quarta-feira, 29 de abril de 2020

Contribuição para o canal DESCONSTRUÇÃO HISTÓRICA


A querida Profa. Angela Xavier me convidou para gravar um vídeo, falando da minha caminhada profissional e trazendo algumas curiosidades históricas para o seu canal no YouTube.
Então te inscreve no canal da guria: "Desconstrução Histórica" e confere aí minha prosa sobre os 100 anos da escritora Clarice Lispector e do cineasta Federico Fellini.
Bons ventosss ao conhecimento histórico, à leitura e à pesquisa, nesses tempos em que não ter memória e arrotar ignorância parece ser coisa bonita, mas não é!
Vuuush

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Otelo de Shakespeare


O Dia Mundial do Livro e do Autor surgiu inspirado na data em que faleceu, em 23/04 de 1616, um dos autores modernos mais lidos da História!
Shakespeare, mestre maior do teatro, na Inglaterra.
Há dois anos tive a pachorra de musicar versos da peça OTHELLO de Shakespeare.
São frases proferidas pelo cruel Iago, personagem manipulador e traiçoeiro, para falar pouco, pivô da desgraça dos protagonistas da peça.
São frases lindas, de pura sabedoria, todas usadas com muita maldade para ferrar com a vida alheia...
Vuuush

segunda-feira, 6 de abril de 2020

A China no pensamento de CONFÚCIO


Jujuba entrevista o sábio chinês CONFÚCIO (551 a 479 a.C.) e ele fala sobre a China de ontem e de hoje e sobre o Ocidente. Texto por Inventor do Vento: C. A. Albani da Silva. cavalgandoovento.blogspot.com.br @cavalgando_o_vento Vuuush

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Qual a maior mentira de Lóki?


Uma oração aos deus Lóki, em honra e glória ao Dia da Mentira! Mais um podcast poético do Inventor do Vento! Vuuuush cavalgandoovento.blogspot.com.br @cavalgando_o_vento

segunda-feira, 30 de março de 2020

A UTOPIA DE TOMÁS MORUS



Você conhece o país da UTOPIA, que já foi considerado o Paraíso na Terra? Não? Então em 5 minutos de podcast o Inventor do Vento vai passear contigo por lá, no livro mais famoso do escritor TOMÁS MORUS (1478-1535). Vuuush *Texto, narração e edição por C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento, no Lab de Sons do Vento, 2020. @cavalgando_o_vento cavalgandoovento.blogspot.com.br

sexta-feira, 27 de março de 2020

GALINHA com POLENTA com CLARICE


Num almoço de 100 anos, ofereci galinha com polenta para CLARICE LISPECTOR (1920-1977). Ela me pegou pela mão e me levou para dentro da consciência da galinha e depois me respondeu a velha pergunta: quem veio primeiro?

P.S.: Vamos enfrentando a pereba global, ficando em casa, e espalhando literatura para combater outro vírus medonho: o fascismo dos governos de extrema-direita e de parcela do empresariado que não aceita reduzir os seus lucros, ameaçando o povo com desemprego e tripudiando os idosos.
P.S. II: Esse mesmo pessoal, na última crise capitalista global, em 2008, despejou 15 trilhões de dólares (!) para socorrer os... BANCOS.
Vuuush cavalgandoovento.blogspot.com.br @cavalgando_o_vento

quarta-feira, 25 de março de 2020

Ibsen e o Inimigo do Povo



Acho que desde o século XIX o capital não vivia a ameaça de uma greve global de trabalhadores, no caso, por motivos sanitários, não por iniciativa do movimento operário ou sindical... E a reação do capital é rápida e rasteira em vários lugares, evidentemente, no Brasil: não ceder ou ceder tiquinho do orçamento público aos assalariados; inclusive chegar ao ponto de aberração de se defender o fim da quarentena, porque "só velhinhos podem morrer" e a economia, ou seja, os lucros, não podem baixar. O novo vírus é uma doença infeliz, mas em poucos dias de alarme, eu vi muita gente simpatizando com ideias trabalhistas que até então pareciam obscuras, como taxar o lucro e as grandes fortunas financeiras para custear fábricas e salários durante a pandemia.
Acredito profundamente na POESIA como um filtro para podermos suportar essas situações complicadas e mais, a POESIA é inspiração para agirmos criativamente diante do caos. Por isso o poema de hoje é sobre uma infecção inesperada e mortal que também podia atingir o bolso da iniciativa privada, de um governo tomado por ela, e que resolvendo passar por cima da saúde, essa mesma burguesia tomou como inimigo o médico que descobriu a crise sanitária na cidade. É uma das peças de teatro mais interessantes do HENRIK IBSEN (1828-1906) que eu tentei interpretar oralmente em 5 minutos: O INIMIGO DO POVO de 1882.
Vuuush

