quarta-feira, 31 de agosto de 2016

GOLPE BRANCO (e dos brancos da casa grande)!

Jacques-Louis David, A morte de Marat, 1793


Após o impedimento 
(GOLPE!) 
[A estocadas de tecnicalidades jurídicas 
vindas do flanco direito, 
fumaceira da grande imprensa, 
ódios da sociedade civil VerdeAmarela
e seus panelaços pela manutenção da impunidade
todos contra os, modestos, acertos da Era Lula-Dilma!]
O Senado, o Supremo, o Sinédrio, o juiz de futebol 
da pelada no terrão, mas coronel aposentado,
-Deus, não, deusi estará ocupado lendo um bom livro-
Se reunirão em colegiado
(isso se eles mesmos deixarem falar de política em colégio!)
para julgar o Sexo dos Anjos:
Pobre dos anjos que tiverem a minoria na votação...


 Fiquemos com o Chico Buarque: 


Lendo o resumo preciso da Carta Capital:




sábado, 27 de agosto de 2016

Nana – Um samba torto no centenário do baticum

Cena do filme Häxan de Benjamin Christensen, 1922


 Em 1916, Ernesto dos Santos, o Donga, registrou o primeiro samba de todos: “Pelo Telefone”. Cem anos depois o Inventor do Vento proclama o SAMBA TORTO pra batucar o século XXI brasileiro antes que alguém o "endireite" a bibliadas, verdeamareladas, patadas, privadas (iniciativas).

NANA (SAMBA TORTO)
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

*Mãe Nana é a que teve 140 filhos e determinou o destino de cada um deles quando que os ia parindo ao som do blues do samba e do brega, suas paixões de toda uma vida, bem comprida, aliás.

Nana, veja quantos livros na estante e você não leu
Quantos dos seus amantes você já esqueceu?
Nana, se ao menos eu tivesse um bom conselho...

Nana, quantos dias eu sequer pude olhar na tua cara
Mas quantas vezes mais, desesperadamente, precisei do teu sorriso?
Nana, se ao menos eu tivesse uma explicação...

Nana, fique com suas mentiras que eu fico com as minhas
Eu sei que você sabe que nossas vidas não são tão nossas assim
Nana, se ao menos eu sentisse saudade...

Nana, saiba que ainda te levo no peito
Para todo soldado cicatrizes são medalhas
Nana, se ao menos eu tivesse um bom motivo...

Nana, se um dia eu voltar a me enxergar nos teus olhos
Espero enfim reencontrar tudo aquilo que perdi
Nana, todo mundo leva um pouco dos outros consigo...

Nana, em quantas canções já ouvi o teu nome?
Mas nenhuma delas foi feita pra ti
Nana, se ao menos eu soubesse compor...

Nana, sei que o que todos querem é ser felizes
Mas não será este mundo pequeno para tantas felicidades diferentes?
Nana, se ao menos eu me calasse...






sábado, 13 de agosto de 2016

O amor é gostoso que nem pastel com ovo: uns se lambuzam, outros passam fome na rodoviária (playlist)

“O amor é gostoso que nem pastel com ovo: uns se lambuzam, outros passam fome na rodoviária”

As múltiplas manifestações do amor (e da falta dele!) em 10 canções do Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva, numa playlist amorosa:

    1)   Ramalhete de flores de fogo (que a chuva apagou): As paixonites, apesar das diferenças.


    2)   O amor é tão bom: Ou a sátira do casamento na adolescência.

    3)   Colar: Ou a lírica dos amores de verão.

    4)   Os Noivos: Ou a crônica FolkPunkSertaneja do casamento na roça; 

    5)   Canção do tudo passa - Valentina & Jerônimo: A crônica do casamento na favela;

    6) Até Breve: Ou a lírica do amor sem futuro nem passado – o primeiro amor!

    7)   Adaga de Prata: Decidiu morrer virgem porque a mãe ensinou que só havia maldade nos homens / Mitológicas do machismo x feminismo.

    8) O Esqueleto: Traído até pelo cãozinho de estimação.

    9) Nosso amor é punk brega: Uma homenagem em estilo MPB ao Rei do Punk Brega e a todos que amam ao som dele: Wander Wildner.

    10) A dançarina Jéssica: Gravada no tecladinho do Seu Fulê para todas as dançarinas de cancã do mundo.






sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Poemas de Luiz de Miranda na Bruzundanga

Albrecht Dürer, A Lebre, 1502

Hora nos borramos todos com o sumiço da poliça que não recebe seus salários de merda pra nos encher de porrada.
Adispois nos comovemos todos com os heróis atrás da medalha de ouro nos Jogos Ornitolímpicos de Bruzundanga.
 ...

Ah! Só me deixem aqui sozinho com meus poemas:

CANTIGA DO CAMINHO E O PASSAGEIRO
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

Passageiro:
Todo o caminho é fio de estrada,
onde o exercício da lonjura
aprende do tempo a armadura
armam-se num só amor e amar.

Caminho:
Aqui dorme teu denso destino,
lições de pedra, pó e distância,
pátrias antigas e ruas da infância,
vozes que andam sempre sozinhas.

Passageiro:
Todo meu ser é pólen e arminho,
onde planto o dever interno,
desespero de noite e inverno,
internos prazeres de só viver.

Caminho:
Aqui mora tua doida travessia,
nuvens  tontas de outono,
tuas irmãs febris de abandono,
o que vive antes e depois do andar.

PELOS CAMINHOS, CAMINHO
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

Pelos caminhos, caminho.
Só sei do pó nas narinas,
dentro dos quartos do corpo,
onde renascemos em nós.
Um pedaço de mim vai morto,
numa balsa de lenha do rio Uruguai.
Outras partes se dividem em dor,
perto do amor, ah, perto do amor,
e não chega com a estrela
tão pálida e louca, a manhã,
necessária ternura de lã.

Sob o céu roxo da paixão,
somos aquém dos caminhos
e nos perdemos nos desvãos,
rasos e públicos da solidão.

ALUMIA-SE
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

Alumia-se o longe
com a lanterna dos caminhos.
Nada retorna,
tudo se esvai,
no linho da manhã.

O HOMEM TRABALHA O SEU DESTINO
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

O homem trabalha o seu destino
no sublime da alma.
Fica, depois, sua marca:
um filho, uma palavra,
um quadro na parede.
Difícil é sabermos do destino.
Que punhal azul sopra nos ventos?
Que pandorga sobrevoa nossa casa?
Os amigos mortos espiam por nós
e se inscrevem na eternidade da morte.

O MUNDO É PEQUENO
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

O mundo é pequeno,
não vai além de nossa casa.
A estrada e o aramado
vizinham mas não se amam.
O silêncio morre
neste tapete de ausências
onde procuro o sono e a manhã.
O vinho é a esperança
onde escrevo e permaneço.

O PERDIDO E O GANHO
Luiz de Miranda – Livro do Passageiro (1986 a 1992)

Há em mim a luz,
estrela e estrada,
o perdido e o ganho,
a lã do rebanho.



 Inezita BarrosoSoca Pilão (1954):