A fotografia não é a arte do Vento. Você pode tentar capturá-lo com palavras e sons, mas não com fotos. As pessoas ouvem um “vuuuuuuuush” e dizem “o Minuano chegou”. Mas elas não podem ir lá fora e bater uma foto do Minuano!
“A Guria da Livraria” é um desses instantâneos
sonoros e poéticos do Vento: escrita originalmente em 2011 e gravada agora pro
Ano Novo de 2015 no Laboratório de Sons do Vento.
A
canção é uma declaração de amor aos livros e às mulheres. Mulheres que leem livros.
Escrevem livros. Vendem livros. Às mulheres.
A Guria da Livraria
C.A. Albani da Silva – o Inventor do Vento
Mesmo que seja Sexta-Feira Santa
Chegando logo a folia do Carnaval
No calor da tarde, no frio da noite, em qualquer dia
O que vale mesmo é a guria da livraria
Alguém anote o telefone, endereço
Da Marilyn Monroe de cabelos negros
Lendo História, Poesia ou Economia
Eu leio mesmo é a guria da livraria
Ainda que fosse uma Tragédia grega
Ou uma daquelas histórias de terror
Autoajuda, Best Seller, Fantasia
Não tenha medo, guria da livraria
Don Juan está na sala de operações
E o Conde Drácula aparou o seu bigode
Façam plástica, malhação, terapia
Só deixem em paz a guria da livraria
Onde estão todas as cópias para a faculdade?
E aquela pasta com os arquivos digitais?
Bebendo rum, talvez licor, com os piratas
Mas não demitam a guria da livraria
Se a música não tocar no rádio
Tampouco o filme no cinema passar
Jogo estas letras todas num Romance
Para que quem o venda seja a guria da livraria
Para que quem o venda seja a guria da livraria
O Ano Novo trouxe consigo também uma
versão remasterizada, direto do Laboratório
de Sons do Vento, de “Sou Negro”:
poema original de Solano Trindade,
pernambucano fundador da poética da negritude
no Brasil, que foi musicado pelo Inventor do Vento na Consciência Negra de
2013, pra trabalhar o tema com seus alunos.
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