terça-feira, 24 de março de 2020

O CORCUNDA DE VITOR HUGO ou A CATEDRAL DE PARIS




Quer conhecer um pouquinho de um dos livros mais famosos, por isso mesmo, um dos menos lidos, do poeta romântico VITOR HUGO (1802-1885)? Então ouça mais um pod POEMA cast do Inventor do Vento e embarque nessa prosa com o Corcunda Quasímodo falando sobre a Catedral de Paris, a cigana Esmeralda e outros assuntos medievais. Vuuush *Texto e narração por Inventor do Vento: C. A. Albani da Silva.

segunda-feira, 23 de março de 2020

O ENCONTRO COM O CONDE LEÃO



Quer conhecer um pouquinho de um dos maiores escritores do mundo, o russo Leão TOLSTÓI (1828-1910)? Ouça então esse pod POEMA cast do Inventor do Vento! Vuuush


O ENCONTRO COM O CONDE LEÃO
*Dedicado ao meu amigo Tiago Oliveira

Foi durante aquela gripe danada
Três anteontens e o mundo parado
Me encontrei com o Conde Leão
Ele veio atrás de mim
Me convidou para lecionar
Na escola que havia fundado
Para os agricultores do seu feudo
Chamava Poliana, a Escola do Campo Limpo
Logo ali na Rússia, tão grande Rússia
Único lugar do mundo onde o conde cabia
Eu disse que ia pensar sobre o caso…
Para me convencer, afirmou o conde ser
O Cristo um tipo de anarquista
E que nenhuma igreja prestava
E que nenhum governo inspirava confiança
Mas eu soube depois que
O conde escreveu uma cartinha bajulando o imperador também…
Claro, não falei nada sobre isso
Perguntei sobre o funcionário Ivan, como ia?
O conde me disse “esse já morreu”
Perguntei sobre sua esposa então, Sofia Andreia
Tão prestativa para organizar os seus livros famosos
O conde começou a discursar contra o adultério
Citou o caso de uma conhecida sua chamada Ana
Ela traíra o marido
Mas ele falou de forma tão linda, tão intensa,
Tão apaixonadamente sobre Ana
Que me pareceu que invés de condenar
Ele estava elogiando o adultério
E a guerra, como vai”?
Ele havia servido, por anos, quando guri
Nas batalhas do Leste europeu
Entre as montanhas do Cáucaso e dos Cárpatos
Na península balcã
Matou gente, bebeu vodca, jogou dados
Fez muita sacanagem o conde nessa época
Mas agora, idoso, se arrependia de tanta grosseria
E a paz então como vai, velho conde”?
Ele disse que “o único caminho para a paz”
Era resumindo o Sermão da Montanha”
Em quatro princípios”:
Não queira mal a ninguém / Não traía a sua mulher / Não minta / Não resista à maldade usando da violência”
Deus existe e está dentro de cada homem”
Escondido ou escancarado”
Eu completei o seu nobre pensamento assim
O velho conde sorriu para mim orgulhoso
E afirmou:
Portanto a paz é uma questão de consciência moral”
E de iluminação pessoal, meu garoto”
Me enfureço com a pobreza dos trabalhadores”
E com o luxo dos ricos”
Mas não adianta nada fazer uma revolução ou a rebeldia”
A liberdade pode muito bem ser uma ilusão”
Velho conde, vou te dizer”:
Foi por isso que um escritor francês”
Seu fã”
Te chamou de 'conservador revolucionário'”
Numa biografia feita um ano depois que tu morreu”
O conde, ao ouvir isso, grunhiu
E me mostrou um punhado de cartas que
Ele havia trocado com Gandhi, aquele da Índia
Ele ainda trabalhava na África do Sul, nessa época”
Me corrigiu o conde
Falei “bonito, bacana, gosto desse cara”
Mas perguntei: “o que tu anda lendo além das cartinhas do Gandhi?”
Ele disse que tinha lido tudo que
Havia sido escrito no Ocidente
Desde a Grécia até a Roma
Até os Renascentistas europeus
Até os modernos do século XIX
Mas que ele achava tudo uma bosta!
Ele só gostava mesmo da Bíblia
Porque era a única coisa que o povo entendia
Eu lhe lembrei que o seu calhamaço sobre Napoleão
(Guerra e Paz)
Tinha agradado ao grande público também, lá em 1869
Ele disse que esse seu romance também era uma bosta!
Para encerrar lhe perguntei então
Por que você fugiu de casa para morrer?”
Em 1910, Conde Leão Tolstói”
Porque mesmo aos 82 anos de idade”
Tudo aqui dentro de mim, meu filho”
Era desconforto, queimava e doía”.

