terça-feira, 5 de maio de 2020

LÍNGUA, DITADURA E POESIA


É dia da língua portuguesa, cumpádi.
A língua dos nossos pensamentos. Filha do latim.
280 milhões de seres, mais os que já se foram, pensam na língua do marinheiro Camões.
Nesta semana novamente alguns paspalhos utilizaram nossa língua pra lamber general e pistoleiro.
Enquanto isso, grandes poetas se foram: por causa da pandemia ou enojados de envelhecer à sombra do fascismo - palavra também do latim que significa “açoitar os escravos”. Claro, para a extrema-direita, hoje no governo federal, escravos são todos aqueles que discordam de seus lucros, preconceitos e armas.
O poeta ALDIR BLANC foi o herdeiro direto de Noel Rosa, cantar as letras do samba como documentos do morro, das crônicas do carnaval, da cerveja quente da vida noturna.
O poeta do corpo FLÁVIO MIGLIACCIO foi um grande cômico brasileiro encenando o lado infantil do riso sem apelar para o riso dos ratos.
O poeta CIRO PESSOA abriu a sonífera ilha de nosso surrealismo, porque não será o medo da loucura que nos fará arriar a bandeira da imaginação.
Uma boa notícia no dia de hoje: O Velho Marx, maior pensador do século XIX, comemora 202 anos de nascimento. O primeiro filósofo, cumpádi, a colocar a classe trabalhadora no centro da sociedade.
(c. a. albani da silva, o inventor do vento, 05/05/2020)





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