"a
poesia do júlio alves
está
na cabeça
do
século XXI
breve
como os
zap
zaps
da
gurizada
mas
muito mais criativa:
bem
humorada
sacana
e libertina
como
poucas
atualmente
conseguem ser
-
pra falar de amor
(em
dias de moralistas verdeamarelos)
[ou
de oportunistas pornógrafos vendilhões]"
C.
A. Albani da Silva, o Inventor do Vento
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o
que sei do sol
é
o douro de tua pele
o
que sei do mar
é
o sal da tua pele
em
tua pele
um
amar
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num
zaz
o
treco
de
amar
enguiçou
por
falta de uso
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flutua
uma lua em teu umbigo
outros
astros são chamados
pela
gravidade
lambidelas
chicoteiam
o
céu da boca
luz
escorre em estrelas
o
encontro é perder-se
pare
de correr
vire
nuvem
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tenho
um mau humor
que
me faz feliz
essa
ditadura de estar alegre
não
me prende
há
dias que acordo feliz
certas
noites festivas
entristeço
bem
solto
rio
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se
for
que
fodas
se
voltar
que
gozes
somos
movimento
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acordei
num
dia sonso
meio
sei
lá
sem
sal
tu
toda
apimentada
queimou
muitas calorias
teu
corpo fervendo
derreteu
minhas
gordurinhas
escorremos
mel
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avestruz
mais
me entrego ao esconder-me
abunda,
a bunda gorda, projeta-se
qual
lua cheia, branca, em breu
alumia
noite, escondendo estrelas
quanto
mais ao solo reclino-me
fausta
reluz, e, ao sol, ela branca
abunda,
a bunda
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fdp
mamães
não digam sempre
meu
filho é o mais lindo
pois
eles crescem
e
partem para o mundo
e
este mundo
tá
cheio
(O
livro “Concerto feito de ex-tragos”, de Júlio Alves, foi
publicado pela editora Gente de Palavra em 2015, coleção Cadernos
de Poemas, com apoio do Fumproarte de Porto Alegre/RS)
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