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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Sou Negro (Solano Trindade)

 A Abolição da Escravidão (13/05/1888) foi profundamente prejudicada pela elite brasileira que, até o fim, sabotou e esvaziou a liberdade, prorrogando o escravismo. Porém é inegável que, depois de 3 séculos de trabalho escravo, e com tantas lutas dos quilombos e dos abolicionistas, a Abolição foi a primeira conquista, ainda que parcial, e ingrata ao povo negro, mas a primeira conquista, da classe trabalhadora no Brasil.

Então necessitamos seguir, neste século XXI, abolindo toda a herança do racismo, da desigualdade, da injustiça e do autoritarismo que vêm da escravidão.
E, por isso, Cavalgando o Vento canta um poema de SOLANO TRINDADE para celebrar a negritude.
Vuuush

sábado, 12 de maio de 2018

130 Anos Abolição: SOU NEGRO


Treze de Maio Faz 130 anos da Abolição da Escravidão No Brasil Já imaginou ser Uma mãe negra Em tempos de escravatura? ---------------------------- Seguimos trabalhando Para abolir O fantasma da escravidão... ---------------------------- Sou Negro (Poema de Solano Trindade / Música de C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento) A Dione Silva Sou Negro meus avós foram queimados pelo sol da África minh´alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs Contaram-me que meus avós vieram de Loanda como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor de engenho novo e fundaram o primeiro Maracatu. Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi Era valente como quê Na capoeira ou na faca escreveu não leu o pau comeu Não foi um pai João humilde e manso Mesmo vovó não foi de brincadeira Na guerra dos Malês ela se destacou Na minh´alma ficou o samba o batuque o bamboleio e o desejo de libertação... -------------------- Albani: Voz, música, violão Alemão: Percussão Antonio: Bansuri

sábado, 29 de agosto de 2015

Resenhas da Aline - Livro 02: Americanah



No meu último aniversário recebi de presente o Americanah das mãos de uma baita amiga que me disse: é um romance, a autora é nigeriana e feminista, acho que irás gostar.
Já tinha ouvido falar da Chimamanda Ngozi Adichie, mas ainda não tinha lido nada dela. Fiquei tomada pela curiosidade e ansiedade para iniciar a leitura então logo abandonei o que estava lendo na época e me deixei levar pela narrativa incrível desta mulher maravilhosa.
O livro conta a história de Ifemelu, uma garota nigeriana que devido às recorrentes greves na sua universidade, muda-se para os Estados Unidos para estudar.
A protagonista torna-se uma imigrante e essa trajetória dela é o grande fio condutor do romance.
A narrativa inicia-se com o retorno dela à Nigéria e no decorrer dos capítulos acompanhamos seu caminho entre os Estados Unidos e seu país de origem.
Ifemelu é uma mulher inteligente, sagaz, cativante e questionadora. E devido a este tipo de personalidade, a narrativa consegue abordar muitos problemas pertinentes à nossa sociedade. Exemplo disso é a questão racial: até sua chegada aos Estados Unidos Ifemelu não se enxergava como negra, mas logo se depara com a realidade da discriminação racial que não existia para ela até aquele momento.
 Para mim, um dos trechos mais emocionantes do livro se dá na descrição do processo que culmina com a eleição de Barack Obama como presidente norteamericano. É muito interessante ver através dela o sentimento de esperança que inundava muitas pessoas naquele contexto!
O livro nos traz reflexões importantes, mas de forma natural, mostrando o quanto essas questões estão presentes no nosso cotidiano.
Além da ponte entre os EUA e a Nigéria, posso dizer que foi muito bom ler uma narrativa que descreve um país do continente africano, na qual é possível identificar alguns de seus costumes, sua divisão étnica, além de imaginar suas cidades e aldeias.
É necessário que façamos o rompimento com aquela visão preconceituosa e limitadora que tivemos do continente africano na escola ou nas mídias na qual a África era representada de uma forma única, sem a diversidade cultural, étnica, social e política que tem.
Acredito que ler autores de diversas etnias africanas é um começo para esse processo que só irá nos enriquecer. E começar com este livro vai ser um prazer, te garanto!

