quarta-feira, 27 de abril de 2016

Novo disco da banda EX: EX LUX


A banda EX, de POA/RS, lançou seu primeiro álbum “Ainda” em 2008.
E agora em 2016 surge o segundo: EX LUX.

"O som é aquele rock bem sombrio, que soa vanguarda, mesmo com ecos dos anos 80".
Confira o site deles aqui: http://sitedaex-livre.rhcloud.com/

GRAÇA
(banda EX)
quando eu te vejo
eu volto àqueles dias
guardo aquilo aqui
como família
nos enganaremos
contaremos mentiras
fingindo não desistir
foi-se o tempo em que não estávamos nem aí
compondo sonhos entre becos e esquinas
sempre se achou
não consegue encontrar
é tanto desespero
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
paranoias
baixos e baixos
completamente só
o que restou é um orgulho bobo e dor
e vergonha
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
é preciso achar a graça
graça, onde está a graça?



terça-feira, 19 de abril de 2016

Porque dizer NÃO aos VerdeAmarelos

René Magritte, O reconhecimento do infinito, 1963


Porque dizer NÃO aos VerdeAmarelos
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

A Casa Grande VerdeAmarela NÃO me representa!

Então é NÃO ao golpe "moderninho" 
(sem militares, mas jurídico, legislativo e midiático)
[Assim assim que nem no Paraguai, em 2012...]

NÃO & NÃO aos VerdeAmarelos que:
Falam em nome de Deus
e de suas famílias!

NÃO, NÃO & NÃO:
à bancada da bala
(de delegados e cabos e xerifes);
à bancada ruralista
(de fazendas incontáveis, do agronegócio);
à bancada evangélica
(homofóbica, machista e fundamentalista)!

NÃO à FIESP 
à enorme parcela
do empresariado brasileiro
& multinacional que
(sedento pelo pré-sal)!
a partir da instabilidade econômica
dos últimos dois anos
(após 15 de superlucros e pujança capitalista)
com seus lobistas
(de lobos, mesmo!)
no Congresso 
travaram o país
disseminando o ódio político
via grande mídia (política)!

NÃO aos 
Cunhas, Temers, Bolsonaros, PSDB´s, Moros

NÃO aos muitos "santos" 
com contas na Suíça ou Panamá
Latifundiários não só na agricultura
mas nas indústrias, bancos, lojas
templos, rádios, tv´s, jornais
nas IDEIAS!

Seguimos RECONHECENDO O INFINITO 
(René Magritte, 1963)!

Seguimos sempre Cavalgando o Vento!
Bons ventosss nas lutas que virão!
Vuuuuush!









 



sábado, 9 de abril de 2016

Manuel Scorza


MANUEL SCORZA
O autor peruano Manuel Scorza (1928 a 1983) ficcionalizou a luta dos povos indígenas de Cerro Del Pasco, no alto da Cordilheira dos Andes, para garantir suas terras ancestrais contra empresas mineradoras norteamericanas. A série “A Guerra Silenciosa” (publicada entre 1970 e 1979) se divide em 05 baladas: “Bom dia para os defuntos” e “Garabombo, o invisível”, que remetem aos começamentos dos conflitos étnicos e por terra nos Andes peruanos; já com a balada 03 “Cavaleiro Insone”, e, com as últimas baladas, “Cantar de Agapito Robles” e “A tumba do relâmpago”, a narrativa nos traz a organização do campesinato e das lideranças indigenistas após o massacre de Chinche. Nas aldeias do que pode ser o fim do mundo, mas não o é, alguns lutam por seu mundo, em vias de se escangalhar após milênios e outros tentam com cifrões nos olhos agarrar novas fontes de lucro, mananciais de dinheiro.
         Scorza bolou romances de testemunho com o filtro criativo do realismo mágico. E ele também foi grande poeta, vivendo entre exílios (no México, na França) por seus livros provocarem os generais e caudilhos peruanos; portanto, lecionou e agitou a cultura literária da América latina na segunda parte do século XX.


O Mendigo

O Rei,
            incendiado em ouro,
seus impérios galopa,
e sente o levíssimo triturar das genuflexões
no seu compasso fulgurante.

Vassalos, estandartes,
esquadras, cantos, orvalhos,
lhe pertencem.

Tudo aos seus pés,
menos o amor da mulher
que, neste instante,
aos arautos sorri, desdenhosa.

