sexta-feira, 26 de outubro de 2012


John Everett Millais, A enchente, 1870

Mário Quintana
Mário Quintana (1906-1994) dá as boas-vindas a Feira do Livro de Porto Alegre (26/10 a 11/11) aqui no CoV. Como disse Manuel Bandeira (1886-1968), seus poemas são QUINTANARES e, desde adolescente, os QUINTANARES encantam este Inventor do Vento...

Quintanares ao Vento
C. A. Albani da Silva

Quintanares para salvar o gato na árvore
a árvore da serra

Quintanares para salvar a semana
o mês, o dia, o ano

Quintanares para salvar a todos os Quintanas, Santos, Silvas
ricos, pobres, claros, escuros

Quintanares contra os amores perdidos
chaves, óculos, celulares, esperanças

Quintanares contra os males
em doses extravagantes nunca homeopáticas

Quintanares contra o muro
dos que não pensam, não sentem, não vivem os
Quintanares.
(C. A. Albani da Silva, 26.10.2012)


As estrelas
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)

Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
De margaridas lindo campo em flor!
Tão alto o Céu!... Pudesse eu ir colhê-las...
Diria alguma se me tens amor.

Estrelas altas! Que se importam elas?
Tão longe estão... Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo...

Porém meu coração quase parava,
Lá foram voando as esperanças minhas
Quando uma, dentre aquelas estrelinhas,

Deus a guie! Do céu se despencou...
Com certeza era o amor que tu me tinhas
Que repentinamente se acabou!

(1934)


Viagem de trem
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)

Esses burrinhos pensativos que a gente
encontra às vezes na estrada dispensam
a gente de pensar...


Paulinho da Viola Filosofia (Noel Rosa, 2003):

Paulinho da Viola e Marisa MonteDança da Solidão (2003):

Poema para uma exposição
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)

O quadro na parede abre uma janela
que dá para o outro mundo
deste mundo...

Um mundo isento de rumores
e de mil flutuações atmosféricas
- alheio a toda humana contingência...

Onde um momento é sempre
e o mal e o bem não têm nenhum sentido...

Mundo
em que a forma também é a própria essência.

Ó Vida
Transfixada ao muro – e que palpita,
entanto,
num misterioso, eterno movimento!


Não basta saber amar...
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)
Para Milton Quintana

Neste mundo, que tanto mal encerra,
não basta saber amar,
mas também saber odiar,
não só servir a paz, mas também ir para a guerra.
Seguiremos assim o próprio exemplo
de Jesus, que tanto amor pregou na Terra...,
quando Ele, num ímpeto de cólera,
a relhaço expulsou os vendilhões do templo!


Paulinho da ViolaCoisas do mundo, minha nêga (2003): 


Paulinho da ViolaMeu mundo é hoje (2003): 



Às vezes tudo se ilumina
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)

Às vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidade
E é como se agora este pobre, este único, este efêmero
[instante do mundo
Estivesse pintado numa tela, sempre...


Quem ama inventa
Mário Quintana (Do livro “A cor do invisível” – 1989)

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revoo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Oh! Meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!


Sambô (I can´t get no) Satisfaction (The Rolling Stones, 2012): 

SambôSunday Bloody Sunday (U2, 2012): 












sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Franz Marc, O Sonho, 1911

O TEMPO - Cheiro, som e aparência 
Ray Bradbury (1920-2012), grande escritor de ficção científica norteamericano, descobriu em Marte, e relatou em suas "Crônicas Marcianas" (1950), que o Tempo pode ter cheiro, som e aparência:

"Havia um cheiro de Tempo no ar. Ele sorriu e examinou essa fantasia na mente. Era uma ideia. Qual seria o cheiro do Tempo? Cheirava a poeira, a relógios e a pessoas. E se perguntasse qual seria o barulho do Tempo, era como água correndo em uma caverna escura, vozes gritando, sujeira caindo pelas tampas das caixas vazias, e chuva. E, indo ainda mais longe, qual seria a aparência do Tempo? O Tempo era como a neve pingando em silêncio em uma sala escura ou se parecia com um filme silencioso em um teatro antigo, cem bilhões de rostos caindo como aqueles balões de Ano-Novo, caindo e caindo para o nada. Assim eram o cheiro, a aparência e o som do Tempo. E, naquela  noite, Tomás esticou a mão para fora da caminhonete, para sentir o vento, naquela noite quase dava para tocar o Tempo". 

