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sexta-feira, 19 de julho de 2019

A GURIA DA LIVRARIA



Era uma vez, no inverno de 2005. Eu entrei numa livraria em Gravataí/RS. A vendedora de livros era tão linda que, rapaz, me esqueci completamente do livro que eu precisava ler. Mas como eu não conhecia a língua dela, daí a menina não me deu nenhum desconto.
Voltei pra casa sem livro, sem guria, mas com esta música na cabeça... A GURIA DA LIVRARIA (c. a. albani da silva – o inventor do vento)
Mesmo que seja Sexta-Feira Santa Chegando logo a folia do Carnaval No calor da tarde, no frio da noite, em qualquer dia O que vale mesmo é a guria da livraria Alguém anote o telefone, endereço Da Marilyn Monroe de cabelos negros Lendo História, Poesia ou Economia Eu leio mesmo é a guria da livraria Ainda que fosse uma Tragédia grega Ou uma daquelas histórias de terror Autoajuda, Best-Seller, Fantasia Não tenha medo, guria da livraria Don Juan está na sala de operações E o Conde Drácula aparou o seu bigode Façam plástica, malhação, terapia Só deixem em paz a guria da livraria Onde estão todas as cópias para a faculdade? E aquela pasta com os arquivos digitais? Bebendo rum, talvez licor, com os piratas Mas não demitam a guria da livraria Se a música não tocar no rádio Tampouco o filme no cinema passar Jogo estas letras todas num Romance Para que quem o venda seja a guria da livraria ----- A bateria foi gravada pelo Alemão O resto todo por mim. Vuuuush

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Milonga de como surgiu o Rio Grande


Milonga de como surgiu o Rio Grande
(Inspirada em livro de L. C. Barbosa Lessa por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva, Agosto de 2017)
*Arte por Florencio Molina Campos (1891 a 1959)

1. Filho de índia guarani com pai espanhol espadachim
2. Que preferiu ir colher prata em Potosí, nos Andes da Bolívia
3. Um português se condoeu do guri e resolveu tomar conta da terra
4. O outro pai logo voltou e foi assim que começou uma briga tremenda que durou de 1737 a 1801
5. Queria-se o ouro e a prata, encontrou-se a erva-mate, o aipim, o milho, o tabaco, o algodão, a boleadeira, o poncho, o pala e os sambaquis
6. Na pampa perfeita pro boi e pro cavalo
7. Vieram os padres jesuítas fundar Missões no rio Uruguay e lavrar a alma do índio na fé em Cristo
8. Desembarcaram os colonos açorianos das nove ilhas de Açores, lado norte do Atlântico
9. E eles viraram Coronéis da Farinha nos banhados do rio Gravataí, a antiga Aldeia dos Anjos
10. No porto de Rio Grande, nos Campos de Viamão, na Estrada Velha de Santo Antônio da Patrulha, na fortaleza do Rio Pardo são das vilas mais antigas da Província de São Pedro
11. Ou Continente: imensa solidão de terra tape entre a Laguna dos Patos e o corredor central que vai de Santa Maria da Boca do Monte à Grande Porto Alegre
12. Na fronteira vejo os contrabandistas argentinos e uruguaios; sopra o vento Nordeste na areia das praias do Chuy às Torres, come-se os pinhões dos Campos de Cima da Serra, colhidos por tropeiros e pelos caingangues
13. Da África vieram os negros pra morrer trabalhando nas charqueadas e no frio do vento minuano
14. Negritude que inventou tambores de sopapo para cantar seus orixás e jogar capoeira
15. Italianos que subiram a Serra Geral com seus vinhos em 1875
16. Alemães e suas indústrias no fundo dos Vales em 1824
17. Ouça o clarim da guerra / dos corpos caindo no campo de batalha / ouça o clarim dos caudilhos e heróis se batendo / das ideias e dos interesses / eis que se fez a Farroupilha / guerra republicana contra o monárquico império do Brasil / de 1835 a 1845
18. Nasceu ali o mito do gaúcho idolatrado pelos CTG´s
19. Outras terríveis guerras civis aconteceram em meio século entre chimangos e maragatos; em 1923 de novo, outra vez, os lenços brancos e vermelhos se degolaram
20. Enquanto isso numa estância em São Borja crescia o mito Getúlio Vargas, o mais amado e odiado presidente do Brasil nos extremos que fizeram o século XX.

* Laboratório de Sons do Vento