Mostrando postagens com marcador Bob Dylan. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Bob Dylan. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 24 de maio de 2021

Oitentanos de Bob Dylan - Lágrimas de Crocodilo

 

Oitentanos de um dos poetas mais influentes do século XX: BOB DYLAN!
Nobel de Literatura em 2016, no mesmo ano que lancei meu primeiro livro, reunindo justamente minhas letras de música (Contos Pra Cantar).
Aqui vai uma tradução do Inventor do Vento para "Lonesome Death of Hattie Carrol", canção da fase de protesto do Dylan, original de 1964, contra o racismo e contra os privilégios das classes dominantes diante a política e os tribunais.
Voz, violão e transcriação poética:
c. a. albani da silva, o inventor do vento
Flauta: Antonio Ramos
@cavalgando_o_vento
Cavalgando o Vento - CoV (Face)
10 anos Lab. de Sons do CoV

terça-feira, 23 de junho de 2020

Bob Dylan - The Lyrics 1961-2012


"Meu primeiro professor de poética aplicada. O cara que levou poesia para o centro da indústria cultural no século XX. De cantor de protesto a roqueiro concretista a cantor de mambembe e vaudeville a profeta gospel a cantor brega a trovador de um blues sujo retrô futurista a teólogo e erudito da Roma antiga a prêmio Nobel de Literatura".
Vuuush
C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento

sexta-feira, 8 de maio de 2020

FALSO PROFETA



FALSO PROFETA (BOB DYLAN): 
1.Outro dia que não acaba Outro navio partindo / Outro dia de raivade amargura e dúvida / Eu sei como isso aconteceu / Eu vi isso começar / Abri meu coração pro mundo e o mundo me engoliu / 2. Olá, Marilu / Olá Dona Pérola / Minha turma vem do submundo / Nenhuma estrela no céu brilha mais que vocês / As garotas são um negócio que eu faço também / 3. Sou inimigo de traições / Inimigo do conflito / Inimigo da não vida vivida sem sentido / Não sou um falso profeta / Apenas sei o que sei / Eu vou somente onde os solitários podem ir / 4. Sou o primeiro dentre os iguais / Ninguém me ganha / Última bolacha do pacote / Pode jogar uma pá nos outros / Enterrá-los pelados só com prata e ouro / A sete palmos do chão e depois rezar um pouquinho / 5. O que tu estás procurando / Não há nada pra se ver / Apenas uma brisa me envolvendo / Vamos passear no jardim / Tão comprido e largo / Podemos sentar na sombra ao lado do fonte / 6. Procurei no mundo todo / Pelo Santo Graal / Eu canto canções de amor / Canto também canções de traição / Não repare na minha bebida / Nem na minha comida / Escalei aquela montanha de espadas com os pés-descalços / 7. Tu não me conhece, queridinha / Nunca vai adivinhar / Não pareço nem um pouco com essa pinta de fantasma que tenho /Não sou um falso profeta / Só digo o que digo / Estou aqui para me vingar da cabeça de alguém / 8. Estenda sua mão / Não existe nada pra se agarrar / Abra bem a boca / Vou enchê-la com ouro / Oh pobre diabo, procure se quiser /A Cidade de Deus fica no alto daquela lomba / 9. Olá, estrangeiro / Um solene tchau / Você governou esta terra / Mas eu também / Você perdeu a sua mula / Seu cérebro está envenenado / Vou te acorrentar e algemar / 10. Sabe, queridinha / Esse tipo de vida que levo / Quando teu sorriso se encontra com o meu, quer dizer alguma coisa / Não sou um falso profeta / Não sou a noiva de ninguém / Não me lembro quando nasci / Já esqueci até de quando morri…


(Livre tradução por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva)

domingo, 30 de novembro de 2014

Relendo II: "Senhora de pouca fé, aconchega-te"

Albert Moore, Moça adormecida, c. 1875

Lay Lady Lay
(Bob Dylan, 1967)
Tradução livre: C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento

Senhora de pouca fé, aconchega-te, aconchega-te na minha grande cama de bronze
Senhora de pouca fé, aconchega-te, aconchega-te na minha grande cama de bronze

Tanto faz a cor do teu pensamento
Trago minha paleta e é ela está luminosa
Senhora de pouca fé, aconchega-te, aconchega-te na minha grande cama de bronze

Fique, Senhora, fique, fique com teu homem um pouco que seja
Até o amanhecer e me deixe vê-la fazendo-o sorrir
As roupas dele estão sujas, mas as mãos estão limpas
E você é o seu bem maior
Fique, Senhora, fique, fique com teu homem um pouco que seja

Por que esperar mais pelo Gênesis?
Se você pode cozinhar o bolo com suas próprias mãos e ainda por cima comê-lo
Por que esperar por mais um amor?
Quando ele se encontra de pé e na sua frente

Senhora de pouca fé, aconchega-te, aconchega-te na minha grande cama de bronze
Fique, Senhora, fique, temos a noite toda pela frente

Gostaria de vê-la na alvorada
Gostaria de servi-la à noite
Fique, Senhora, fique, temos a noite toda pela frente

*Gravação ao vivo no Sarau de Inverno, 15/08/2012, Gravataí/RS
Voz e violão: Albani
Voz: Aline Albani
Guitarra solo e vocais: Mick Oliveira

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Blind Barata & Formiga McTell apresentam

Nikolai Kasatkin, Pobres recolhendo carvão de uma mina exaurida, 1894


Blind Barata & Formiga McTell apresentam:
Vocês vão ter que me aturar

Eu tenho tanta coisa pra falar
Eu quero botar logo pra quebrar
Por isso, garota, tá na hora de zarpar

