assuntos, vídeos e músicas para o CoV – dentro do possível, estaremos publicando-os. Construir um Círculo de Leitores é construir um Círculo de Escritores.
Escrever e ler para que mesmo? Nas palavras de Zygmunt Bauman (1925), em seu “Comunidade: a busca por segurança no mundo atual(1998): “E no entanto — como colocou Cornelius Castoriadis — o problema da condição contemporânea de nossa civilização moderna é que ela parou de questionar-se. Não formular certas questões é extremamente perigoso, mais do que deixar de responder às questões que já figuram na agenda oficial; ao passo que responder o tipo errado de questões com freqüência ajuda a desviar os olhos das questões realmente importantes. O preço do silêncio é pago na dura moeda corrente do sofrimento humano. Fazer as perguntas certas constitui, afinal, toda a diferença entre sina e destino, entre andar à deriva e viajar. Questionar as premissas supostamente inquestionáveis do nosso modo de vida é provavelmente o serviço mais urgente que devemos prestar aos nossos companheiros humanos e a nós mesmos. (Albani da Silva, 10.05.2012)