Título: Americanah
Páginas: 516
Lançamento: 2014
Editora: Cia das Letras
Tradução: Julia Romeu
Resenha: Aline Sparremberger

De trilha sonora, vamos com poema de Solano Trindade, “Sou Negro”, musicado pelo Inventor do Vento em 2013. Em seguida, inevitável ao se tratar da Nigéria, a “água que não tem inimigos” de Fela Kuti e sua banda Afrika ’70.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A Guria da Livraria

Amedeo Modigliani, Nu reclinado, 1917

        
     A fotografia não é a arte do Vento. Você pode tentar capturá-lo com palavras e sons, mas não com fotos. As pessoas ouvem um “vuuuuuuuush” e dizem “o Minuano chegou”. Mas elas não podem ir lá fora e bater uma foto do Minuano!
        “A Guria da Livraria” é um desses instantâneos sonoros e poéticos do Vento: escrita originalmente em 2011 e gravada agora pro Ano Novo de 2015 no Laboratório de Sons do Vento.
        A canção é uma declaração de amor aos livros e às mulheres. Mulheres que leem livros. Escrevem livros. Vendem livros. Às mulheres.
           

A Guria da Livraria
C.A. Albani da Silva – o Inventor do Vento

Mesmo que seja Sexta-Feira Santa
Chegando logo a folia do Carnaval
No calor da tarde, no frio da noite, em qualquer dia
O que vale mesmo é a guria da livraria

Alguém anote o telefone, endereço
Da Marilyn Monroe de cabelos negros
Lendo História, Poesia ou Economia
Eu leio mesmo é a guria da livraria

Ainda que fosse uma Tragédia grega
Ou uma daquelas histórias de terror
Autoajuda, Best Seller, Fantasia
Não tenha medo, guria da livraria

Don Juan está na sala de operações
E o Conde Drácula aparou o seu bigode
Façam plástica, malhação, terapia
Só deixem em paz a guria da livraria

Onde estão todas as cópias para a faculdade?
E aquela pasta com os arquivos digitais?
Bebendo rum, talvez licor, com os piratas
Mas não demitam a guria da livraria

Se a música não tocar no rádio
Tampouco o filme no cinema passar
Jogo estas letras todas num Romance 
Para que quem o venda seja a guria da livraria



     O Ano Novo trouxe consigo também uma versão remasterizada, direto do Laboratório de Sons do Vento, de “Sou Negro”: poema original de Solano Trindade, pernambucano fundador da poética da negritude no Brasil, que foi musicado pelo Inventor do Vento na Consciência Negra de 2013, pra trabalhar o tema com seus alunos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Consciência Negra

Antônio Parreiras, Zumbi dos Palmares, 1927

Sou Negro
(Poema de Solano Trindade / Música de C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

A Dione Silva

Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh´alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor de engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.

Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou


Na minh´alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...  
Francisco Solano Trindade (1908-1974): Nascido no Recife-PE. Filho de sapateiro. Maior poeta negro que o Brasil já conheceu. Também ator, pintor. Morou no RJ e em SP. Idealizou o 1º Congresso Afro-Brasileiro e em 1945 ajudou a fundar o TEN (Teatro Experimental do Negro). Nunca deixou de realizar oficinas para operários, estudantes, desempregados. O poema “Tem gente com fome” do livro “Poemas de uma vida simples” (1944) foi censurado pela ditadura do Estado Novo: talvez Getúlio Vargas e os seus não levassem a sério esse negócio de vida simples nem nunca tenham passado fome... Nos anos 1950 fundou o TPB (Teatro Popular Brasileiro). E, em 1955, criou o grupo de dança Brasiliana. 
(Fonte: “Para entender o negro no Brasil de Hoje: História, Realidades, Problemas e Caminhos” de Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes, 2006). 


Ney MatogrossoTem gente com fone (1979): 


Bob DylanBlind Willie McTell (1993):