O Tempo e a Beleza
            Mal se passa da página 10 de “No teu deserto” (2009) e  o escritor português Miguel Sousa Tavares (1952) vem com esta reflexão sobre a beleza que não tem idade:
            Fico sempre perturbado com as mulheres demasiado bonitas, nunca sei se são para ser olhadas ou evitadas, contempladas como merecem ou deixadas em paz, porque aquele dom não é culpa que se carregue para devassa alheia. Mas esta mulher parecia uma aparição, uma fada, saída da mata em frente, que era uma mata verdadeiramente encantada. Não estou a brincar, isto foi mesmo assim: eu estava deslumbrado pela beleza dela e ela devia ter uns setenta e muitos anos, talvez mesmo oitenta. Levantei-me no fim do almoço e, quando ia a passar pela mesa dela, não resisti e, em francês – porque a tinha ouvido falar francês -, perguntei-lhe delicadamente se lhe podia dizer uma coisa. Ela fez que sim, com os seus olhos de água, e eu disse-lhe exactamente o que pensava: que ela era, talvez, a mulher mais bonita que eu já tinha visto. Ela sorriu, um sorriso lindo mas triste, como se aquilo lhe causasse mais sofrimento do que alegria, pousou uma mão de dedos esguios sobre a que eu tinha apoiado na mesa, e disse-me:
               
Agora é com você, Ventoso leitor, cate esse livro em alguma livraria ou então invente o que a bela senhora disse...
U2Beautiful Day (2000): 

U2 With or without you (1987): 

ESPAÇO DO LEITOR
Atendendo aos pedidos da leitora Clarice Lispector (1920-1977), que não perde uma atualização sequer do CoV, dois poemas de Federico García Lorca (1898-1936):

Casida II
DO PRANTO
Federico García Lorca (do livro “Divã do Tamarit”, 1936)
Fechei a minha sacada
porque não quero ouvir o pranto,
mas por detrás dos muros grises
não se ouve outra coisa que o pranto.

Há pouquíssimos anjos que cantem,
há pouquíssimos cães que ladrem,
mil violinos cabem na palma da minha mão.

Mas o pranto é um cão imenso,
o pranto é um anjo imenso,
o pranto é um violino imenso,
as lágrimas amordaçam o vento,
e não se ouve outra coisa que o pranto.

Casida VII
DA ROSA
Federico García Lorca (do livro "Divã do Tamarit", 1936)
A rosa,
não buscava a aurora:
quase eterna em seu ramo,
buscava outra coisa.

A rosa,
não buscava nem ciência nem sombra;
confim de carne e sonho,
buscava outra coisa.

A rosa,
não buscava a rosa.
Imóvel lá no céu
buscava outra coisa. 

U2 Sweetest Thing (1988):

U2I still haven´t found what I´m lookin´ for (1987): 







quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Edy Legrand, Crianças de Telouet, s/d

Confissões de Meursault nos 99 anos de Albert Camus
Parte 1

O Estrangeiro (1942)
            Eu, Meursault, simplesmente Meursault, confesso que fui um estrangeiro para Albert Camus (1913-1960). Alertei Camus, entre um cigarro e outro, em um café em Argel, nos anos 1940, que o que me abalava e, portanto, muito me incomodava, a partir daquele momento, era a alienação e o desencanto da humanidade após as Guerras Mundiais. Depois de 10 milhões de mortos na guerra de trincheiras, do Holocausto judaico e das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, maciçamente, homens e mulheres de todas as idades passariam a ver a vida como algo sem sentido, algo banal, mero fruto do acaso. Camus então era um jovem idealista e pensava diferente de mim. As lutas políticas contra o fascismo, contra o racismo, a descolonização iminente da África e da Ásia, o Comunismo fariam renascer, ou no mínimo, preservariam uma certa dose de rebeldia, indignação e, compartilhando esses sentimentos contrários à injustiça e à desigualdade, as pessoas encontrariam a felicidade no convívio coletivo.
        O fim do nazismo, disse-me Camus, faria que todos, ou quase todos, espontaneamente valorizassem a democracia e a diversidade de crenças e culturas, celebrando-se assim a vida. Mas discordei dele, e decidi pôr em prática aquilo que previa como destino do homem contemporâneo – o menosprezo, o deboche e a ignorância sendo considerados inevitáveis frente à pobreza material, mas, sobretudo, espiritual que assolaria a todos após as Grandes Guerras.
        Assim, adotei uma atitude de indiferença e ceticismo contra qualquer coisa humana. Não chorei ao enterrar minha mãe - a mesma senhora que havia abandonado em um asilo depois que envelhecera. Com quantos anos ela morreu? Até hoje não sei. Marie, minha companheira, pediu-me em casamento e disse que casaria, se ela assim quisesse. Mas quanto a mim, não a amava. Casar ou não casar dava no mesmo.
        Por fim, não hesitei em atirar naquele muçulmano que ameaçou com uma faca meu amigo Raymond, na praia. Mas não fiz isso por ele. Fiz sem saber por quê. Ou melhor. Fiz para que Camus percebesse que, com Deus ou sem ele, os homens modernos achariam cada vez mais a vida um absurdo e prefeririam ofendê-la, insultá-la, do que tentar melhorá-la começando cada um por si. Tementes da morte são os homens, isto sim, não do Inferno.
        E, por isso, não pedi perdão. De nada me adiantava o indulto da Justiça ou do padre. Jovem, a guilhotina separou minha cabeça do corpo. Cabeça esta que anteviu a estupidez das multidões desenraizadas nos centros urbano-industriais e tramou todo este triste teatro perante Camus para que ele, com seu talento, que eu, admito, não tinha, contasse minha história, assim podendo despertar a todos aqueles ainda não completamente contaminados pela crença de que se combate a estupidez com mais estupidez e a brutalidade com apatia e insensibilidade.
P.S.: Dedico esta confissão a todas as crianças. (Meursault, 12/10/1942).

