sábado, 27 de agosto de 2016

Nana – Um samba torto no centenário do baticum

Cena do filme Häxan de Benjamin Christensen, 1922


 Em 1916, Ernesto dos Santos, o Donga, registrou o primeiro samba de todos: “Pelo Telefone”. Cem anos depois o Inventor do Vento proclama o SAMBA TORTO pra batucar o século XXI brasileiro antes que alguém o "endireite" a bibliadas, verdeamareladas, patadas, privadas (iniciativas).

NANA (SAMBA TORTO)
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)

*Mãe Nana é a que teve 140 filhos e determinou o destino de cada um deles quando que os ia parindo ao som do blues do samba e do brega, suas paixões de toda uma vida, bem comprida, aliás.

Nana, veja quantos livros na estante e você não leu
Quantos dos seus amantes você já esqueceu?
Nana, se ao menos eu tivesse um bom conselho...

Nana, quantos dias eu sequer pude olhar na tua cara
Mas quantas vezes mais, desesperadamente, precisei do teu sorriso?
Nana, se ao menos eu tivesse uma explicação...

Nana, fique com suas mentiras que eu fico com as minhas
Eu sei que você sabe que nossas vidas não são tão nossas assim
Nana, se ao menos eu sentisse saudade...

Nana, saiba que ainda te levo no peito
Para todo soldado cicatrizes são medalhas
Nana, se ao menos eu tivesse um bom motivo...

Nana, se um dia eu voltar a me enxergar nos teus olhos
Espero enfim reencontrar tudo aquilo que perdi
Nana, todo mundo leva um pouco dos outros consigo...

Nana, em quantas canções já ouvi o teu nome?
Mas nenhuma delas foi feita pra ti
Nana, se ao menos eu soubesse compor...

Nana, sei que o que todos querem é ser felizes
Mas não será este mundo pequeno para tantas felicidades diferentes?
Nana, se ao menos eu me calasse...






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