sexta-feira, 8 de maio de 2020

FALSO PROFETA



FALSO PROFETA (BOB DYLAN): 
1.Outro dia que não acaba Outro navio partindo / Outro dia de raivade amargura e dúvida / Eu sei como isso aconteceu / Eu vi isso começar / Abri meu coração pro mundo e o mundo me engoliu / 2. Olá, Marilu / Olá Dona Pérola / Minha turma vem do submundo / Nenhuma estrela no céu brilha mais que vocês / As garotas são um negócio que eu faço também / 3. Sou inimigo de traições / Inimigo do conflito / Inimigo da não vida vivida sem sentido / Não sou um falso profeta / Apenas sei o que sei / Eu vou somente onde os solitários podem ir / 4. Sou o primeiro dentre os iguais / Ninguém me ganha / Última bolacha do pacote / Pode jogar uma pá nos outros / Enterrá-los pelados só com prata e ouro / A sete palmos do chão e depois rezar um pouquinho / 5. O que tu estás procurando / Não há nada pra se ver / Apenas uma brisa me envolvendo / Vamos passear no jardim / Tão comprido e largo / Podemos sentar na sombra ao lado do fonte / 6. Procurei no mundo todo / Pelo Santo Graal / Eu canto canções de amor / Canto também canções de traição / Não repare na minha bebida / Nem na minha comida / Escalei aquela montanha de espadas com os pés-descalços / 7. Tu não me conhece, queridinha / Nunca vai adivinhar / Não pareço nem um pouco com essa pinta de fantasma que tenho /Não sou um falso profeta / Só digo o que digo / Estou aqui para me vingar da cabeça de alguém / 8. Estenda sua mão / Não existe nada pra se agarrar / Abra bem a boca / Vou enchê-la com ouro / Oh pobre diabo, procure se quiser /A Cidade de Deus fica no alto daquela lomba / 9. Olá, estrangeiro / Um solene tchau / Você governou esta terra / Mas eu também / Você perdeu a sua mula / Seu cérebro está envenenado / Vou te acorrentar e algemar / 10. Sabe, queridinha / Esse tipo de vida que levo / Quando teu sorriso se encontra com o meu, quer dizer alguma coisa / Não sou um falso profeta / Não sou a noiva de ninguém / Não me lembro quando nasci / Já esqueci até de quando morri…


(Livre tradução por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva)

terça-feira, 5 de maio de 2020

LÍNGUA, DITADURA E POESIA


É dia da língua portuguesa, cumpádi.
A língua dos nossos pensamentos. Filha do latim.
280 milhões de seres, mais os que já se foram, pensam na língua do marinheiro Camões.
Nesta semana novamente alguns paspalhos utilizaram nossa língua pra lamber general e pistoleiro.
Enquanto isso, grandes poetas se foram: por causa da pandemia ou enojados de envelhecer à sombra do fascismo - palavra também do latim que significa “açoitar os escravos”. Claro, para a extrema-direita, hoje no governo federal, escravos são todos aqueles que discordam de seus lucros, preconceitos e armas.
O poeta ALDIR BLANC foi o herdeiro direto de Noel Rosa, cantar as letras do samba como documentos do morro, das crônicas do carnaval, da cerveja quente da vida noturna.
O poeta do corpo FLÁVIO MIGLIACCIO foi um grande cômico brasileiro encenando o lado infantil do riso sem apelar para o riso dos ratos.
O poeta CIRO PESSOA abriu a sonífera ilha de nosso surrealismo, porque não será o medo da loucura que nos fará arriar a bandeira da imaginação.
Uma boa notícia no dia de hoje: O Velho Marx, maior pensador do século XIX, comemora 202 anos de nascimento. O primeiro filósofo, cumpádi, a colocar a classe trabalhadora no centro da sociedade.
(c. a. albani da silva, o inventor do vento, 05/05/2020)





sexta-feira, 1 de maio de 2020

DIA dos TRABALHADORES


Em 1888 abolimos a escravidão.

Em 1917 fizemos a primeira greve geral, sindical e anarquista.

Em 1922 fundamos o partido comunista.

Em 1943 conquistamos a Carteira de Trabalho, apesar da ditadura de Getúlio Vargas.

Em 2002 elegemos um operário metalúrgico presidente da república.

Em 2010 elegemos a primeira mulher presidenta.

O resto, meu amigo, é só a história da burguesia. E o que eles querem mesmo é a velha receita pra fazer mão de obra barata…

Vuuuush