quinta-feira, 19 de abril de 2012

Joan Miró, O Galo, s/d

DIREITOS x DESEJOS
Como conciliar DIREITOS COLETIVOS com DESEJOS PESSOAIS? Os jacobinos, durante a Revolução Francesa (1789), criaram a guilhotina pensando que resolveria. Não resolveu. E a coisa ficou ainda mais confusa após a Revolução Sexual (1950-1970), que basicamente foi a invenção da pílula anticoncepcional, o início da independência feminina e a criação de uma identidade jovem a partir da contracultura (beatniks, rock, hippies, rastafáris, punk, hip-hop). OSCAR WILDE (1854-1900) antecipou esse impasse entre o sofrimento humano e o prazer, a liberdade e as regras, no livro “O Retrato de Dorian Gray(1891).
Atiçado por Lorde Wotton, Dorian vivia uma vida depravada e promíscua. Certo dia solicitou a um pintor que fizesse um retrato seu. Dorian acreditava que o retrato lhe garantiria a imortalidade. O curioso é que quem envelheceu, ao longo do tempo, foi justamente o tal retrato. Enquanto isso, Dorian seguia agindo como um jovem bobalhão e perverso. Nem todo mundo gostava disso, era o caso de Sybil Vain, sua noiva.
P.S.: Em 1895, Oscar Wilde foi preso na Inglaterra por “atentado ao pudor”. Ou seja, pela audácia de seus livros e por seu namoro com lorde Alfred Douglas. O papai do lorde, rico e influente, não gostou dessa história e “puxou o tapete” de Wilde, que só queria ser feliz... (Albani da Silva, 16.04.2012)

O Último Tango em Paris (1972)Dir.: Bernardo Bertolucci
O filme ilustra um bocado da REVOLUÇÃO SEXUAL da 2ª metade do século XX. Prazer, solidão, sexo, hedonismo, manteiga...

GRAVEOLA e o LIXO POLIFÔNICOInsensatez (2010):


A CONDESSA SANGRENTA
Isabel Báthory (1560-1614), a Condessa de Cséjthe, ou Sangrenta, também só queria ser feliz, pobrezinha! A moça sentia prazer torturando e mutilando pessoas no seu castelo, na Hungria, no início do século 17. De acordo com anotações de seu próprio punho foram, no mínimo, 650 vítimas. Por sua família ser da nobreza, e protegida dos reis da dinastia Habsburgo, Isabel escapou da fogueira, pegando perpétua – trancafiaram-na no seu próprio castelo até morrer. (Albani da Silva, 16.04.2012)

Ainda sobre o PRAZER
Giovanni Boccaccio (1313-1375) foi quem falou: “Não acredito que prazer, conselho e exemplo sejam obtidos sem sofrer-se aborrecimentos”. Em seu “DECAMERÃO(1353), "Primeira Jornada", "Reinado de Pampinéia", também falou que:

PRIMEIRA NOVELA: O senhor Ciapelletto engana um santo frade fazendo-lhe uma falsa confissão; e morre. Em vida, tendo sido um homem muito mau, é considerado santo após a morte, passando a ser chamado São Ciapelletto.

QUINTA NOVELA: Com um banquete de galinhas e certas palavrinhas amáveis, a marquesa de Monferrato consegue reprimir o louco amor do rei da França.

SEXTA NOVELA: Um homem confunde, pela sua boa resposta, a perversa hipocrisia dos religiosos.

MARIA GADÚPodres Poderes (Caetano Veloso, 2011): 
Não confunda...
O LIBERTINO, o LIBERTÁRIO e o TIRANO. 
O libertino provoca, insolente, o tirano. O tirano arrebenta, bate, esmaga, dá pão e circo, imbeciliza ainda mais o libertino. O libertário, seguidamente, fica “chupando o dedo”, apaixonado. Pelo libertino (a)? Pelo tirano (a)? (Albani da Silva, 16.04.2012)

FRIDA - Sem Guarda-Chuva (Pode Chover) / 2012


Conta cá um segredinho! Só unzinho, vá!!!!
A misteriosa cozinheira de Madame S. fazia os melhores pratos do Marrocos. Mas não revelava a proporção exata e o ponto de cozimento, ainda que soubessem seus ingredientes. Somente no leito de morte, já bem velhinha, a cozinheira revelou seus truques, em árabe. Repetia a cozinheira conforme os casos 7, 37, 49 e 99 vezes, nem uma a mais, nem uma a menos, a seguinte fórmula: “Quem procura o segredo fora de si, perde a si e perde o seu segredo”.
Já o poeta Eusébio esconde outro segredo: “Este contínuo exercício de fingir emoções que não sinto e calar as que me sacodem com a força do desejo, com o tempo, corrói e exaure.
(Juan Goytisolo (1931), “As Semanas do Jardim(1997), por Albani da Silva, 16.04.2012).


GRAVEOLA e o LIXO POLIFÔNICO Dois lados da canção (2010):

Fernanda EstevãoBack to Black (Amy Winehouse, 2006):



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