Juliana Negreiros, O abacateiro foi pro céu, 2009
Duas versões musicais para o poema “Quando o Vento sorri”: a versão
roque rural, lançada no CD do CoV em 2013, com viola caipira e ajuda do Mick
Oliveira no violão, e a versão na cidade mesmo, abril de 2015. Em nossas
ficções o campo anda nervoso e a cidade bem Bhuda zen...
Quando o Vento sorri
(C. A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)
Lá vem o Vento!
O Vento
Que arrasta
Descabela
Destelha
E destampa
Lá vem o Vento!
Nordeste – Quente e Opressor
Sul – Melancólico e Gelado
De Finados – Soprando na cara o pó
que viraremos
Já vem o Vento!
Loas às Tempestades!
Glória aos Furacões!
Lembranças a Hermes
Mercúrio – Exu – E a toda a Ventania
Só não venham
Agora
As brisas mansas
Marolinhas
E outras
Calmarias
Já está aqui o Vento!
E que mais nada fique
De pé então
Nem as árvores, nem os postes, nem os
deuses
Nem o Amor
Nem os mastros das bandeiras
Nem as perucas das velhas
Nem as Ideias de Jerico
Sopra o Vento!
Voam pelos ares
Cadeiras
O lixo
Dança a
Sacola Plástica
A bola inalcançável
Já não faz mais a criança feliz
Nem o boné
Aperta os miolos
De mais uma Cabeça de Vento
Ri o Vento
Pois
Não
Há
Nada Mais
Rebelde
Do
Que Ele.
(19.09.2012)
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