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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Milonga de como surgiu o Rio Grande


Milonga de como surgiu o Rio Grande
(Inspirada em livro de L. C. Barbosa Lessa por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva, Agosto de 2017)
*Arte por Florencio Molina Campos (1891 a 1959)

1. Filho de índia guarani com pai espanhol espadachim
2. Que preferiu ir colher prata em Potosí, nos Andes da Bolívia
3. Um português se condoeu do guri e resolveu tomar conta da terra
4. O outro pai logo voltou e foi assim que começou uma briga tremenda que durou de 1737 a 1801
5. Queria-se o ouro e a prata, encontrou-se a erva-mate, o aipim, o milho, o tabaco, o algodão, a boleadeira, o poncho, o pala e os sambaquis
6. Na pampa perfeita pro boi e pro cavalo
7. Vieram os padres jesuítas fundar Missões no rio Uruguay e lavrar a alma do índio na fé em Cristo
8. Desembarcaram os colonos açorianos das nove ilhas de Açores, lado norte do Atlântico
9. E eles viraram Coronéis da Farinha nos banhados do rio Gravataí, a antiga Aldeia dos Anjos
10. No porto de Rio Grande, nos Campos de Viamão, na Estrada Velha de Santo Antônio da Patrulha, na fortaleza do Rio Pardo são das vilas mais antigas da Província de São Pedro
11. Ou Continente: imensa solidão de terra tape entre a Laguna dos Patos e o corredor central que vai de Santa Maria da Boca do Monte à Grande Porto Alegre
12. Na fronteira vejo os contrabandistas argentinos e uruguaios; sopra o vento Nordeste na areia das praias do Chuy às Torres, come-se os pinhões dos Campos de Cima da Serra, colhidos por tropeiros e pelos caingangues
13. Da África vieram os negros pra morrer trabalhando nas charqueadas e no frio do vento minuano
14. Negritude que inventou tambores de sopapo para cantar seus orixás e jogar capoeira
15. Italianos que subiram a Serra Geral com seus vinhos em 1875
16. Alemães e suas indústrias no fundo dos Vales em 1824
17. Ouça o clarim da guerra / dos corpos caindo no campo de batalha / ouça o clarim dos caudilhos e heróis se batendo / das ideias e dos interesses / eis que se fez a Farroupilha / guerra republicana contra o monárquico império do Brasil / de 1835 a 1845
18. Nasceu ali o mito do gaúcho idolatrado pelos CTG´s
19. Outras terríveis guerras civis aconteceram em meio século entre chimangos e maragatos; em 1923 de novo, outra vez, os lenços brancos e vermelhos se degolaram
20. Enquanto isso numa estância em São Borja crescia o mito Getúlio Vargas, o mais amado e odiado presidente do Brasil nos extremos que fizeram o século XX.

* Laboratório de Sons do Vento

terça-feira, 7 de abril de 2015

Milonga para Rulfo e Onetti

Juliana Negreiros, A borboleta pousou em 2009


Cada vez mais pro inverno do que pro verão, os ventos do outono sopram e trazem consigo a “Milonga para Rulfo e Onetti”, 13ª música do CD do CoV, finalizado em 2013, e agora também disponível faixa a faixa no YouTube!


Acesse o canal Albani da Silva e ouça o Vento: https://www.youtube.com/user/AlbanidaSilva/videos 


Milonga para Rulfo e Onetti

Letra, música, violão, harmônica e voz: C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento
Violões e guitarras: Mick Oliveira, o Profeta do Vento
Bombo leguero, acordeão, baixo e teclados: Daniel “San”
Técnico de áudio: Luan Henrique
Produção: Cleiton Amorim
Gravada no Estúdio LACOS, Cachoeirinha/RS, entre julho de 2012 e agosto de 2013

O vento frio soprava lá fora
Na estrada gemiam os fantasmas
Ela saiu de Comala

O general mandava prender e matar
O doutor um jaleco branco puído usava
Ele esperando o trem chegar ao raiar do dia em Santa Maria

Pedro partia logo atrás, deixava o chão em chamas
Por que ela saiu de Comala?
Na garupa um vestido de xita dentro da mala

O circo chegava à cidade, trazendo Jacó e suas luvas de boxe
Indiferente ele esperando o trem chegar
Acendia outro cigarro pra lhe acompanhar

Deixemos o vento falar
Junto aos cadáveres Pedro seguia
No encalço da rústica camponesa que fugia pensando nos beijos do Dr. Díaz

El viento frio soplaba ahí fuera
En la ruta rechinaban los fantasmas
Ella salió de Comala

O general mandava prender e matar
O doutor um jaleco branco puído usava
Ele esperando o trem chegar...

