1. MULHER DE WILLENDORF: Amuleto pré-histórico de 30 mil anos atrás, encontrado na Áustria. Símbolo de beleza da maternidade.
2. LISÍSTRATA: Heroína grega da peça A GREVE DO SEXO, escrita por Aristófanes e encenada em 411 a.C. Lis foi quem convenceu Cleonice de que as mulheres tinham que abandonar os maridos enquanto eles não acabassem com a guerra civil entre as cidades de Atenas e Esparta.
3. JOANA D´ARC: Foi queimada viva pela Igreja em 1431 por se vestir de homem e lutar pela França que estava em guerra, durante 100 anos, com a Inglaterra.
4. DANDARA: Líder do QUILOMBO DOS PALMARES, no Brasil Colônia. Ela preferiu o suicídio do que ter que voltar a ser escrava com a destruição do Quilombo em 1694.
5.
MARY WOLLSTONECRAFT: Escreveu sobre os DIREITOS DA MULHER em 1792, na
Inglaterra, pioneira do feminismo. A mulher não deve mais ser
obrigada a ser uma esposa perfeita, mas, sim, ser plenamente uma
pessoa independente.
O
recital Pimenta
Cor-de-Rosa apresenta algumas das personagens
femininas que compõem o livro “Contos
Pra Cantar do Inventor do Vento”.
No
dia de Lutas Delas (08/03), destacamos as
seguintes moças em 08 canções:
1)
VERÔNICA: O quixotismo de se chutar o balde e virar a mesa
da cultura machista que perdura pelas eras e lugares;
2)
LUGAR DE MULHER ONDE É? Um encontro histórico entre uma
camponesa analfabeta do século XVII e uma menininha de 09 anos que
lhe apresenta a modernidade no ano de 2013;
3)
É DE MARIA QUE FALO É PRA MARIA O MEU CANTO: A maternidade
é coisa sagrada, e exclusiva a apenas metade da humanidade. No
Brasil, muitos somos filhos de Maria, eu inclusive. Em 05 minutos, a
história da minha Mamica: da colônia para um Vale industrial. Para
sempre filho de Maria!
4)
ADAGA DE PRATA: As mitológicas do machismo x feminismo;
5)
ENTRE O GOLPE E A REVOLUÇÃO: Uma foto que virou música.
Tirada por uma estudante em meio à crise política brasileira de
2016? Pode ser!
6)
SIDNEA MAGOA: Vi Sidnea dançando lambada numa esquina de
Porto Alegre. E ela me contou que não anda nada satisfeita com as
coisas do espírito e da política no Brasil;
7)
HISTÓRIA QUE NÃO VIVI: Uma valsinha esquisita em plena
festa de 15 anos. Entre a dança e a contradança, pai e filha
dialogam sobre o despertar da sexualidade.
8)
A DANÇARINA JÉSSICA: Jéssica ia aos bailes de 1979 no seu
vestido calexico até a Mãe Lua lhe chamar para a noite (ou seria um
mágico de rua?) e ela virar a melhor meretriz de todas.
Oyá Iansã, que rege tempestades e relâmpagos com vento, fogo e paixões do rio
Níger
Seguimos
o ventoso sarau “Pimenta Cor de Rosa” em homenagem às mulheres no tempo. Nas
canções abaixo, a sensualidade das e o amor pelas mulheres. Primeiramente, na
releitura do ponto de terreira, “A Deusa dos Orixás”, imortalizado pela voz de Clara Nunes
e revisitado no acústico
maresia, Navegantes de 2014, pelo CoV, cantamos sobre um triângulo
amoroso: retire os nomes de santos e ponha Ana, Marcelo e Adriano e a história
será a mesma. Triângulos amorosos de verdade possuem a fórmula 2v + 1d = 2 x 0:
dois varões mais uma dama = um casal feliz vezes um solitário chupando dedo na falta de coisa melhor,
como manga, por exemplo. Segundamemente, a balada “Colar”, escrita pelo Inventor do
Vento, C. A.
Albani da Silva, em 2011, e terceira faixa do disco do CoV, lançado
em 2013: poesia lírica para a beleza barroca duma brejeira rapariga de verão.
(Ainda com o apoio do livro “Uma breve história do cristianismo”, 2011, de Geoffrey Blainey)
Historicamente
/ As religiões
monoteístas / Judaísmo, Cristianismo e Islamismo / Inovadoras / Ao
se estruturarem a partir de códigos morais / Teologicamente / Mais
importantes / Para elas / Do que os rituais / Têm culpado as mulheres
/ Pelos pecados
do mundo / A sensualidade e a beleza femininas / Seriam diabólicas /
Assim / Ao menos / Apresenta-se / A mulher / No Gênesis bíblico / Sendo Eva
/ Quem atrai Adão / Para o mau caminho / Do livre-arbítrio / Assim também / Eram
representadas / As
bruxas / Mulheres não totalmente submissas aos homens / Portanto / Demonizadas
/ E queimadas em fogueiras / Acesas pela Igreja Católica / Nos mil anos da
Idade Média europeia / Mas também / Nos tribunais da Inquisição / Moderna / Sobretudo
em Portugal e Espanha / Já nas correntes do / Fundamentalismo islâmico / As
moças têm de tapar / Até o dedão do pé.