*Texto e narração por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva.

sábado, 21 de março de 2020

A PESTE

Resultado de imagem para a peste monólogo teatral
A PESTE
Link da peça no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=t0kS2ygnmXU

Monólogo teatral baseado no livro A PESTE, de 1947, de Albert Camus (1913-1960) com direção de Vera Holtz e Guilherme Leme Garcia com o ator Pedro Paulo Osório, filmada em 2018 no Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte, MG.

Neste monólogo, algumas pérolas ditas por, pelo menos, 7 personagens, se perdem um pouquinho, principalmente o Tarrou que é o autor dos diários durante a peste e o homem que, sem querer nada em troca, forma brigadas de voluntários para ajudar os doentes.

O monólogo assume a voz do narrador como sendo do médico Rieux, mas no livro, o narrador em terceira pessoa, onisciente, não é o médico.

Entretanto, o texto do monólogo é reprodução literal de vários trechos do livro, aliás, da mesma tradução da Editora Record, de 1993, de Valerie Rumjanek Chaves, que tenho aqui na Biblioteca de Vento.

SETE PERSONAGENS (por Inventor do Vento):

RIEUX: O protagonista médico que mesmo afastado da esposa, em tratamento de saúde fora da Argélia, por uma doença anterior e alheia à peste, dia e noite se bate pelos infectados e é um dos primeiros a identificar a invasão dos ratos em Orã que mata o porteiro, Michel, porteiro do seu prédio. Como médico chega ao ponto de não conseguir curar ninguém, apenas identifica e isola os pestilentos…

PANELOUX: O padre que afirma em sermão na catedral ser a peste uma punição aos cristãos, diferente da peste na Antiguidade, quando era punição aos pagãos. Por outro lado, merecida punição divina ao povo, a peste é também um tempo de recolhimento, para reflexões e para novos pensamentos de solidariedade e fraternidade entre pessoas diferentes que vivem o mesmo drama…

RAMBERT: O jornalista que lutou pela República na Espanha e foi à Argélia para conhecer a situação dos árabes na colônia francesa. Tentou fugir da cidade sitiada pela peste e lacrada em quarentena, pois desejava rever sua noiva em Paris. Ao não conseguir, vira um voluntário nas brigadas sanitárias que acodem os doentes e familiares deles na cidade de Orã...

GRAND: Veterano funcionário que presta serviço terceirizado para a Prefeitura de Orã, montando as tabelas e estatísticas sobre a epidemia, enquanto esboça seu livro que nunca sai da primeira frase, eternamente reescrita. Não consegue esquecer realmente do amor perdido por seus fracassos profissionais, ou por sua mediocridade…

TARROU: Escriba que deixou as mais completas crônicas dos dez meses da epidemia em seu caderno e fundou grupos voluntários para combater a peste quando faltavam médicos, remédios, verbas e tudo era racionado na cidade…

COTTARD: Capitalista que, por fraudes, tentou se matar, antes da peste, não conseguiu, virou traficante de produtos contrabandeados no mercado clandestino de Orã, a altos preços, durante a peste, lucrando, obviamente, muito. Não aderiu às brigadas voluntárias, aliás, se sentia faceiro depois da epidemia atormentar a todos. Não era só ele o atormentado e frustrado...

