Mostrando postagens com marcador MPV - Música Popular do Vento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador MPV - Música Popular do Vento. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Diga Cá: Cheirinho do Livro X dos "Contos Pra Cantar"



DIGA CÁ
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)
* Livro X dos "Contos Pra Cantar" – 
Escutar músicas em outras línguas que não o inglês (p. 51)

Me diga cá, senhora LAVADEIRA,
o que faz a diferença neste Brasil?
Será o presidente? Será a empresa? Será a igreja? Será a terreira?

Me diga cá, senhora FAXINEIRA,
o que faz a diferença neste Brasil?
Será a escola? Será a televisão? Será a universidade? Ou toda gente trabalhadeira?

Me diga cá, mocinha ESTUDANTE,
o que faz a diferença neste Brasil?
Será o exército? Será o índio? Será o negro? Será o mestiço?

Me diga cá, querida JORNALISTA,
o que faz a diferença neste Brasil?
Será a natureza? Será a mulher? Será o Silviossantos? Será a Grobo?

Me diga cá, querida JOGADORA,
o que faz a diferença neste Brasil?
Será o dinheiro? Será a fé? Será a ciência? Ou a influência? 
A Independência? A Inconfidência? A paciência?
(Haja paciência, meu irmão!)



quarta-feira, 19 de abril de 2017

MPV - Música Popular do Vento


DESPETALADA ROSA
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

Eu vi a rainha da bateria da escola de samba
E vi o cigano bailando e tocando tambor
Eu vi a criança que fazia castelos na areia
E a alegria estampada no rosto do menino que
salvava o seu chinelo do mar

Eu vi um pescador que pescava seus próprios pensamentos
E vi dois amantes idosos lentamente a caminhar
Eu vi o burguês que exibia seus inúteis talentos
E vi o vira-lata sarnento deixando
seus rastros na areia

Eu vi a despetalada rosa oferecida à Iemanjá
E vi a garrafa vazia de cerveja jogada na praia
Eu vi conchas brancas que suplicavam teu nome
E vi senhoras discursando sobre homens
na mesa do bar

Alcancei acalantos e cigarros ao pobre servo
E vi tristes traves vazias da goleira onde costumávamos brincar
Senti a tua doce presença na brisa que tocou em meus lábios
E me disse que esse mês de janeiro só restava agora
em nossos corações

* Livro II – Saudade duma coisa saudosa, “Contos Pra Cantar”, p. 13.