A virgem grávida, o outro, os beijos
Deixemos o vento falar
Do campo santo em que gemiam os fantasmas
Suas memórias sobre as tardes e as noites em Comala



sexta-feira, 8 de junho de 2012

Edward Hopper, Autômato, 1927

Corpus Christi – O corpo de Cristo
Eis a festa católica que celebra / o ritual da Eucaristia = A hóstia e o vinho / Nos cultos e Missas / Para lembrar aos esquecidos, tontos e infiéis da crucificação de Cristo. / No ano de 1243 / Em Liège, na Bélgica / A freira Juliana de Cornion / Conversou / Pessoalmente / Com Cristo / E este salientou / A importância que deveria ter / o ritual eucarístico / Assim em 1264 / O Papa Urbano IV / Consolidou a cerimônia / Entre toda a cristandade / Inclusive com data comemorativa – onze dias após o Domingo de Pentecostes / Quem escreveu / a liturgia / da Missa / de Corpus / Christi / Usada até hoje / Foi o famoso filósofo Santo Tomás de Aquino (1225-1274) / É a Idade Média / Ainda no encalço / Do / Mundo / Moderno. (Albani da Silva, 06.06.2012)

Garantiram pra mim que foi Santo Tomás de Aquino quem disse:
O ato mais específico da fortaleza, mais do que atacar, é aguentar, isto é, manter-se imóvel em face do perigo”. 
(Santo Tomás de Aquino, 30/05/1265)


Frazey FordOne more cup of coffee (Bob Dylan): Imóvel em face do perigo’ manteve-se Bob Dylan ao compor esta canção em 1976. Nela há uma poética descrição da beleza fascinante e singular de uma moça. Consegue isso, o poeta, sem sentir amor ou gratidão. Talvez porque ela nunca aprendeu a ler e a escrever / Não há livros em sua estante. (Albani da Silva, 06.06.2012)

Jorge Ben JorAssim falou Santo Tomás de Aquino: Ele falou muitas coisas mais, esse Tomás, lá de Aquino, na Itália.   

Dia dos Namorados é Dia de São Valentim. Mas qual São Valentim?!?
Quase todos os povos celebram / o casamento / o amor / a fertilidade / Os romanos antigos / louvavam / anualmente / Juno ou Hera / Na data em questão / Sorteava-se raparigas aos rapazes (?!?) / Já a Igreja Católica inventou / a sua / festa do amor / em 496 / quando / o Papa / Gelásio I / Instituiu o dia / 14 de fevereiro / em homenagem a São Valentim / O problema / é que / já naquela época / haviam / canonizado / diversos / Valentins / Todos viventes do século III d.C. / Um desses santos Valentins / foi um padre / que decidiu continuar realizando / matrimônios / mesmo depois de o / Imperador / ter proibido / casamentos / devido à guerra / Acabou / Morto. Outro Valentim / padre / também / foi preso / por seguir / o Cristianismo / quando esta / era religião proibida / pelo Império Romano / Este Valentim, ainda que preso / Embestou / De se apaixonar / pela filha / do carcereiro / E acabou / sendo / executado / Não sem antes / escrever / dezenas / de cartas / de / amor / em que assinava “do teu Valentim” (from your Valentine). / No Brasil, o 12 de junho é mais celebrado pelas lojas, comerciantes e amantes – do que o 14.02 / Mas até a Igreja / Desistiu de saber / De qual Valentim santificado estamos falando / E / Em que dia / O dito cujo / morreu. (Cupido, 06.06.2012)

The Rolling StonesSaint of me: 50 anos de Stones em 2012 / Desculpa esfarrapada / para Cavalgar o Vento / Com eles / Novamente / É que / nunca / farão / deles / uns santos / Ainda que João Batista / O Mártir / Atice / o ódio / de Herodes / E este atenda / Aos desejos / de Salomé / Servindo / Numa bandeja / A cabeça / Mal-passada / de / João. (Albani da Silva, 06.06.2012).
Milonga e Blues no Dia dos Sãos Valentins
É que enquanto houver paixões fracassadas, simplificando, paixões, o blues e a milonga sobreviverão em nossos corações:

Bebeco GarciaMeu coração não suporta mais:

Vitor RamilQuerência:

Bebeco GarciaEu já sei:
As duas desgraças do amor por Juan Carlos Onetti
Risso disse que sim e naquela noite, mirando até de manhã a luz do lampião da rua no teto do quarto, compreendeu que a segunda desgraça, a vingança, era essencialmente menos grave do que a primeira, a traição, mas também muito menos suportável. Sentia seu longo corpo exposto como um nervo à dor do ar, sem amparo, sem poder inventar-se um alívio”. (J. C. Onetti em “O Inferno tão temido”, nalgum dia entre 1933 e 1993).

05/06 – Dia Mundial do Meio Ambiente
Em 2000, a Bolívia parou quando as nações originárias quéchua e aimará tomaram as ruas de Cochabamba reivindicando seu direito à preservação da água como um bem público. Existem coisas que não podem virar mercadoria! A Avó Grilo nos conta esta história assim:

Avó GriloO mito da dona da água:

Cenair MaicáBalaio, lança e taquara: Acabaram com a indiada / Mas ninguém vai conseguir / Tirar do mapa / Da Geografia do Brasil / O nome dos rios, dos lugares que os índios batizaram / E também / A alma do índio continua viva / Seus costumes / Nós, os gaúchos, temos muitas heranças / O Brasil todo / E eu vou cantar o índio esse / Que anda pelas estradas / Vendendo balaio / E ele que construiu os Sete Povos Missioneiros. (Cenair Maicá, 1947-1989)

* E domando o Minuano que chega, enveredamos rumo ao Tenessi, sempre em busca de outro Arraial tipo Canudos!!!! Até Breve!!!! (Cavaleiros do Vento, 07.06.2012)