CASTEL: Médico veterano, que não embromou ao detectar a peste e quase morreu fatigado produzindo soro em seu laboratório na falta de estoques importados da França. Repensou ou reinventou o seu amor, bastante opaco, pela esposa, em meio à epidemia...

Vuuush

terça-feira, 10 de março de 2020

MULHERES na HISTÓRIA

MULHERES NA HISTÓRIA

Por Inventor do Vento
Vuuush

1. MULHER DE WILLENDORF: Amuleto pré-histórico de 30 mil anos atrás, encontrado na Áustria. Símbolo de beleza da maternidade.

2. LISÍSTRATA: Heroína grega da peça A GREVE DO SEXO, escrita por Aristófanes e encenada em 411 a.C. Lis foi quem convenceu Cleonice de que as mulheres tinham que abandonar os maridos enquanto eles não acabassem com a guerra civil entre as cidades de Atenas e Esparta.

3. JOANA D´ARC: Foi queimada viva pela Igreja em 1431 por se vestir de homem e lutar pela França que estava em guerra, durante 100 anos, com a Inglaterra.

4. DANDARA: Líder do QUILOMBO DOS PALMARES, no Brasil Colônia. Ela preferiu o suicídio do que ter que voltar a ser escrava com a destruição do Quilombo em 1694.

5. MARY WOLLSTONECRAFT: Escreveu sobre os DIREITOS DA MULHER em 1792, na Inglaterra, pioneira do feminismo. A mulher não deve mais ser obrigada a ser uma esposa perfeita, mas, sim, ser plenamente uma pessoa independente.






domingo, 2 de fevereiro de 2020

É o Mantra de Eros sobre o Amor das Cigarras


Essa existência para compor canções, histórias e poemas é algo esquisito demais: nosso inconsciente funciona de um jeito por vezes cômico, outras vezes lírico, muitas vezes demoníaco!
Há dois anos, espiando cachoeiras nas montanhas de São Francisco de Paula/RS com morena´mor ao meu lado e dois amigos especiais de supimpa juntos com a gente, depois do aniversário de outra amiga lindona, nos deparamos com uma arrevoada de cigarras e libélulas na cascata...
Mas com esse meu olhar ao mesmo tempo desatento e sacana, reparei que estava rolando era tremenda SURUBA entre os insetos.
Bicho, uma pegação danada, linda de se ver!
Me saiu, no dia seguinte, a canção-poema abaixo:
MANTRA DE EROS SOBRE O AMOR DAS CIGARRAS
Eros foi / ao motel / das libélulas
Porque lá / as fadas é / que são elas
Cupido foi / ao motel / das cigarras
Porque lá / as fadas é / que fazem sua farra
Onde a / cópula / não é pecado
E até / uns ficam / ficam molhados
Mas amor é / responsabilidade
Se transborda com / serenidade.
(04.02.2018)
*Independente do inseto que tu gostas...
Vuuush

As Aventuras do Corsário do Vento no Rio Rolante


Compartilho com o amigo virtual esta música novinha que bolei depois de viajar entre as cascatas de Riozinho e Rolante/RS na minha caravela de pedra.
"Quando o voo não é livre / Pensamento é que é / Se não der subir a montanha / Então é marcha a ré".
O baixo, a guitarra, as vozes, a letra e a música são do Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva, no seu Laboratório de Sons.
Vuuush

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

DESEJO INDECENTE


Assim eram as tardes de verão numa segunda-feira de 2002 em que Madame Satã refrescava o calorão ficando só de sutiã, enquanto desenvolvia estudos no campo da linguística aplicada e se confundia entre tantos amores na COHAB de Gravataó/RS.
Banda Madame Satã:
Carlos Casara, o Adriano: Voz, guitarra, letra e música
Mick Oliveira: Guitarra solo
Tiagão Oliveira: Baixo
Alemão Cristiano: Bateria
Fotografia de 2004, em Guaíba.
Áudio de 2002, em Gravataó/RS.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A VIAGEM DOS TRÊS REIS MAGOS (para conhecer o Menino Jesus)


