terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

LUNDU na Bahia com Vinicius de Moraes

 


Escrevi o LUNDU na primeira vez em que estive na Bahia, em 1857, lendo as páginas do livro "Ganhadores: a greve negra...", do historiador João José Reis.

Agora, no século XXI, tive a oportunidade de apresentar o poema-canção a Vinicius de Moraes na Praia de Itapuã.
LUNDU
(c.a.albani da silva, o inventor do vento)
Ê Lundu Ê Nagô
No tempo maldito dos malditos senhores de engenho
Nas ruas e no cais da Cidade da Bahia
Negros ganhadores e ambulantes
Faziam o frete distante
No cesto, na tina, no pau e na corda
Erguiam cadeiras, remavam saveiros
Alvarengas e compridas canoas
Levavam gente, comida, baús sob a fina garoa
A controlar e obedecer
A multar, intimidar
A constranger e a taxar:
A polícia, a câmara
Só uns poucos irão lucrar
Ergueu-se a parede nagô em Salvador
Não era uma revolta, não era um quilombo
Mas a negritude parou a cidade
Desnortearam patrões, abalaram autoridade
Abaixo às grades das Aljubes e outras prisões do Brasil
Tudo o que corre e grita
Tudo o que trabalha
Tudo o que carrega
É Lundu É Nagô
cavalgandoovento.blogspot.com.br
@cavalgando_o_vento

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