O Rei percebe então seu miserável esplendor,
e compreende que não passa de um mendigo resplandecente.
(Do livro “Os adeuses”, 1960)


Carta aos poetas que virão

Talvez amanhã os poetas perguntem
por que não celebramos a graça das raparigas;
talvez amanhã os poetas perguntem
por que nossos poemas
eram largas avenidas
donde vinha a ardente cólera.

Eu respondo:
por toda parte ouvíamos o choro
por toda parte nos sitiava um muro de ondas negras.
Seria a Poesia
uma solitária coluna de orvalho?
Tinha de ser um relâmpago perpétuo.

Enquanto alguém padeça,
a rosa não poderá ser bela,
enquanto alguém olhar o pão com inveja,
o trigo não poderá dormir;
enquanto chover sobre o peito dos mendigos,
meu coração não sorrirá.

Matem a tristeza, poetas.
Matemos a tristeza com um pau.
Não diga o romance dos lírios.
Existem coisas maiores
que chorar os amores perdidos:
o rumor de um povo que desperta
é mais bonito do que o orvalho!
O metal resplandecente da sua fúria
é mais belo que a espuma!
Um Homem Livre
é mais puro que o diamante!

O poeta soltará o fogo
de sua prisão de cinzas.
O poeta acenderá a fogueira
que vai queimar este mundo sombrio.
(Do livro “As maldições”, 1955)


Palavras a Nicolas Centenário

No começo o homem abandonava os seus mortos.
Há cinqüenta mil anos começou a cavar tumbas.
Na pele das cavernas cinzelou seus medos belíssimos.
Inventou a alma.
Por isso estou aqui
Aventando palavras contra o céu indiferente.
No parque, tua filha brinca.
Escritor e poeta
A vida passa tão rápido
Que qualquer tarde dessas voltará belíssima mulher.
Nicolas, deveríamos tratar de dizer a verdade.
Porque em nosso tempo
adolescentes dourados combateram no horror da América.
Mas a metralhadora lhes desmontou os sonhos!
Belos nascendo para a morte.
Nós tatuávamos poemas esquecíveis
em corpos esquecíveis de mulheres esquecidas.
Em puteiros de mal morrer
cicatrizávamos nosso fracasso
bebendo cachaça que não era sete campos.
O Che levava em sua mochila versos de Léon Felipe
e Javier Heraud também versos em sua jaqueta.
O impiedoso rio Mãe de Deus
Levou sua juventude salpicada.
Porém a vida flui mais rápida que o rio Mãe de Deus!
Impossível erguer outro mundo
sem desembarcar nas ilhas vistas nos sonhos!
Uma revolução que é só uma revolução não é uma
                        revolução!
Há que se derrubar tudo!
Não permitas que nasça de novo esta realidade!
Impedir que voltem a existir esta vida, esta água,
esta pátria, esta luz, este amor, este futuro, este sol!
Quem poderá nos absolver?
Um ardente poema nos resgataria.
Mas não pronunciamos a Palavra.
No parque tua filha joga.
Voltará muito linda a vida.
E o quê?
A vida vale a pena.
Estou alegre, sou árvore, sou relâmpago, sou luz.
O homem que está mais próximo de sua morte que do seu
                        nascimento
precisa urgentemente ser feliz.
Há cinqüenta mil anos comecei a gravar este poema.
Por isso ventilo estas palavras contra o céu indiferente.
(Hotel de Turistas de Tacna, 1977, inédito até 2003)

CalexicoFalling from the Sky (2015):


CalexicoWhen the angels played (2015):



CalexicoMiles from the sea (2015):

sábado, 2 de abril de 2016

02 anos do CoV no Estação Cultura da TVE

       
CoV – Estação Cultura, TVE (02.04.2014)
            
                    Em 2016, a Televisão Educativa do Rio Grande do Sul (TVE) e a rádio FM Cultura (107,7), comemoram, respectivamente, 42 e 27 anos de história: emissoras públicas extremamente importantes para a cultura local.
               O projeto cultural Cavalgando o Vento (CoV) teve a oportunidade de participar do programa Estação Cultura há exatamente dois anos: em 02/04 de 2014 apresentamos nosso primeiro CD, cantamos música inédita e convidamos o pessoal pra acompanhar nossa agenda ao vivo. A apresentação contou com a participação especial dos músicos Antonio Ramos, nas flautas, e David Pitkovski, nos instrumentos indianos (tampura e citar). O repertório teve “Despetalada Rosa”, “Adaga de Prata” e “Guria (Chuva Caindo)”, todas composições do Inventor do Vento C. A. Albani da Silva.
            Vida longa à TVE e à FM Cultura!
            Vuuuush!