quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Jacinto viu sombras de reis barbudos (100 anos de José J. Veiga)

José J. Veiga, Sombras de reis barbudos, romance de 1972


José J. Veiga (1915 a 1999)
Real & irreal
Traz na sola do sapato o chão do meio rural
Na ponta da caneta
Pequenas cidades interioranas
Em Goiás: No sertão de Goiás
O curral, o rio, a pescaria e a caçada
De uma sociedade arcaica e opressora:
Homens que decidem, mulheres que se calam
E as crianças também
Aprende-se o luto e não o amor
A tecnologia, por si só, não traz um sentido pra nada
Mas traz intermináveis tarefas

Não tinha como ser lírico
Após o Golpe de ´64
E a ditadura militar que seguiu por 20 anos...

Vida que é feita com tijolinhos de cotidiano
Tijolaços de insólito

Cruzar a ponte
Subir ou descer a montanha
Margens de rio atravessadas
Estradas, fronteiras que nem sempre se encontram logo ali

“Quem mostrar sinais de medo estará perdido na estrada”

É por meio de provérbios & crenças que falamos
Na hora da travessia
As moedas podem não jorrar da terra
Mas as histórias, sim

Que é progresso que é poder nesse mundo moderno?
(A resposta é cruel e sem sentido a resposta é mágica)





                                  


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