Eu tento falar o que passa na minha cabeça
Mas minha cabeça não deixa eu falar
Eu tento entender esse mundo medonho maluco
Mas eu não consigo mais pensar
Eu sento na cama e fito a janela
Eu olho você e veja uma panela

Eu tenho tanta coisa pra dizer
Eu tenho mil motivos pra viver
E como vaso ruim não quebra, beibe
Vocês vão ter que me aturar

Eu tento falar o que passa na minha cabeça
Mas minha cabeça não deixa eu falar
Eu tento entender esse mundo medonho maluco
Mas eu não consigo mais pensar
Eu sento na cama e fito a janela
Eu olho você e veja uma panela


(Esta canção foi gravada durante a construção da Estrada de Ferro Gravataí-Cachoeirinha, no Vale do Rio Gravataí, em 1917. Os operários, muitos deles ex-escravos, cantavam o refrão em suas marchas e piquetes contra a empresa norteamericana de ferrovias Smokin´ Railroad. Blind Barata desapareceu em 1929, afirmam alguns que fora envenenado por uma ex-mulher enciumada, outros, que, milagrosamente, voltou a enxergar com a ajuda de São Gonçalo e partiu para Portugal cantar fados para os marinheiros. Formiga McTell se converteu à Igreja Batista e até hoje compõe hinos a Jesus Cristo, particularmente parafraseando o Sermão da Montanha e a carta de Paulo aos romanos).

Bob Dylan Blind Willie McTell


Blind Willie McTell Blues Around Midnight: 





quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Consciência Negra

Antônio Parreiras, Zumbi dos Palmares, 1927

Sou Negro
(Poema de Solano Trindade / Música de C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

A Dione Silva

Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh´alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs

Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor de engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.

Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso

Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou


Na minh´alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...  
Francisco Solano Trindade (1908-1974): Nascido no Recife-PE. Filho de sapateiro. Maior poeta negro que o Brasil já conheceu. Também ator, pintor. Morou no RJ e em SP. Idealizou o 1º Congresso Afro-Brasileiro e em 1945 ajudou a fundar o TEN (Teatro Experimental do Negro). Nunca deixou de realizar oficinas para operários, estudantes, desempregados. O poema “Tem gente com fome” do livro “Poemas de uma vida simples” (1944) foi censurado pela ditadura do Estado Novo: talvez Getúlio Vargas e os seus não levassem a sério esse negócio de vida simples nem nunca tenham passado fome... Nos anos 1950 fundou o TPB (Teatro Popular Brasileiro). E, em 1955, criou o grupo de dança Brasiliana. 
(Fonte: “Para entender o negro no Brasil de Hoje: História, Realidades, Problemas e Caminhos” de Kabengele Munanga e Nilma Lino Gomes, 2006). 


Ney MatogrossoTem gente com fone (1979): 


Bob DylanBlind Willie McTell (1993):  

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Princesa e o Coringa do Baralho

Ruane Rosa, Joker, 2012

Loucura
(Thomas Bernhard – 1931 a 1989)

Em Lend, foi suspenso um carteiro que, durante anos, em vez de entregar cartas que suspeitasse portadoras de notícias ruins, e naturalmente de anúncios fúnebres também, as levava para casa e queimava. O correio, por fim, mandou interná-lo no manicômio de Scherrnberg, por onde ele circula em uniforme de carteiro e entrega sem parar aos demais pacientes as cartas a eles endereçadas que a administração do manicômio joga numa caixa de correio afixada para essa finalidade num dos muros da instituição. Conta-se que, assim que foi internado no manicômio de Scherrnberg, o carteiro solicitou seu uniforme, para não ter de enlouquecer.
(Da coletânea de contos “O imitador de vozes” – 1978).


Bob DylanJokerman (1983)É só uma questão de tempo até a noite chegar em seu passo a passo.


Claudio LevitanNuvens e Enchente: Do “Livro das Crianças Perdidas” de 2013.


Mulher
(Caroline Borges dos Santos*)

Mulher
Flor divina
Perfume e delicadeza
De uma pétala de rosa

Há quem diga
Que é sexo frágil
Mas o que seria de um homem
Sem uma mulher?

Mulher
Forte e guerreira
Faz de tudo para defender seu bem mais precioso: o (a) filho (a)
que durante nove meses carregou na barriga

Mulher
Lábios vermelhos
Olhar marcante e sedutor
Perfume de parar o trânsito

Capaz de arrancar suspiros
Por onde passa
Linda, deslumbrante
Vale mais do que um diamante

       Carol Borges (1997) é estudante da EMEF Alberto Pasqualini, Gravataí/RS. Além de compor poemas integra o Núcleo de Cinema da escola, ajudando na cinegrafia e nos bastidores, com boas ideias mas, sobretudo, com seu sorriso suave, discreto e marcante.


A Princesa e o Coringa do Baralho
(Inventor do Vento)

A Princesa perguntou ao Coringa do Baralho, naquele Baralho só restava um Coringa, “o que você faz quando não está decidindo o jogo”? No que o Coringa respondeu, o do Baralho, não o do Batman, “sinto que a vida não passa de uma piada enquanto espero a minha vez”.


Bob DylanPretty Saro: Do volume 10 da Série Pirata: Outro Auto-Retrato (1969-1971).

ElomarO Pedido: Do disco “Das barrancas do Rio Gavião” de 1972.