A VIAGEM DOS TRÊS REIS MAGOS (para conhecer o Menino Jesus)
Se aprochegue o leitor que eu vou te contar uma historinha. É dessas histórias dentro da História do cristianismo. Aconteceu num dia 06 de janeiro, que por isso virou o dia da Festa dos Santos Reis. E é tudo verdade, podem perguntar para o cantor Tim Maia e para o seu bode, bateram lá em casa com seu terno de reis, alguns anos atrás, tocando pandeiro com fita, sanfona e viola caipira, acordando a todo mundo.
Mas o que é isso? É a lenda que deu origem ao hábito de trocar presentes no Natal, que, por sua vez, é o aniversário do Profeta Jesus, lembram? Um jovem judeu que fundou uma nova religião, a religião cristã, há 2000 anos atrás: se vou falando assim é que o óbvio também precisa ser dito, pois nem todo mundo que ouve sempre consegue escutar a tudo bem direitinho. Mas eu dizia do Jesus, que era lá do Oriente Médio, quando a Palestina inteira era uma colônia do Império Romano.
Conta a lenda, ou São Mateus também nos conta, como queiram, os três sábios, ou magos, o leitor fique bem à vontade, visitaram o Menino Jesus que havia recém-nascido do casal Maria e José, na cidadezinha de Belém. Os sábios saíram do Oriente, talvez da Pérsia ou da Babilônia, já falaram até que tinham saído da Índia e da Arábia também, seguindo os ensinamentos do Profeta Miqueias, um profeta do Antigo Testamento da Bíblia que é o livro sagrado do povo hebreu, mais conhecido por judeu e que foi livro escrito bem antes de Jesus. Não se incomode o leitor com minhas obviedades, repito, sempre há um menino de bigode fino, ou uma moça recatada, mas muito curiosa, necessitando de uma ou duas lições nessa tal de internet.
Mas por que aquela estrela lá no pinheirinho de Natal, hein, esse moço ou sua namoradinha poderiam me perguntar... Essa estrela brilhante foi quem guiou os três viajantes. Mas ela teria sido um cometa pra brilhar mais do que as outras estrelas do firmamento? Uma nova ou uma supernova que são estrelas que se explodem a si mesmas no espaço sideral e brilham muito forte no Céu por muito e muito tempo ainda?
Há muita controvérsia sobre essa lenda, afinal nada mais controverso do que dois cristãos falando da sua fé, porque nessas horas, cada um quer ser mais cristão, mas entre os cientistas do céu, que são os astrônomos, também existem polêmicas. Por exemplo, foi em 1606 que o alemão Johannes Kepler disse: “A estrela que guiou os três reis magos até o Menino Jesus foi um raro encontro da luz do planeta Júpiter e do planeta Saturno com a constelação de Peixes”!
Bueno, na falta de uma boa luneta, avanço no assunto pra não ficar aqui empacando o amigo com polêmicas astrais, relembro, pois, ao leitor e à leitora, que os reis magos se chamavam Belquior, Baltasar e Gaspar, eles mesmos eram astrônomos também. Levavam consigo presentes ao Menino Jesus. Levavam ouro, incenso e mirra – este último um perfume feito de uma planta africana. Acreditavam que esse menino seria o novo rei dos judeus, por isso essa estrela anunciava então um período sagrado para o antigo povo hebreu...
Quando chegaram na grande cidade da Palestina, a cidade de Jerusalém, e contaram essa história que São Mateus nos conta até hoje, o governador local, chamado Herodes, rapaz, o bicho ficou indignado, como assim um rei mais poderoso do que ele? Por isso, cruelmente, mandou matar as criancinhas da região da Judeia, onde moravam muitos judeus. A sorte do Menino Jesus é que seus pais resolveram fugir antes da carnificina, desterrados, para o Egito, rumo à África, no lombo de um burrico, dum jumento, segue a liberdade opinativa do camarada que deitou os olhos nesse textinho, evitando assim, com o sagrado apoio do jumento/burrico, a desgraça da sagrada família.
Por sinal, caros amigos, esse jumento ganhou uma cruz no pelo do lombo desde então, ou desde que conduziu Jesus de volta a Jerusalém, quando Ele já ia avançado nos 30 e tantos anos de idade, já palestrante quase famoso, pouco antes de morrer e ressuscitar no domingo de Páscoa. O que interessa é que o pobre animalzinho virou santo no Nordeste do Brasil e segue carregando fardos importantes até hoje, pelo menos, para o trabalhador rural que motocicleta ainda não comprou.
Por fim, vou pros encerramentos desse meu discurso natalino, que uma história muito comprida pode cansar o leitor virtual, afinal, lá na Bíblia tudo é bem curtinho também e assim relembro a todos novamente: foi por causa dessa viagem famosa dos três reis magos que hoje trocamos presentes no Natal.
E você, meu compadre? Qual a viagem mais importante que você já fez? Qual o presente mais importante que você já deu para alguém? E qual o presente mais importante que já recebeu na tua vida?
Vuuuush
(Texto de c. a. albani da silva, o inventor do vento)

