IMORTAL
AQUILES
(C.
A. Albani da Silva, o Inventor do Vento)
Foi
um dia tão difícil, amor
Parecia
não passar
Mas
como tudo, na vida,
Passou
Foi
um dia tão tristonho, amor
Só
restava chorar
Mas
não se faz chuva com as lágrimas
De
um só
Foi
um dia tão comum, amor
Pra
quem não pode se ocupar
E
ver o que tinha nele
De
diferente
Foi
um dia tão comum, no ar
O
teu perfume a me
embriagar
E
você tão
Indiferente
Hoje
foi um dia tão comum
Como
qualquer dos outros dias
Hoje
foi um dia tão comum
Como
um dia qualquer que ainda não teve
Você
vai ter que me desculpar, amor
Por
tudo aquilo que eu não pude ser
E
você tanto
Queria
Há
alguma coisa a me incomodar
Há
tanta gente em tanto lugar
Mas
as casas estão todas
Vazias
O
velho homem a desvanecer
E
a amante que não pude ter
Dançam
nesta mesma e irônica
Melodia
O
amor padece deste mesmo mal
Oh!
Aquiles fora imortal
Somente
enquanto
Ele
vivia
Hoje
foi um dia tão comum...
Você
vai ter que me desculpar, amor
Por
tudo aquilo que eu não pude ser
E
você tanto
Insistia
Há
muita coisa a nos incomodar
Pouca
mente em nenhum lugar:
As
cabeças estão todas
Vazias
O
jovem homem a adormecer
E
a amante que vai me conhecer
Dançam
nesta mesma e irônica
Sinfonia
O
amor padece deste mesmo mal:
Gilgamesh
fora imortal
Somente
enquanto
Ele
sorria
(Livro
IV – Tomar um gol no futebol, p. 22)
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