J. Borges, A briga dos dragões, s/d
Tenho vários amigos espíritas e
umbandistas. Um deles, por coincidência, fã de Raul Seixas
(1945-1989). E foi numa terreira de umbanda que o meu amigo, de tão discreto
prefere não se identificar, recebeu o espírito de Raulzito: o Maluco Beleza, a
Mosca na Sopa, a Metamorfose Ambulante. Acompanhado da trombeta de um anjo
também autor de livros de cordel, Raul deixou o seguinte recado sobre os Protestos
de Junho:
Tá rebocado meu cumpadi
Como os donos do Brasil se assustaram
A água já bate na bunda
E as engrenagens quase pararam
Mas o Monstro Sist anda retado
Doido pra ir nos engolindo
E sempre que o protesto dorme de touca
Ele fatura em cima do inimigo
A arapuca segue armada
E não adianta dela tentar escapar
Como em todo buraco de rato
Com rato você tem que transar
Bulindo desse jeito com o planeta
O planeta como um cachorro todos o veem
Se ele já não guenta mais os gatunos
Caça eles sem nhenhenhém
Pena que hoje não se sabe
De que lado estão certas ideologias
Se na Direita ou na Esquerda
Como em meu tempo procedia
Mas vocês que são vivos pra cachorro
No que tão longe tão perto
Se não estiverem com Deus, meus filhos
De Karl Marx estarão mais certos
A política é coisa tão complicada
Que anda frágil como um computador
Se uma criança pedir voto
Com um só palito compra o eleitor
Tem povo que passa a História inteira
Travando a inútil luta com os galhos
Sem saber que é lá no tronco
Que se esconde o coringa do baralho
Quando encontrarem Ouro de Tolo
Uns imbecis se darão por satisfeitos
Mas eles só vão servir de pretexto
Pra outros não fazerem direito
Acredite que os Protestos têm tudo a ver
Com a linha evolutiva da História Popular
Brasileira
E fulano que discorda disso
É porque nunca saiu da cadeira
Nós já passamos por todo tipo de governo
Colônia, Império e Ditadura
Em 500 anos de história
Só agora que a Democracia perdura
Grã-Fino e Zé Ninguém
Sempre foram tudo homem
Mas pra aprender a luta de classes
Tem que transar com Deus e com lobisomem
PLAP – As aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor (2004):
Sigma 7 – Por mais que eu tente esquecer (2012): O Hard Rock do Vale do Gravataí!!!
Made in Brazil – Aquarela do Brasil (1987): Osvaldo Vecchione,
Cornelius e Cia revisitando Ary Barroso.
O Peso – Boca Loca (1975): Hard Rock em busca do tempo perdido.
Casa das Máquinas – Casa de Rock (1974): É o rock de casa da Casa.
Joelho de Porco – RJ City
(1978):
P.S.: Colaboração do cantor Marcos Delfino, vocalista da
banda Sigma
7, na trilha sonora Hard Rock!!!
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