Canção
que me transbordou
Numa
caminhada pela Praia de Baunilha
Em
02/02 de 2011
Dia
de Iemanjá dos Navegantes
Caminhava
comigo minha Mamica
E
tudo começou com a
Rainha
da Bateria da Escola de Samba
Que
vinha pelo sentido contrário
Cruzou
nosso caminho de areia
Conduzida pelo vento Nordeste
Mamica
me olhou e pensamos a mesma coisa
“Uma
Rainha”
As demais cenas foi só abrir os olhos
Se aclarearam facinho com os óculos da poesia.
As demais cenas foi só abrir os olhos
Se aclarearam facinho com os óculos da poesia.
Alguém
me disse que essa música
Parece
descrever a praia no Inverno…
Talvez
o Inverno esteja em quem ouça ela
Em
mim permanece
A
saudade duma coisa saudosa
Nunca
mais poderei caminhar pela praia
Com
minha Mamica
A
não ser quando cantar esta canção.
[…]
O
arranjo para esta crônica poética
Ficou
entre o Barroco e o Oriental
Com
destaque para a viola caipira
Tocada
por Mick Oliveira como um sitar indiano
E
a tampura indiana que
Sampleamos
ao fundo
Gravada
no Estúdio LACOS
Entre
o 2012 e o 2013, em Caxuxa.
-------
DESPETALADA
ROSA
c.
a. albani da silva, o inventor do vento
Eu
vi a rainha da bateria da escola de samba
E
vi o cigano bailando e tocando tambor
Eu
vi a criança que fazia castelos na areia
E
a alegria estampada no rosto do menino que salvava o
seu
chinelo do mar
Eu
vi um pescador que pescava seus próprios pensamentos
E
vi dois amantes idosos lentamente a caminhar
Eu
vi o burguês que exibia seus inúteis talentos
E
vi o vira-lata sarnento deixando seus rastros na areia
Eu
vi a despetalada rosa oferecida à Iemanjá
E
vi a garrafa vazia de cerveja jogada na praia
Eu
vi conchas brancas que suplicavam teu nome
E
vi senhoras discursando sobre homens na mesa do bar
Alcancei
acalantos e cigarros ao pobre servo
E
vi tristes traves vazias da goleira onde costumávamos brincar
Senti
a tua doce presença na brisa que tocou em meus lábios
E
me disse que esse mês de janeiro só
restava agora em nossos corações
(Do
capítulo II – Saudade duma coisa saudosa, pp. 13 e 14)
Nenhum comentário:
Postar um comentário