Egon Schiele, Mulher Arrogante, 1910
ConcursoCoV
“A vida em um parágrafo”
Leitores e leitoras do Vento,
convidamos a todos e todas a soltarem a imaginação e, filosofando, cada um a sua maneira, resumirem, em um parágrafo, essa coisa curiosa, por vezes doída, por vezes embriagante, que é a VIDA.
Envie o seu parágrafo até o dia 29/11 (aqui pro blog ou pro nosso Feicebuques) e concorra a um CD demo do CoV. Os melhores textos serão publicados no blog e o texto predileto da Ventania, ou seja, o mais criativo/poético/filosófico/bacanudo leva um CD nosso!!!!
Envie o seu parágrafo até o dia 29/11 (aqui pro blog ou pro nosso Feicebuques) e concorra a um CD demo do CoV. Os melhores textos serão publicados no blog e o texto predileto da Ventania, ou seja, o mais criativo/poético/filosófico/bacanudo leva um CD nosso!!!!
E para inspirar os Amigos do Vento...
1. A vida
nada mais é...
“A vida nada mais é senão
um movimento aleatório feito de coincidências e caprichos do destino; nunca
acontece como planejamos ou prevemos; freqüentemente obtemos a felicidade por
sermos obrigados a seguir um caminho que não escolhemos, ou a infelicidade
seguindo o caminho por nós escolhido. Com que freqüência se pode evitar
imaginar que portentosos eventos não poderiam ter ocorrido a partir de alguma
circunstância banal que, por esse mesmo motivo, adquiriu uma importância muito
maior do que a que normalmente teria?” (Louis de
Bernières, “A Guerra de Don Emmanuel”, 1990).
2. Criar
cachorros mudos
“Aurelio (um
índio aimará colombiano) havia se tornado um prodigioso criador de
cachorros; ouvira dizer, certa vez, que os maias, do México, possuíam cães que
não latiam, e se tornou uma obsessão dele recriar essa espécie para si. A
língua dos aimarás é famosa por ser a língua mais lógica do mundo, com uma
sintaxe e uma gramática que enchem de alegria o coração do mais árido
computador. Mas a lógica da língua não havia logrado fazer de Aurelio, em si,
um homem racional. Talvez ele desejasse criar cães mudos por solidariedade com
aquela civilização há muito desaparecida, ou talvez porque soubesse, de alguma
forma, que todos os homens precisam de uma obsessão que lhes proporcione significado
ou propósito às suas vidas, e, para isso, qualquer obsessão serve”. (Louis de
Bernières, “A Guerra de Don Emmanuel”, 1990).
Noel Gallagher´s High Flying Birds – Dream On (2012): Sim, as
mulheres nos levam a nocaute. Sim, e essas bordoadas doem pra valer. Por isso,
desesperado, à procura de alguma defesa, o leitor Adriano Smith comprou um par de
luvas de boxe em promoção no Camelódromo e uma biografia de Cassius Clay,
o Muhammad
Ali.
Arnaldo Antunes
– A casa
é sua (2010): Não
falta cadeira, sofá, parede, porta, tapete, cama, sol da manhã, banheiro,
quarto, abajur, sala de jantar, cozinha, cachorro uivando, casa, tempo que
passa. Por que você demora?
Wilco – Sunloathe (2012): Para os navegantes falharem; para o pássaro
e a baleia eliminarem a miséria. É tudo ou nada.
Nevilton – Tempos de Maracujá (2012): A que horas mesmo? Difícil não se apegar a uma vida
confortável, a um sofá.
Balaio de Aço –
O Fole Roncou (Luiz Gonzaga,
2012): Cabroeira da minha terra subiu a
ladeira e foi brincar. Eu fugi com Juventina. Contra bala de carabina, o amor
de Juventina me dá forças pra brigar.
Otto – Ela falava (2012): Falar de coisas ruins. Até de futebol. Até de futebol.
Na calma da idade. Coisas que se perdem, se trocam, se vendem. Só dançar Rock
n´Roll. Eu não via. Mas acreditei. Na tarde em que te olhei. Curtir cultura
Pop. Jogar frescobol. Não é esporte. A Terra seduzia a Lua. As mudanças da
maré. O Pelé a seduziu e me pariu. Ambiente formoso. Não falava mais nas coisas
que acreditei. Pediu a Lei. O soldado só falava japonês. Na China o Dalai Lama
está na grama. Ela falava. E eu ouvia, claro.
Balaio
de Aço – Pagode Russo (Luiz Gonzaga,
2012): Sonhei que estava em Moscou dançando
um pagode russo. Parecia um frevo. Na dança do cossaco não fica cossaco fora.
CoV, linda iniciativa!
ResponderExcluirPara colaborar com o concurso, segue minha contribuição:
Parágrafo Sem Fim
Dezenove de Agosto de alguns anos atrás. Enchi os pulmões de ar e abri os olhos pela primeira vez neste lugar conhecido por planeta Terra. Inundação de sensações, sons, cores, aromas, formas e sentimentos, cavalgando o vento em minha direção. Devo aprender e entender o que se passa ao redor, amor, perdão, raiva, alienação. Devo aprender? Procuro conhecer as pessoas, entender a mim mesmo. Sorri e chorei, amo e odeio, fiz sorrir e fiz chorar, sou amado e sou odiado. Estarei certo ou errado? Hoje, abri os olhos, inundação de sensações, sons, cores, aromas, formas e sentimentos, cavalgando o vento em minha direção. Devo aprender... Amanhã, abrirei os olhos em algum lugar conhecido, ou desconhecido...
A.S.A.S.
E vamos sempre "Cavalgando o Vento"...
Excluir