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Lançamento do livro OS 140 FILHOS DE MÃE NANA


Lançamento do livro OS 140 FILHOS DE MÃE NANA
33ª Feira do Livro de Gravataí/RS, 23.11.2019

Mãe Nana agradece a todos que dedicaram uma horinha da sua tarde de sábado, lindo sábado, para conhecer seus 140 filhos.
Uma plateia carinhosa e atenta de professores, ex-alunos, artistas e amigos acompanharam a entrevista e adquiriram seu livro.
E atenção, que a promoção com o kit do Inventor do Vento (3 livros + CD) continua, pra você presentear os amigos neste fim de ano. Peça o seu direto com o autor!
E como diz o amigo, e editor, Borges Netto, qual vai ser o próximo livro, Albani?
Vendo tanta gente querida e reunida assim por causa da minha literatura, das músicas, poesias e ficções, já estou doido para publicar o próximo mesmo.
Teatro? Romance? Crônica? Mais música? Aguardem porque vamos sempre CAVALGANDO O VENTO!
Vuuuush







































sábado, 9 de novembro de 2019

20º FESTIL – Esquete “Por dentro da ampulheta”


20º FESTIL – Esquete “Por dentro da ampulheta”

Hoje vou te contar um causinho sobre o RECOMEÇO.

Estou contribuindo com o Festil (Festival de Teatro Estudantil de Gravataí/RS) desde seu recomeço, em 2014. E, em 2019, o festival chegou à sua 20ª edição, sendo o festival de teatro estudantil mais antigo do Rio Grande do Sul, e é ali na escola, onde, geralmente, essa arte começa.

Porém, a minha sensação, a cada ano, é sempre a de RECOMEÇO. Partimos do zero, todo ano, lá por volta do mês de maio, rumo a algo imprevisível, misterioso, grandioso e, ao mesmo tempo, tão minúsculo, porque trabalho de formiguinha, que é se apresentar no Festil em novembro.

Embora dirigindo e escrevendo esquetes que mantêm uma linha autoral já reconhecida pelo público, entre o cômico, o filosófico, um tiquinho de poesia e trilhas sonoras inteiramente ao vivo, cada ano, tudo, ou quase tudo, parece novidade. Os erros e os acertos. Começando pelas oficinas para a seleção de atores, que nunca são competitivas, são sempre inclusivas: pois não importam as dificuldades de expressão ou de leitura da gurizada, o que precisa é ter gana pra encarar o palco, disposição pra respeitar a plateia, cabeça aberta e criatividade, tentando com isso eu mesmo aprender e tentando com isso eu mesmo ensinar um pouco pra eles sobre os fundamentos da linguagem teatral.

O recomeço prossegue nos intermináveis ensaios. Onde a repetição e a criatividade são coisas que, curiosamente, se misturam, e parece que nunca terminamos de ter novas ideias para enriquecer uma cena e um movimento. E parece que nunca conseguimos realizar todas as cenas e movimentos com a precisão idealizada.

