sexta-feira, 1 de junho de 2018

Utopianos, uni-vos

A UTOPIA (1516) de Tomás Morus
por Inventor do Vento, C. A. Albani da Silva

1) Utopus fundou a República de Utopia não se sabe quando, suponho que na modernidade, deixando pra trás o velho reino de Abraxas;

2) No Oceano Atlântico, pertinho da América do Sul que até o marinheiro Américo Vespúcio (1454-1512) viu da sua caravela a Utopia em 1504;

3) A capital de Utopia é Amaurota, ou Aircastle, banhada pelo rio Anidro;

4) Lá existem 54 cidades idênticas em arquitetura e engenharia;

5) As casas dos moradores são sorteadas e redistribuídas a cada 10 anos entre eles;

6) Todas as casas têm jardins com frutas, videiras e flores. Há torneios de jardinagem;

7) No campo, pequenas roças de 40 camponeses cada;

8) Todo ano, 20 agricultores voltam pra cidade e 20 cidadãos vão para a roça cultivar a terra, criar animais, cuidar das florestas;

9) Além da agricultura cada utopiano aprende na escola uma ocupação: tecelagem, fiação, alvenaria, ferraria, carpintaria;

10) Não há alfaiates, pois todos usam o mesmo estilo de roupa;

11) Trabalho de 6 horas por dia; os excedentes da produção são para ajudar os vizinhos ou na época de grandes obras públicas (pontes, estradas, portos); quando não há nada urgente é decretado feriado a cada estação;

12) Sem a grande propriedade privada: ninguém é rico, mas ninguém é pobre;

13) Sem dinheiro também, acabou a paixão por posses e a ganância; acabaram os crimes e os abusos para enriquecer e ser superior;

14) Utopia, como já dito, é uma República, onde os mais velhos coordenam os mais jovens;

15) Assassinos locais ou estrangeiros são condenados à escravidão;

16) A guerra em Utopia não tem nada de glorioso e é coisa considerada de animal; mas homens e mulheres aprendem defesa pessoal desde criança;

17) A tolerância religiosa é a regra: uns adoram o Sol e a Lua, outros adoram grandes homens do passado; deus criou o mundo, mas os utopianos acreditam impossível a humanidade conhecer a deus nesta vida; a alma é imortal e todo o universo é sagrado;

18) Há celibatários e muitos vegetarianos;

19) A morte é o alcance da felicidade eterna, o único encontro possível com deus; os corpos são cremados em dias de cantos e danças;

20) Acreditam que a alma dos ancestrais está sempre por perto incentivando a não praticarem o mal;

21) São permitidos apenas 13 sacerdotes (padres) por cidade, que são eleitos, inclusive mulheres;

22) O jogo (cartas, tabuleiros, videogames), a caça e as drogas não trazem prazeres aos utopianos;

23) Preferem a música, a leitura e o esporte sendo estes muito praticados;

24) A felicidade lá é viver confortável e ajudar os outros a viver confortáveis também;

25) Matar até os animais é feio: os açougueiros são os escravos;

26) Ouro e prata valem menos que o ferro e a cerâmica; os penicos são feitos de ouro e prata; e as correntes dos escravos são feitas de ouro também;

27) As joias não passam de brincadeira para as crianças;

28) Os doentes sem cura ou muito velhos podem pedir a eutanásia;

29) Moças só se casam a partir dos 18 anos; moços com 20 anos;

30) Divórcio só com adultério ou falta de amor; o traidor é proibido de se casar de novo; a traição é condenada com a escravidão;

31) A Ciência, especialmente biologia e astronomia, é altamente moderna;

32) Os turistas são poucos por ano e só entram nas praias;

33) Não insultam os doentes mentais, pois os consideram depósitos de alegria;

34) Não há maquiagem;

35) O gigante Pantagruel nasceu na ilha, filho do europeu Gargântua e a utopiana Badebec; inclusive liderou os utopianos numa guerra contra os sedentos Dipsodos que tentaram invadir a ilha em nome de seu rei Anarche;

36) O viajante Rafael Hitlodeu morou na República de Utopia e contou tudo a Tomás Morus, Pedro Gilles e João Clemente, mas foi o primeiro deles, Morus, que na Inglaterra escreveu um livro sobre Utopia em 1516.

Um bárbaro rejeita como grosseiro tudo que não é francamente bárbaro

Tomás Morus (1478-1535)


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