quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Egon SchieleMulher Arrogante, 1910

ConcursoCoV
A vida em um parágrafo
              Leitores e leitoras do Vento,
convidamos a todos e todas a soltarem a imaginação e, filosofando, cada um a sua maneira, resumiremem um parágrafo, essa coisa curiosa, por vezes doída, por vezes embriagante, que é a VIDA
     Envie o seu parágrafo até o dia 29/11 (aqui pro blog ou pro nosso Feicebuques) e concorra a um CD demo do CoV. Os melhores textos serão publicados no blog e o texto predileto da Ventania, ou seja, o mais criativo/poético/filosófico/bacanudo leva um CD nosso!!!!
            E para inspirar os Amigos do Vento...

1. A vida nada mais é...
        A vida nada mais é senão um movimento aleatório feito de coincidências e caprichos do destino; nunca acontece como planejamos ou prevemos; freqüentemente obtemos a felicidade por sermos obrigados a seguir um caminho que não escolhemos, ou a infelicidade seguindo o caminho por nós escolhido. Com que freqüência se pode evitar imaginar que portentosos eventos não poderiam ter ocorrido a partir de alguma circunstância banal que, por esse mesmo motivo, adquiriu uma importância muito maior do que a que normalmente teria?” (Louis de Bernières, “A Guerra de Don Emmanuel”, 1990).

2. Criar cachorros mudos
           Aurelio (um índio aimará colombiano) havia se tornado um prodigioso criador de cachorros; ouvira dizer, certa vez, que os maias, do México, possuíam cães que não latiam, e se tornou uma obsessão dele recriar essa espécie para si. A língua dos aimarás é famosa por ser a língua mais lógica do mundo, com uma sintaxe e uma gramática que enchem de alegria o coração do mais árido computador. Mas a lógica da língua não havia logrado fazer de Aurelio, em si, um homem racional. Talvez ele desejasse criar cães mudos por solidariedade com aquela civilização há muito desaparecida, ou talvez porque soubesse, de alguma forma, que todos os homens precisam de uma obsessão que lhes proporcione significado ou propósito às suas vidas, e, para isso, qualquer obsessão serve”. (Louis de Bernières, “A Guerra de Don Emmanuel”, 1990).

Noel Gallagher´s High Flying BirdsDream On (2012): Sim, as mulheres nos levam a nocaute. Sim, e essas bordoadas doem pra valer. Por isso, desesperado, à procura de alguma defesa, o leitor Adriano Smith comprou um par de luvas de boxe em promoção no Camelódromo e uma biografia de Cassius Clay, o Muhammad Ali.


Arnaldo AntunesA casa é sua (2010): Não falta cadeira, sofá, parede, porta, tapete, cama, sol da manhã, banheiro, quarto, abajur, sala de jantar, cozinha, cachorro uivando, casa, tempo que passa. Por que você demora?

WilcoSunloathe (2012): Para os navegantes falharem; para o pássaro e a baleia eliminarem a miséria. É tudo ou nada.

Nevilton Tempos de Maracujá (2012): A que horas mesmo? Difícil não se apegar a uma vida confortável, a um sofá. 

Balaio de AçoO Fole Roncou (Luiz Gonzaga, 2012): Cabroeira da minha terra subiu a ladeira e foi brincar. Eu fugi com Juventina. Contra bala de carabina, o amor de Juventina me dá forças pra brigar. 

OttoEla falava (2012): Falar de coisas ruins. Até de futebol. Até de futebol. Na calma da idade. Coisas que se perdem, se trocam, se vendem. Só dançar Rock n´Roll. Eu não via. Mas acreditei. Na tarde em que te olhei. Curtir cultura Pop. Jogar frescobol. Não é esporte. A Terra seduzia a Lua. As mudanças da maré. O Pelé a seduziu e me pariu. Ambiente formoso. Não falava mais nas coisas que acreditei. Pediu a Lei. O soldado só falava japonês. Na China o Dalai Lama está na grama. Ela falava. E eu ouvia, claro.

Balaio de AçoPagode Russo (Luiz Gonzaga, 2012): Sonhei que estava em Moscou dançando um pagode russo. Parecia um frevo. Na dança do cossaco não fica cossaco fora. 

2 comentários:

  1. Alex Sander Albani da Silva19 de novembro de 2012 às 23:20

    CoV, linda iniciativa!
    Para colaborar com o concurso, segue minha contribuição:

    Parágrafo Sem Fim

    Dezenove de Agosto de alguns anos atrás. Enchi os pulmões de ar e abri os olhos pela primeira vez neste lugar conhecido por planeta Terra. Inundação de sensações, sons, cores, aromas, formas e sentimentos, cavalgando o vento em minha direção. Devo aprender e entender o que se passa ao redor, amor, perdão, raiva, alienação. Devo aprender? Procuro conhecer as pessoas, entender a mim mesmo. Sorri e chorei, amo e odeio, fiz sorrir e fiz chorar, sou amado e sou odiado. Estarei certo ou errado? Hoje, abri os olhos, inundação de sensações, sons, cores, aromas, formas e sentimentos, cavalgando o vento em minha direção. Devo aprender... Amanhã, abrirei os olhos em algum lugar conhecido, ou desconhecido...

    A.S.A.S.

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