quinta-feira, 2 de agosto de 2012



David Hockney, Autoestrada das Flores de Pêra, 1986

Confira o Vídeo Inédito do CoV!!!
Cavalgando o VentoO Esqueleto (C. A. Albani da Silva): Cavalgando o Vento canta e interpreta, de maneira bem-humorada e irônica, uma história de solidão e traição. Afinal, quem já não se encontrou (e ainda vai se encontrar de novo, óbvio) desamparado como o Esqueleto?

Os Vinte Anos de Poesia de Amaro Flores Castilhos
Entre 1984 e 2004, o poeta de Cachoeirinha/RS Amaro Flores Castilhos escreveu dezenas de poemas, reunidos no seu livro “Vinte Anos de Poesia” (2004). Na Introdução do livro ele nos explica a vigília constante do artista: “Bem antes de ler e conhecer o grande poeta Vladimir Maiakovski (1893-1930), eu já fazia o que ele pregava: ‘Todo poeta precisa estar sempre com uma caneta e um pedaço de papel no bolso, pois o poema pode surgir a qualquer momento, qualquer situação, qualquer lugar ou hora’. Se o poeta não anotar, acaba esquecendo e lá se foi talvez um grande poema”.

Alma, Coração e Cérebro
E Amaro disse também, nessa mesma Introdução: “A ousadia, a fuga do marasmo poético, a criatividade e a constante busca são elementos cotidianos do meu trabalho. [...] Mas eu vejo três coisas como básicas na construção de um bom poema (pelo menos sempre foi assim comigo): alma, coração e cérebro. Com a alma, o poeta percebe e capta o início de um poema que chega pelas ondas da inspiração. A alma é a nossa maior sensibilidade em contato com o invisível que nos rodeia. O coração é quem dá harmonia, vida, cor e luz ao poema. Carrega o poema com as coisas da vida, da terra. Põe sentido humano no poema. E o cérebro é quem organiza tudo, elimina excessos, inclui o que acha necessário e dá o toque final, sem sentimentalismo ou misticismo. O cérebro é o último componente, mas o mais frio e direto”.

O Bibliotecário
Amaro Flores Castilhos
Me alimento de teoria ao meio dia,
à meia noite, consumo metáforas
e na cozinha
onde tempero versículos
meu ego ri de mim.

Sou um arqueólogo imponderável
escavo o túmulo do cronômetro
absorvo a química do tempo
e congrego axiomas enferrujados

Em poucas e aritméticas horas
Edifico jardins matemáticos
Com símbolos e outras alquimias
Roubadas de um velho manuscrito.

Em sânscrito;
            Desvendo parábolas
            mistérios de luz
            poemas da cruz
            signos de sal
            e outras religiões
            entre o bem e o mal.
                                               (primeiros poemas)

Cavalgando o Vento Até Breve (C. A. Albani da Silva): 
O artesanato de transformar sentimentos, sonhos e experiências em canção: compor, ensaiar, gravar, divulgar...

Cavalgando o VentoCanção Pra Todo Mundo (C. A. Albani da Silva): Fotomontagem produzida pelo amigo Francisco Castro, de Porto Alegre/RS - grande parceiro de saraus, poesia e boa música. Valeu, Chico, pelo carinho!!! 

Namoro moderno
Amaro Flores Castilhos
Tenho teus ossos
sobre os meus ossos
ringindo
e o arco-íris sete cores
de tua boca bem talhada
a iluminar o céu de minha boca
noturna.

Tenho teus dedos coloridos
de um violeta carnal
a romper minha vasta e intranqüila
cabeleira.

Tenho por ti um amor
cor de sêmen
Tu tens por mim um amor
duradouro
como dura
um orgasmo.

Francisco CastroFor No One (Lennon/McCartney): 
Nem sinal de amor por trás de lágrimas choradas para ninguém.

The BeatlesFor No One (1966): O áudio original da canção dos Beatles, do álbum Revolver...

Divórcio
Amaro Flores Castilhos
Parto
contigo não mais reparto
minha pessoa.

Comerei
o pó de todas as estradas
que são distância.

Sentarei
diante de um pôr de sol diferente
livre.

No mar
meus pés reencontrarão o caminho
de outrora.

Necessito
ancorar minha alma em outro porto
mais tranqüilo.

Urgente
contra a velocidade dos anos perdidos
gastos.

Parto
não comparto mais contigo sequer
um segundo.

Cavalgando o VentoOne More Cup of Coffee (Bob Dylan): Releitura, ao vivo no Sarau do Clube Literário de Gravataí/RS, deste clássico de Bob Dylan, lançado originalmente no álbum Desire (1976).

Cavalgando o VentoÉ o que me interessa (Lenine/Dudu Falcão): Como já dissemos, em outra ocasião, um dos  grandes problemas atuais é que só corremos atrás do que nos interessa...

Poema para quem não gosta de poema
Amaro Flores Castilhos
Dobro os versos
amasso-os com jeitinho
delicadamente
silenciosamente
para que adentrem
nem que seja pelos fundos
de teu duro coração.

Há de haver uma fresta
um pequeno orifício
uma porta mal fechada ou coisa parecida
que permita ao poema penetrar
e lá encontrar guarida.

Preparo-o com afeto.
Visto-o com esmero
dou-lhe cor e aroma
e um pouco de dinheiro
para o vinho e para o pão
que a jornada exige
rumo ao teu coração.

Como se abrem as flores
teu mundo há de se abrir,
seja no beijo de um crepúsculo
seja num rosário de dores.

Creio na sensibilidade humana
raramente
Minha alma se engana.
 (Dedicado a quem gosta, Armindo Trevisan)

DirigíveisNos dias que passei aqui (Mick Oliveira, 2011): Vídeo produzido pela dupla C. A. Albani da Silva e Mick Oliveira homenageando grandes mestres da história do cinema no embalo do Rock n´Roll amargo da banda gravataiense Dirigíveis.


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