O recomeço é ainda mais forte durante a dúzia de apresentações que fizemos antes do Festil, dentro da escola e fora, em outras escolas da cidade. Veja só, mesmo em 2019 eu tendo dirigido, pelo segundo ano consecutivo, um grupo de jovens que foi formado exclusivamente por alunos das TURMAS de ACELERAÇÃO da escola Alberto Pasqualini (do bairro Morada do Vale 2, onde trabalho há uma década), projeto este, a Aceleração de Estudos, em que os estudantes, com idade de Ensino Médio, ainda buscam recuperar suas defasagens, repetências e dificuldades nos anos finais do Ensino Fundamental, tudo, tudinho, me pareceu novidade e muito diferente do ano anterior. Em 2018 formamos o grupo de Teatro A Milhão, que apresentou a esquete “História do Bugio na Selva de Pedra”. Em 2019, formamos o Grupo de Saturno e os Cronólogos, bolando a peça “Por dentro da ampulheta”, mas não restando ninguém do grupo anterior, exceto quem viu a peça do ano passado e estava doido pra fazer teatro também pela primeira vez.

Porque são cerca de 4 meses de trabalho, em geral, dentro dos meus períodos de Ciências Humanas (História e Geografia) em que, a cada ano, como já disse, todo o elenco muda, os alunos se formam e se vão, raramente um ou dois ficando pro ano seguinte. Por isso, cada grupo tem uma nova identidade, um novo nome e um novo texto inédito e escrito, em grande parte, em cima do perfil do próprio grupo, e tem sido assim desde 2014. Então é sempre um eterno recomeço. E isso é bem trabalhoso, mas extremamente pedagógico e muito lindo também, eu diria.

O teatro me parece a mais efêmera das artes. No sentido de que ela se desvanece no ar quando encerra o espetáculo para só se materializar novamente em outra apresentação na semana seguinte. Diferente da música que ouvimos centenas de vezes uma gravação a qualquer hora ou lugar, ou os livros que, apesar de seus muitos inimigos, estão aí, conosco, resistindo, até hoje, desde as primeiras plaquinhas de barro de 3000 mil anos atrás dos iraquianos antigos.

Cada apresentação teatral é um novo recomeço, repito com gosto. É que as reações da plateia são sempre novas, a energia do dia ou do lugar transformado em palco se renova e precisa ser construída meticulosamente para atrair para nossa história a atenção de professores, crianças e adolescentes que, muitas vezes, está alheia ao nosso enredo, aos nossos propósitos, perrengues e incapacidades, como toda plateia só quer ver uma boa peça e pronto. Isso que apresentando em salas de aula e auditórios, construímos encenações e narrativas que, geralmente, pelas limitações técnicas, dispensam iluminação, cenários sofisticados, mesmo um palco, cortina e tablados. Entretanto, é esse clima de teatro mambembe, uma anárquica e rudimentar companhia saltimbanco é o que mais me agrada no fazer do teatro estudantil em escola pública a cada ano, que nunca se repete do mesmo jeito.

O sentimento dos próprios atores que dão vida aos personagens oscila e se renova semanalmente também. A máscara de cena que é tão bacana pra um, para outro, pode ser inconveniente, pois que esconde o rosto do ator. A piada que leva uns às gargalhadas, para outro, é boba ou até mesmo desnecessária. A trilha que é muito criativa, às vezes sai confusa ou parece fraca para outro espectador. Uns acham o texto genial porque doido, sem propor respostas logo de cara ao público. Outro detesta isso, porque não se entende nada.

Isso quando não pecamos pelo excesso de empolgação e euforia, esquecendo marcações e rubricas, mastigando o texto, perdendo o volume de voz. Ás vezes simplesmente travamos pela timidez, mesmo com dezenas de repetições, apresentações, exercícios, até yoga fizemos, mesmo com motivação tanto no coletivo quanto ao pé do ouvido, a cada roda de conversa após todos os espetáculos. Claro que nisso tudo entram as minhas falhas como diretor e professor que, a cada ano, se renovam sempre e mais também.

