quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Três livros para as ELEIÇÕES BR 2018



As ELEIÇÕES de 2018 no Brasil
Já aconteceram no passado
Em outros lugares e épocas
Três livros para as ELEIÇÕES BR 2018:
1. Lisístrata ou a greve do sexo (Aristófanes, 411 a.C.): O destino político de um povo estava nas mãos das mulheres. O pacifismo era o caminho para pôr fim a guerra do Peloponeso que sacudiu a Grécia 500 anos antes de Cristo. Sem que ninguém lhes tenha pedido ajuda, Lisístrata e Lampito convocam as mulheres e mães para se posicionarem contra a guerra entre Atenas e Esparta. Nada de cama limpinha e roupa lavada, nada de perfumes e carícias nas alcovas da noite até a guerra acabar. Machões e marmanjos que até então mui bem sabiam matar e trucidar perceberam o ridículo de suas guerras? E hoje? Quando perceberão?

2. Quem matou Vargas (Carlos Heitor Cony, 1974): Em 24 de agosto de 1954 o mais amado e odiado presidente do Brasil no século XX, Getúlio Vargas, em pleno mandato eleito pelo povo, suicidou-se com um tiro no coração. Caudilho que liderou a pacificação dos partidos gaúchos (maragatos x chimangos) e assumiu, em 1930, a presidência do país, entre a ditadura e o trabalhismo (ele que promulgou a Carteira de Trabalho – CLT e deu início a modernidade industrial brasileira). O petróleo nacional já estava ali, nos bastidores dos negociantes e dos políticos, atiçando a cobiça da burguesia local e internacional, espalhando a crise da riqueza no país das desigualdades, desde os primeiros dias de Petrobras, antes ainda do pré-sal.

3. Joseph Fouché – Retrato de um homem político (Stefan Zweig, 1929): A Revolução Francesa de 1789 criou as ideias que fizeram a cabeça do mundo (Esquerda x Direita). Ela foi um dos maiores laboratórios políticos da humanidade. E Joseph Fouché foi o primeiro grande exemplo moderno do político sabonete, pragmático, oportunista: Um carreirista. Da moderação de Centro à Extrema-Esquerda jacobina, guilhotinando o rei e a rainha, onde começou, Fouché virou para o lado da Direita burguesa e endinheirada de capitalismo, acabou transformado no Duque de Otranto: derrotou Napoleão, em nome da velha Monarquia dos reis, pondo de quatro o imperador Bonaparte...

domingo, 16 de setembro de 2018

Milonga de como surgiu o RS




Milonga de como surgiu o RS
(c. a. albani da silva, o inventor do vento)

1. Filho de índia guarani com pai espanhol espadachim
2. Que preferiu ir colher prata em Potosí, nos Andes da Bolívia
3. Um português se condoeu do guri e resolveu tomar conta da terra
4. O outro pai logo voltou e foi assim que começou uma briga tremenda que durou de 1737 a 1801
5. Queria-se o ouro e a prata, encontrou-se a erva-mate, o aipim, o milho, o tabaco, o algodão, a boleadeira, o poncho, o pala e os sambaquis
6. Na pampa perfeita pro boi e pro cavalo
7. Vieram os padres jesuítas fundar Missões no rio Uruguay e lavrar a alma do índio na fé em Cristo
8. Desembarcaram os colonos açorianos das nove ilhas de Açores, lado norte do Atlântico
9. E eles viraram Coronéis da Farinha nos banhados do rio Gravataí, a antiga Aldeia dos Anjos
10. No porto de Rio Grande, nos Campos de Viamão, na Estrada Velha de Santo Antônio da Patrulha, na fortaleza do Rio Pardo são das vilas mais antigas da Província de São Pedro
11. Ou Continente: imensa solidão de terra tape entre a Laguna dos Patos e o corredor central que vai de Santa Maria da Boca do Monte à Grande Porto Alegre
12. Na fronteira vejo os contrabandistas argentinos e uruguaios; sopra o vento Nordeste na areia das praias do Chuy às Torres, come-se os pinhões dos Campos de Cima da Serra, colhidos por tropeiros e pelos caingangues
13. Da África vieram os negros pra morrer trabalhando nas charqueadas e no frio do vento minuano
14. Negritude que inventou tambores de sopapo para cantar seus orixás e jogar capoeira
15. Italianos que subiram a Serra Geral com seus vinhos em 1875
16. Alemães e suas indústrias no fundo dos Vales em 1824
17. Ouça o clarim da guerra / dos corpos caindo no campo de batalha / ouça o clarim dos caudilhos e heróis se batendo / das ideias e dos interesses / eis que se fez a Farroupilha / guerra republicana contra o monárquico império do Brasil / de 1835 a 1845
18. Nasceu ali o mito do gaúcho idolatrado pelos CTG´s
19. Outras terríveis guerras civis aconteceram em meio século entre chimangos e maragatos; em 1923 de novo, outra vez, os lenços brancos e vermelhos se degolaram
20. Enquanto isso numa estância em São Borja crescia o mito Getúlio Vargas, o mais amado e odiado presidente do Brasil nos extremos que fizeram o século XX.

* Laboratório de Sons do Vento, Setembro de 2018

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Capitalismo no campo e na mesa



Leitura
pra quem tem interesse 
em aprender um pouco 
sobre o capitalismo 
no campo 
e sobre a indústria dos alimentos:
ATLAS do AGRONEGÓCIO.

https://br.boell.org/sites/default/files/atlas_agro_final_web_03-09_1.pdf

Destruição da memória coletiva


Nesta Semana da Pátria
Em meio a mais bizarra das eleições
Desde o fim da Ditadura Militar
E com a terrível destruição de imenso acervo
Da memória da humanidade brasileira e além
(Simplesmente por abandono)
[Assim foi que o Museu Nacional no RJ
Virou pó: em seus 200 anos!]
Lembro do livro de Fernando Báez de 2004
"História Universal da Destruição dos Livros"
(Abaixo o link do pdf)
Porque estas coisas continuarão acontecendo
Bem como continuarão ecoando
As palavras de Aimé Césaire (1913-2008):
"CULTURA É TUDO AQUILO QUE
A HUMANIDADE CRIOU
PARA TORNAR A
VIDA VIVÍVEL
E A MORTE
DEFRONTÁVEL".
Vuuuush.

P.S.: E poucos dias antes do incêndio, a escritora Conceição Evaristo foi amplamente rejeitada pela ABL no mesmo RJ das cinzas...