sábado, 3 de março de 2012


Caspar David Friedrich, Viajante Junto ao Mar de Neblina, 1818.

O que significa a viagem de cada um?
Em “Parábola do trem de ferro” (1946), crônica republicada em 2001, no Livro Aberto, FERNANDO SABINO (1923-2004) diz: Há passageiros – e, portanto, há o lirismo das despedidas. E a tristeza de ter partido, e a vontade de voltar, e o medo de ser esquecido, nunca mais nos encontrarmos, pode chorar que ninguém está vendo, só não vai enjoar, que viajar é assim mesmo – quem todavia saberá jamais o que significa a viagem de cada um?”. (Albani da Silva - 3,5.03.2012)

DICAS PARA A SUA SAÚDE
 Previna-se contra o RACISMO: modere na CARNE BRANCA. (Albani da Silva, 03.03.2012).

03.03.2012 – 25h01
Empossado Novo Ministro no Ministério da Pesca, Caniços e Samburás
CORRESPONDENTE DE GUERRA
de Brasília.
Foi hoje empossado o novo Ministro da Pesca, Caniços e Samburás. Os pescados de 7408 km de Litoral atlântico, mais os peixes dos rios de oito bacias hidrográficas que empapam o solo brasileiro, ficam agora sob responsabilidade do Bispo Manivella (PJD – Partido Jesus Democrático). Em seu discurso de posse, o novo Ministro afirmou: “Farei como Cristo. Multiplicarei os peixes”. Quando perguntado por este Correspondente de Guerra se não multiplicaria também os pães, o Bispo Manivella afirmou: “Este assunto não é de competência desta pasta. Favor consultar o Ministério dos Pães, Cacetinhos e Baguetes, assim como seu Ilustríssimo Ministro”. Como todos sabem, o referido Ministério dos Pães, Cacetinhos e Baguetes está sob os cuidados de notório desafeto do Bispo - o Dr. José Valdo Siqueira, atual marido da ex-mulher do Bispo e assumidamente batuqueiro.

O mundo que acaba em 2012
Definitivamente o mundo acaba em 2012: para o suicida dependurado na árvore; para o gremista e para o colorado após mais uma derrota (Mazembe? Segunda Divisão?); para o atropelado na Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira; para o leão sem juba; para o poeta que ninguém lê; para a banda de rock que nunca vai sair da garagem; para a amante não correspondida; para a senhora de 85 anos e que o coração se recusa a bater; para o casal de canarinhos que teve seu ninho devorado pelo gato da vizinha; para o agricultor que perdeu a safra devido às chuvas, às secas, às geadas; para o crente que descobre que Cristo não volta; para a centenária figueira serrada pela especulação imobiliária; para o adolescente escravizado pelo álcool/crack/maconha/cocaína; para o doente carcomido pelo câncer; para o assalariado no fim do mês; para a cigarra no inverno; para [...]. 
Todo o dia o mundo acaba para alguém. (Albani da Silva, 03.03.2012).

Mais uma vez o Sargento Getúlio (1972), de João Ubaldo Ribeiro:
“Não que parece um ano; parece um dia, que o ano passa depressa, mas o dia passa devagar”. (Albani da Silva, 03.03.2012).

JORGE DREXLER (1964): Cantor e compositor uruguaio, Drexler lançou seus dois primeiros álbuns em sua terra natal, entre 1992 e 1994, onde também se formou em medicina. Ainda na década de 1990, mudou-se para a Espanha, Madrid. Desde então, lança novos discos e compõe trilhas para cinema. Suas canções costumam ser ao mesmo tempo sofisticadas e singelas, sempre poéticas e suaves.

  1)  La trama y El desenlace (2010): Está dado o recado, Drexler, valorizar o percurso, não só a chegada:


  2)  Al otro lado Del río (2004): Música tema do filme “Diários de Motocicleta” (2004) – Walter Salles (1956). Este filme retrata uma parte da juventude do argentino Ernesto “Che” Guevara (1928-1967), ícone da Revolução Comunista de Cuba (1956-1959). “Che” sai com o amigo Alberto Granado, na garupa da moto “La Poderosa”, desbravando a América do Sul ao longo de 1952. De Buenos Aires à Amazônia peruana, “Che” vai, pouco a pouco, misturando sua sensibilidade poética a um intenso engajamento político ao perceber a pobreza e a desigualdade que acossam a maioria da população latinoamericana - além de vivenciar os preconceitos contra os leprosos na clínica onde ele e Alberto vão trabalhar na Amazônia. O filme inspirou-se nos diários escritos por “Che” durante a aventura.



   3) Todo se transforma (2004): "Nada se perde, tudo se transforma". Parecido já falava Heráclito de Éfeso, há 3000 anos: 








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