Mas a cada sessão com plateia é um outro tremendo recomeço. Se foi incrível, o desafio é repetir no mesmo nível de qualidade e intensidade, o que raramente acontece. Se foi fraco, temos que elevar a grandeza da encenação, conduzindo a plateia por momentos de sonho, fantasia, imaginação, riso e emoção, tudo ao vivo, numa atmosfera artesanal que só o teatro pode proporcionar.

Por fim, encerro destacando a renovação proposta pelos avaliadores (jurados) deste ano. Não sendo mais um festival competitivo, como já foi, o que eu acho muito melhor e correto para não desmotivar ninguém (ainda mais que outros motivos para desmotivar nunca faltam), todos os grupos participantes ganham troféus de destaque (além de diplomas e medalhas para cada aluno). Mas este ano, talvez identificando os grandes desníveis entre os diferentes grupos (e foram 25 se não me engano), envolvendo desde grupos mequetrefes e anárquicos, de escola, e falo, obviamente, do meu grupo, até grupos de escolas de teatro ou com teatro consolidado no currículo, com os melhores professores da cidade, nessa área, ou ainda grupos maravilhosos que se formaram em escola mas se estabeleceram como companhias independentes e que vêm amadurecendo juntos ano a ano, os avaliadores procuraram salientar muito mais a sensibilidade de cada espetáculo levada pro palco do SESC, enalteceram isso muito mais do que as questões técnicas (figurino, trilha, cenário, melhor ator, melhor direção etc).

O Grupo de Saturno e seus Cronólogos foi reconhecido pela DETERMINAÇÃO em cena. O que é muito lindo! Tremenda aprendizagem pros atores aprendizes, que, determinados podem mudar qualquer realidade, seja de tristeza, de injustiça, de pobreza, de desigualdade, sei lá, o que for, determinados, e claro, unidos. Além disso, um dos nossos protagonistas, o Luan, mesmo há mais de mês atuando com o braço quebrado, não faltou a nenhum ensaio sequer, caminhando boas pernadas pra chegar na escola. Ainda por cima, emendamos uma piada certeira depois que o braço quebrou: quando ele é atropelado pela atriz Letícia, futura namorada (em cena): “quebrou o cóccix, moço?”. “Não! Quebrei o braço, não tá vendo?”…

Assim como, mesmo chovendo rios, o grupo não deixou de estar às 08h em ponto na escola, prontinhos da silva e doidos de pedra pra se apresentar no Rincão da Madalena, no Morro do Côco e se tivéssemos conseguido transporte e tempo, no Alasca.

Pra acabar, os agradecimentos são muitos e sempre falta agradecer a alguém nessa jornada coletiva, solidária e cooperativa que é o teatro. Mas hoje agradeço a quatro pessoas em especial: a minha companheira Juliana Negreiros, também egressa do teatro estudantil, que meteu a mão e fez as máscaras do elenco, um desejo meu antigo para homenagear as máscaras gregas onde o teatro começou inventado pelo deus maluco chamado Dioniso; e, claro, para resolver os problemas da narrativa (Felipes jovens e velhos que se encontram e se embaralham no sonho da trama). Embora cética com minha ideia, em um primeiro momento, foi ela quem customizou as mesmas, encontradas ao acaso num bazar em Balneário Pinhal e no número exato que precisávamos, quinze máscaras; agradecer ao prof. Dionatan Rosa, que viu a peça duas vezes, nos ensinou bastante e propôs muitas melhorias ao espetáculo; à Izabel Cristina, que coordena o Festil desde 2014 sempre com a postura altiva e nobre da jovem dama do teatro que ela é; e à Viviane Juguero, uma das três avaliadoras e que, bicho, me presenteou com seu livro LACATUMBA. Então ´bora estudar, ler e aprender que ano que vem recomeça tudo de novo outra vez!

Dedico este texto aos Cronólogos: Letícia (Lelê), Bruno (galã), Cauan, Daniel, Eric, João, Júlia, Luan, Matheus, Yorran.

As fotos são da Prefeitura de GVI, da Juliana Nunes e da Janice Soares.

Vuuuush