O que é a felicidade senão a mera harmonia entre um homem e a vida que ele leva”? (Albert Camus, “A Queda”, 1956).
           

Elis ReginaRomaria (1978):

Zé RamalhoA peleja do Diabo com o Dono do Céu (1979):

Orquestra Contemporânea de OlindaCanto da Sereia (2009): 

Cordel do Fogo Encantado Morte e Vida Stanley (2005): 

Luiz GonzagaA Morte do Vaqueiro (s/d): 

Chico Buarque e João Cabral de Melo NetoFuneral de um lavrador (1966): 

quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Otto Dix, Rua de Praga, 1929

Quem será o MENOR brasileiro de todos os tempos?
            Por sugestão do leitor Policarpo Quaresma (? - 1892) a enquete do mês de outubro pergunta aos leitores e leitoras - Quem será o MENOR brasileiro de todos os tempos?
      Em seu tuíte telepático, o Major Quaresma não nos especificou o que ele quis dizer com menor: Baixinho? Sacana? O contrário de maior? Acorde em tom menor?
            Deixamos para que os Ventosos leitores decidam.
            Abaixo, apresentação pessoal de cada candidato:

Capitão Nascimento (?) – Sou o mais recente “herói” do cinema brasileiro, torturador e pistoleiro, integrante da polícia militar carioca. Protagonista dos filmes “Tropa de Elite” 1 & 2 (2007 e 2010, respectivamente, Dir.: José Padilha), eu, Capitão Roberto Nascimento, virei astro pop ao atuar na segurança pública do Brasil agindo tal qual os criminosos. Soldado profissional, mas pai e marido amador, virei Sub-Secretário de Inteligência no RJ. Como um bom moço, ingênuo e logrado, percebi que era fantoche de políticos pilantras.

Ditadores MilitaresComo uma espécie de Hidra de 5 Cabeças (nem um pouco rara na fauna da América Latina), protagonizamos o Regime Militar brasileiro (1964 a 1985). Fomos presidentes-generais, eleitos pelos próprios colegas militares na seguinte hierarquia (pilar virtuoso para uma Nação Ordenada e Desenvolvida): 1) Humberto de Alencar Castelo Branco (1897-1967); 2) Artur da Costa e Silva (1899-1969); 3) Emílio Garrastazu Médici (1905-1985); 4) Ernesto Geisel (1907-1996); 5) João Batista Figueiredo (1918-1999). Censura, perseguições e torturas contra a oposição política; centenas de mortos e desaparecidos; industrialização dependente e conservadora; êxodo rural gigante; desmantelamento do primeiro período democrático brasileiro (1946 a 1964); crise da dívida externa; eis alguns trunfos nossos - Hidra verde-oliva que viveu 21 anos.

Domingos Jorge Velho (? – 1703): Fui Bandeirante. Procurei ouro nos sertões. Caçador de índios e protagonista da destruição do Quilombo dos Palmares em 1695. Matei Zumbi. Levei a cabeça dele para Recife com André Furtado de Mendonça.