Mas nem sempre foi assim / Na Antiguidade /
Mulheres influenciaram bastante os rumos do cristianismo / Então iniciante / Para
além de Maria
Madalena e da Virgem Maria:
Priscila – Líder cristã de Corinto, na Grécia,
professora de Apolo: um famoso estudioso judeu das Sagradas Escrituras que era rival
de Pedro, o apóstolo;
Lídia
– Rica comerciante de púrpura, na Macedônia: financiou várias congregações
cristãs pioneiras na região;
Porfírio – Opa! Este era homem, filósofo
pagão dos anos 300. Preocupado com a manutenção do machismo predominante na
sociedade agrária da Roma Antiga, acusava as mulheres de atrapalhar o
cristianismo. Ou seja, sinal de que elas eram protagonistas mesmo nos primeiros
dias da, atualmente, maior religião da humanidade.
P.S.:Sobre
o Dia Internacional das Mulheres, releia a postagem de 08/03/2012.
O Terno – 66(2012):A
síntese da angústia “Pós-Moderna” para quem cria cultura no século XXI:
DuSouto – Cretino(2012):O
leitor Ronnie Wood afirma “a pegada
mais próxima dos Rolling Stones que já ouvi nos últimos anos”!
A literatura e a Venezuela
Rómulo Gallegos (1884-1969): Professor, escritor, ministro e
presidente, Gallegos foi um dos fundadores da Acción
Democrática (AD)
um dos grandes partidos da Venezuela e, durante boa parte do século XX, o maior
partido social-democrata da América do Sul. Atualmente, ao lado da democracia-cristã (Copei),
representa a oposição eleitoral ao socialismo
bolivariano de Hugo Chávez. Vale lembrar que, após o Pacto do Ponto
Fixo, em 1969, que durou até 1998, os dois partidos se revezaram no
poder venezuelano. Entre outras coisas, privatizaram de vez o petróleo do rio
Orinoco, consolidando assim a dependência econômica do país, grande exportador
desse produto, sobretudo aos EUA. Por outro lado, nesse processo, a agricultura
e a pesca minguaram brutalmente e a maioria da população venezuelana ficou condenada
à importação de alimentos, até hoje, entrando assim num ciclo de empobrecimento
e miséria prolongado. Em 1929, Gallegos publicou o romance “Doña Bárbara”, que abordava criticamente a
ditadura militar de Juan Vicente Gómez
que governou a Venezuela de 1908 a 1935 de forma semelhante ao Ponto Fixo. Já
em “Canaima” (1935) o escritor abordou o
conflito cultural entre as ancestrais civilizações originárias e a brutal colonização
modernizadora da Europa imperial na América.
O general em seu labirinto (1989): Romance
histórico criado pelo Nobel de Literatura de 1982, o escritor colombiano Gabriel García Márquez (1927). Descreve
literariamente a vida do general Simón Bolívar
(1783-1830) – um dos mais ousados líderes da independência latino-americana.
Entusiasta das ideias Iluministas, Bolívar defendia a criação de uma única
pátria na América hispânica: a Grande Colômbia que, entre 1821 e 1830, uniu Venezuela,
Equador e Colômbia. Sua imagem foi resgatada nos anos 1990, pelo
coronel-paraquedista Hugo Chávez
Frías líder da rebelião militar de 1992 que propunha um novo socialismo para a América Latina no século XXI – o socialismo bolivariano, sendo que este
vinha em gestação desde o Caracazo
de 1989. O Caracazofoi a primeira grande rebelião popular, reprimida
militarmente pelo presidente de então, Carlos Andrés
Pérez, da AD,
contra a hegemonia neoliberal posterior à Guerra Fria.
Eloi Yagüe Jarque (1957): Autor nascido na Espanha, mas que vive
desde a infância em Caracas. Escreveu uma novela noirchamada“Quando ama deve
partir”, ou seja, uma história policial, que, no caso, também
adentra em temas políticos e que se passa no cenário histórico do Caracazo de 1989. Na novela, Castelmar, um repórter na casa dos 40
anos, poeta e militante da esquerda na juventude, sai da fossa pessoal ao
engajar-se nos levantes populares desde as favelas de Caracas, assim como,
apaixonando-se por uma jovem jornalista, também amada por seu chefe – W.C., triângulo amoroso este que termina
em morte.
Ana Teresa Torres (1945): Esta escritora, também psicóloga e
psicanalista, criou o conto “Onde está você,
Ana Klein?”, recolhido junto
à obra de Stéphane Chao “Antologia do Conto Pan-Americano”: lá está
escrito sobre Ana Klein, a psicóloga de família judia que, durante a II Guerra,
emigrou para Buenos Aires, mas durante o regime militar argentino, exilou-se na
Venezuela:
“Sentia
saudade de Caracas, mas não conseguia deixar de sentir ódio pela interrupção
que os milicos tinham produzido em sua vida. Qualquer um poderia compreender, até
a mulher das 7h20, se lhe explicasse no que consiste interromper a vida. Na
verdade, ela havia interrompido a sua de novo quando voltou para Buenos Aires,
mas esta é a característica das interrupções da vida. Uma vez interrompida,
sempre interrompida”.
Abidoral Jamacaru
– Ela me
disse(2008):E foi Ana Klein quem comentou, em uma de suas consultas, “a
mais bela canção de amor que já ouvi nos últimos anos”!