Gravação ao vivo em 18.12.2021 da sessão de estreia da esquete a FÁBULA do GALO, produção do Teatro do Vush, um dos tantos sopros criativos do Cavalgando o Vento.
Uma leve e breve reflexão sobre as penas do egocentrismo.
Pequeno ensaio sobre a Fábula do Galo
Espero contribuir com algumas palavras descompromissadas, sem a intenção de esgotar os caminhos hermenêuticos de interpretação que poderíamos ensejar para ter uma experiência estética com a peça.
Tomando como influência os grandes fabulistas da Grécia antiga, o Inventor do Vento e sua comitiva de teatro constroem uma narrativa metafórica que assim como nas fábulas clássicas, propõe reflexões morais para provocar os espectadores a repensar seus valores e questionarem seus egos.
Em tempos de crise política e social, a peça toca nos pontos especiais que ignoramos muitas vezes, como por exemplo nossa compulsão em ignorar o entorno e cultivarmos um estilo de vida narcísico, o velho ego, o eu de Sigmund Freud.
Além dos aspectos filosóficos é interessante ressaltar como a dinâmica musical e de interação dos atores, interpretando animais, transparece a interdependência de todas as coisas, conceito caro ao budismo e a muitas outras tradições místicas e filosóficas. Indo nessa pegada, a peça, em sua duração breve, em poucas palavras comunica muito.
Como nas animações do Studio Ghibli, sentimos um trabalho, nessa fábula do Galo, que consegue atingir públicos de todas as idades, em uma linguagem acessível, mas não redutivel à vulgarização dos temas abordados, me lembrou os nekos do filme “ o reino dos gatos”.
A maquiagem dos atores estava harmônica ao personificar os animais, podemos pensar a peça, através de figuras de linguagem que criticam nossa relação egoísta com os animais, que habitam nossos pratos, e a contradição em amarmos nossos pets e sermos indiferentes ao gado.
Os músicos embalaram com trilhas sonoras específicas para cada personagem. Eu particularmente amo instrumentos de sopro, a flauta transversal tem um timbre que preenche, e o Sol apesar de seu tamanho, ainda assim, seria o que? Sem nós para nomearmos? Costumamos nos sentir pequenos diante do cosmos, mas como disse Carl Sagan, apesar da opulência e infinidade do universo, ainda assim em nossa efemeridade, somos singulares e ainda existem razões para amar.
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