sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Do capítulo XIII dos "Contos Pra Cantar": Ramalhete...


Ramalhete de flores de fogo (que a chuva apagou)
C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento

Sempre gostei das mentiras que você dizia pra mim
Sempre assisti aos filmes que você achava ruim
Sempre sonhei com aquele beijo que você não me deu
Sempre rezei pra todos os deuses que você nunca creu

Sempre bebi todas as doses que você rejeitou
Sempre lutei por utopias que você tantas vezes negou
Sempre reli aquele livro que você nunca acabou
Mas ainda assim, sinto falta de ti (4x)

Sempre ri das piadas mais tolas nas horas impróprias
Mas nunca engoli a vergonha de artimanhas inglórias
E nunca esqueci daquilo tudo que outros tantos logo esquecem
Eu nunca pedi nada daquilo que você não pudesse me dar
Vejo a verdade como algo relativo, mas nem tanto assim (2x)

Sempre busquei um samba blues no lugar desse seu pop tão frívolo
Mas nunca evitei saborear desse teu doce veneno no umbigo
Do amargo provei quando colhi a tempestade que outro alguém semeou
Vou lhe entregar um ramalhete de flores de fogo que a chuva apagou
Mas ainda assim, sinto falta de ti (4x)


* Faixa do álbum "Cavalgando o Vento", gravado entre Julho de 2012 e Agosto de 2013, no Estúdio LACOS, em Cachoeirinha/RS, com a produção de Cleiton Amorim e apoio do FUCCA (Fundo da Cultura de Cachoeirinha).

** Do capítulo XIII do livro “Contos Pra Cantar do Inventor do Vento”.

Ficha técnica da canção:
Letra, Música, Voz: C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento
Violões, Guitarras, Vocal de Apoio: Mick Oliveira
Sopros: João Cândido
Baixo, Bateria, Percussão e Teclado: Daniel "San"
Técnico de Áudio: Luan Henrique
Produção: Cleiton Amorim

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Milonga de como surgiu o Rio Grande


Milonga de como surgiu o Rio Grande
(Inspirada em livro de L. C. Barbosa Lessa por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva, Agosto de 2017)
*Arte por Florencio Molina Campos (1891 a 1959)

1. Filho de índia guarani com pai espanhol espadachim
2. Que preferiu ir colher prata em Potosí, nos Andes da Bolívia
3. Um português se condoeu do guri e resolveu tomar conta da terra
4. O outro pai logo voltou e foi assim que começou uma briga tremenda que durou de 1737 a 1801
5. Queria-se o ouro e a prata, encontrou-se a erva-mate, o aipim, o milho, o tabaco, o algodão, a boleadeira, o poncho, o pala e os sambaquis
6. Na pampa perfeita pro boi e pro cavalo
7. Vieram os padres jesuítas fundar Missões no rio Uruguay e lavrar a alma do índio na fé em Cristo
8. Desembarcaram os colonos açorianos das nove ilhas de Açores, lado norte do Atlântico
9. E eles viraram Coronéis da Farinha nos banhados do rio Gravataí, a antiga Aldeia dos Anjos
10. No porto de Rio Grande, nos Campos de Viamão, na Estrada Velha de Santo Antônio da Patrulha, na fortaleza do Rio Pardo são das vilas mais antigas da Província de São Pedro
11. Ou Continente: imensa solidão de terra tape entre a Laguna dos Patos e o corredor central que vai de Santa Maria da Boca do Monte à Grande Porto Alegre
12. Na fronteira vejo os contrabandistas argentinos e uruguaios; sopra o vento Nordeste na areia das praias do Chuy às Torres, come-se os pinhões dos Campos de Cima da Serra, colhidos por tropeiros e pelos caingangues
13. Da África vieram os negros pra morrer trabalhando nas charqueadas e no frio do vento minuano
14. Negritude que inventou tambores de sopapo para cantar seus orixás e jogar capoeira
15. Italianos que subiram a Serra Geral com seus vinhos em 1875
16. Alemães e suas indústrias no fundo dos Vales em 1824
17. Ouça o clarim da guerra / dos corpos caindo no campo de batalha / ouça o clarim dos caudilhos e heróis se batendo / das ideias e dos interesses / eis que se fez a Farroupilha / guerra republicana contra o monárquico império do Brasil / de 1835 a 1845
18. Nasceu ali o mito do gaúcho idolatrado pelos CTG´s
19. Outras terríveis guerras civis aconteceram em meio século entre chimangos e maragatos; em 1923 de novo, outra vez, os lenços brancos e vermelhos se degolaram
20. Enquanto isso numa estância em São Borja crescia o mito Getúlio Vargas, o mais amado e odiado presidente do Brasil nos extremos que fizeram o século XX.

* Laboratório de Sons do Vento

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Los uruguayos y los cuatro viajeros


Era Setembro de 2017 / Chovia sobre Montevidéu
E os quatro viajantes do Rio Gravatahy / Cantavam aos uruguayos que
Plantaram caracóis nas cabeças de Vento.

Voz, letra e música: Inventor do Vento Violão: Mick Oliveira Câmera: Jujuba Negreiros Fotografias: K Bitelo