EuLevanto na matina. Pego ônibus lotado. Sou trabalhador assalariado. Gremista. Casei há 5 anos. Tenho duas amantes. Pai. Mas só de vez em quando. Pago 1352 impostos. Só sei o nome de 2. Católico não-praticante. Não. Espírita. Não. Evangélico. Não. Umbandista. Sei lá. Político é tudo ladrão. Voto nulo. Gosto de novela. De cerveja. Sou gremista. Ah! Já disse. Não gosto de cemitério. Gosto de loura. Furo fila. Vou trabalhar na Copa. Só não sei se do bar ou do Mundo. Morri aos 27 com uma bala perdida. Não. Nada. Num racha na Dorival. Creio na vida eterna. E em Deus. Gooooool. Amanhã pagaria a prestação 3458 do meu Fiat Uno. Começaria cursinho de Inglês e Informática. Fazer o quê. Morri. Ou melhor. Me mataram. Não tinha soro, nem seringa, nem agulha, nem esparadrapo, nem enfermeira, nem médico no Hospital público. Só um padre.

Silvio Santos – “Gostaríamos de entregar uma Menção Honrosa ao Patrão. Mas como nos lembra o Major Quaresma, precisamos preservar a lisura da enquete e isso implica em apenas reconhecermos que a sondagem de outubro foi inspirada no canal do Seu Silvio(Ass.: Os Redatores do Vento).

Frodo Bolseiro (2968 da 3ª Era do Sol - ?) Sou um Hobbit, portanto não passo de um metro de altura. Moro na Terra Média. Meu tio foi outro famoso baixinho, Bilbo. Meu pai era inglês, J.R.R. Tolkien (1892-1973) - escrevia livros. Se sou brasileiro? Bem, meu pai sempre me ensinou que a ficção não tem pátria. Vote em mim! Afinal, o Anel de Sauron me dá poder, deixando-me muito malvado ou, no mínimo, atormentado.

Pedro Álvares Cabral (1467-1520)– Chamava-me então Pedro Álvares de Gouveia quando, em nome d´El-Rei Dom Manoel, comandei a esquadra que oficializou o controle português das terras brasileiras, em 22/04 de 1500. Andei pela Índia e, após a morte de meu irmão mais velho, herdei o sobrenome do pai – Cabral. Corrigi alguns erros de português na carta do Caminha, ainda que o meu forte fosse mesmo a Matemática. Chorei ao ver o grande Bartolomeu Dias morrer no mar. Morrer no mar não é doce, não! Enganaram-se os pescadores, os poetas e a música do Dorival Caymmi.

Dori CaymmiÉ Doce Morrer no Mar (1984): 

Raul SeixasNão fosse o Cabral (1983): 

PC Farias (1945-1996): Paulo César Farias. Fui tesoureiro da campanha vitoriosa de Fernando Collor de Mello (1949) nas eleições para Presidente de 1989. A primeira eleição com voto direto popular desde 1960! Só porque me desentendi com o irmão do Presidente, com a Veja e com a Grobo me acusaram de chefiar um enorme esquema de corrupção. Ora, sem o dinheiro arrecadado na campanha, Collor não teria desbancado o metalúrgico Lula (1945) naquele pleito de 89. São ingratos esses burgueses, não?

Roberto Marinho (1904-2003): Jornalista e empresário. Fundei um Império Grobal. Defendi a Hidra de 5 Cabeças nos editoriais do meu tabloide. Ora, recebi deles a licença pra inaugurar minha rede televisiva. Rede esta que ajuda a formar o imaginário popular brasileiro há meio século.

Zé Pequeno (?): Perdeu preibói se me chamá de Dadinhu! Tipu nóis semu confirmadu aqui na CDD nóis é que manda metê bala nos homi e nóis trafica e paga arrego prus colega do Capitão Nascimento mais nóis é que nem o Nascimento pobre e sanguinário. Vota em mim se não tu acorda furado maguinata! Sarve sarve Paulo Lins (1958).

Playing For Change Nda (2010): 

Playing For ChangeTeach Your Children (2012): 


Triste Fim de Policarpo Quaresma
Epitáfio do Major Quaresma: “Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora, que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixava de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara; ele não experimentara”. (Lima Barreto, 1911).

Playing For ChangeOne Love (2009):

Playing For ChangeMellow Mood (2012): 

Playing For Change Samba de Viola (2010): 

Playing For ChangeSittin´on the dock of the bay (2009):