sexta-feira, 14 de março de 2014

OBSECO MC

Emile Bernard, A colheita do trigo, 1888

O vento brisa o pensamento
(OBSECO MC)

Por quê?
Será que sou inocente demais?
Ao ponto de ser visto não um homem
E sim um rapaz
O tanto que eu fiz o tanto que eu faço
Em meio a tantas lamentações
Eu só me embaraço e pergunto
Todos os dias
Será que ser honesto, correto
Faz de mim um cara tão incorreto?
Minhas forças estão a se esgotar, mas desistir é inútil
Às vezes, os buracos são tão profundos que me tampam até a cabeça
Passam dias, semanas, até que eu esqueça
O tempo passa e nunca volta
Quanto mais só eu sou mais só eu fico
Uma aproximação, meia-dúzia de palavras
E uma decepção
Tantas palavras foram ditas
Mas alguma fez efeito?
Fez?
Não sei
Só sei que isso tudo
Tá sendo uma loucura
Onde nem as pronúncias têm o efeito de parecer uma denúncia
Se for parar pra pensar eu já me acho um espinho
Onde as rosas, ao meu redor, morrem
E novamente eu volto a ser sozinho
O vento leva as folhas
E o pensamento cobra

Erradas escolhas 


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