quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Otto Dix, Rua de Praga, 1929

Quem será o MENOR brasileiro de todos os tempos?
            Por sugestão do leitor Policarpo Quaresma (? - 1892) a enquete do mês de outubro pergunta aos leitores e leitoras - Quem será o MENOR brasileiro de todos os tempos?
      Em seu tuíte telepático, o Major Quaresma não nos especificou o que ele quis dizer com menor: Baixinho? Sacana? O contrário de maior? Acorde em tom menor?
            Deixamos para que os Ventosos leitores decidam.
            Abaixo, apresentação pessoal de cada candidato:

Capitão Nascimento (?) – Sou o mais recente “herói” do cinema brasileiro, torturador e pistoleiro, integrante da polícia militar carioca. Protagonista dos filmes “Tropa de Elite” 1 & 2 (2007 e 2010, respectivamente, Dir.: José Padilha), eu, Capitão Roberto Nascimento, virei astro pop ao atuar na segurança pública do Brasil agindo tal qual os criminosos. Soldado profissional, mas pai e marido amador, virei Sub-Secretário de Inteligência no RJ. Como um bom moço, ingênuo e logrado, percebi que era fantoche de políticos pilantras.

Ditadores MilitaresComo uma espécie de Hidra de 5 Cabeças (nem um pouco rara na fauna da América Latina), protagonizamos o Regime Militar brasileiro (1964 a 1985). Fomos presidentes-generais, eleitos pelos próprios colegas militares na seguinte hierarquia (pilar virtuoso para uma Nação Ordenada e Desenvolvida): 1) Humberto de Alencar Castelo Branco (1897-1967); 2) Artur da Costa e Silva (1899-1969); 3) Emílio Garrastazu Médici (1905-1985); 4) Ernesto Geisel (1907-1996); 5) João Batista Figueiredo (1918-1999). Censura, perseguições e torturas contra a oposição política; centenas de mortos e desaparecidos; industrialização dependente e conservadora; êxodo rural gigante; desmantelamento do primeiro período democrático brasileiro (1946 a 1964); crise da dívida externa; eis alguns trunfos nossos - Hidra verde-oliva que viveu 21 anos.

Domingos Jorge Velho (? – 1703): Fui Bandeirante. Procurei ouro nos sertões. Caçador de índios e protagonista da destruição do Quilombo dos Palmares em 1695. Matei Zumbi. Levei a cabeça dele para Recife com André Furtado de Mendonça.

EuLevanto na matina. Pego ônibus lotado. Sou trabalhador assalariado. Gremista. Casei há 5 anos. Tenho duas amantes. Pai. Mas só de vez em quando. Pago 1352 impostos. Só sei o nome de 2. Católico não-praticante. Não. Espírita. Não. Evangélico. Não. Umbandista. Sei lá. Político é tudo ladrão. Voto nulo. Gosto de novela. De cerveja. Sou gremista. Ah! Já disse. Não gosto de cemitério. Gosto de loura. Furo fila. Vou trabalhar na Copa. Só não sei se do bar ou do Mundo. Morri aos 27 com uma bala perdida. Não. Nada. Num racha na Dorival. Creio na vida eterna. E em Deus. Gooooool. Amanhã pagaria a prestação 3458 do meu Fiat Uno. Começaria cursinho de Inglês e Informática. Fazer o quê. Morri. Ou melhor. Me mataram. Não tinha soro, nem seringa, nem agulha, nem esparadrapo, nem enfermeira, nem médico no Hospital público. Só um padre.

Silvio Santos – “Gostaríamos de entregar uma Menção Honrosa ao Patrão. Mas como nos lembra o Major Quaresma, precisamos preservar a lisura da enquete e isso implica em apenas reconhecermos que a sondagem de outubro foi inspirada no canal do Seu Silvio(Ass.: Os Redatores do Vento).

Frodo Bolseiro (2968 da 3ª Era do Sol - ?) Sou um Hobbit, portanto não passo de um metro de altura. Moro na Terra Média. Meu tio foi outro famoso baixinho, Bilbo. Meu pai era inglês, J.R.R. Tolkien (1892-1973) - escrevia livros. Se sou brasileiro? Bem, meu pai sempre me ensinou que a ficção não tem pátria. Vote em mim! Afinal, o Anel de Sauron me dá poder, deixando-me muito malvado ou, no mínimo, atormentado.

Pedro Álvares Cabral (1467-1520)– Chamava-me então Pedro Álvares de Gouveia quando, em nome d´El-Rei Dom Manoel, comandei a esquadra que oficializou o controle português das terras brasileiras, em 22/04 de 1500. Andei pela Índia e, após a morte de meu irmão mais velho, herdei o sobrenome do pai – Cabral. Corrigi alguns erros de português na carta do Caminha, ainda que o meu forte fosse mesmo a Matemática. Chorei ao ver o grande Bartolomeu Dias morrer no mar. Morrer no mar não é doce, não! Enganaram-se os pescadores, os poetas e a música do Dorival Caymmi.

Dori CaymmiÉ Doce Morrer no Mar (1984): 

Raul SeixasNão fosse o Cabral (1983): 

PC Farias (1945-1996): Paulo César Farias. Fui tesoureiro da campanha vitoriosa de Fernando Collor de Mello (1949) nas eleições para Presidente de 1989. A primeira eleição com voto direto popular desde 1960! Só porque me desentendi com o irmão do Presidente, com a Veja e com a Grobo me acusaram de chefiar um enorme esquema de corrupção. Ora, sem o dinheiro arrecadado na campanha, Collor não teria desbancado o metalúrgico Lula (1945) naquele pleito de 89. São ingratos esses burgueses, não?

Roberto Marinho (1904-2003): Jornalista e empresário. Fundei um Império Grobal. Defendi a Hidra de 5 Cabeças nos editoriais do meu tabloide. Ora, recebi deles a licença pra inaugurar minha rede televisiva. Rede esta que ajuda a formar o imaginário popular brasileiro há meio século.

Zé Pequeno (?): Perdeu preibói se me chamá de Dadinhu! Tipu nóis semu confirmadu aqui na CDD nóis é que manda metê bala nos homi e nóis trafica e paga arrego prus colega do Capitão Nascimento mais nóis é que nem o Nascimento pobre e sanguinário. Vota em mim se não tu acorda furado maguinata! Sarve sarve Paulo Lins (1958).

Playing For Change Nda (2010): 

Playing For ChangeTeach Your Children (2012): 


Triste Fim de Policarpo Quaresma
Epitáfio do Major Quaresma: “Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora, que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixava de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara; ele não experimentara”. (Lima Barreto, 1911).

Playing For ChangeOne Love (2009):

Playing For ChangeMellow Mood (2012): 

Playing For Change Samba de Viola (2010): 

Playing For ChangeSittin´on the dock of the bay (2009): 

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