quinta-feira, 8 de março de 2012

Frida Kahlo, Mi nana y yo, 1937

Tornar-se mulher
Em alguma página do Segundo Sexo (1949) Simone de Beauvoir (1908-1986) falou algo assim: “Não se nasce mulher, torna-se mulher "  .(C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

A beleza no mundo
Ainda de acordo com a Simone, o escritor surrealista francês André Breton (1896 – 1966) certa vez disse: “Só pela mulher há beleza no mundo”. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

(Mafalda, Quino)
AMAZONAS: Cabelos longos  soltos ao vento; seio direito mutilado  para empunhar o arco, a lança; menino recém-nascido e já morto; sexo só para procriação; sequestrar rapazes pra isso; elas têm o mapa do Eldorado e suas minas de ouro; lendária tribo de mulheres guerreiras. Cristóvão Colombo e Francisco de Orellana, entre outros colonizadores europeus, contam e recontam o mito das Amazonas desde o século 16 nas Américas. De provável origem ibérica, mas também tributário da mitologia grega antiga, até o padre Manuel da Nóbrega, lá por 1550, viu um bando delas cavalgando por São Paulo. Mulheres sem temor e sem marido sempre fascinam. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

(MafaldaQuino)

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a)     Independentes F.C:
 MAFALDA: Tirinha publicada entre 1964 e 1973 pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado (1932), o Quino. Mafalda é uma menina de 7 anos que questiona o mundo, gosta de política, é pacifista e detesta sopa. Tornou-se um símbolo das mulheres e da juventude de Esquerda no século XX. (Albani da Silva, 08.03.2012)

CHIQUINHA GONZAGA (1847-1935): Era filha de militar bem-relacionado / Mas também herdeira do povo escravizado / Alma cantante brasileira / Compositora e pianeira / Trocou o marido / Pelo piano / E entre tantos filhos / Criou João, o flautista, sem engano / Do Choro Carioca nada restou / Secou o pranto, o Rio secou / Juntando tango, polca e xote / O maxixe foi seu dote / E também a Marchinha / de Carnaval / O abre alas que eu quero passar – havia muito pagode, sarau / Fez trilhas para o Teatro de Revista / Foi Abolicionista / De porta / Em / Porta / Música ensinava/ E fundos para acabar / Com a vil escravidão / Juntava/ Apoiou a Proclamação / da República / Mas logo entendeu que o novo governo / Seguia na mão do / Velho Exército / e dos / Velhos Fazendeiros / Vocês me entendem / Do dinheiro / Inaugurou os direitos autorais / E aos 52 / Apaixonou-se / Perdidamente / Por um rapaz / De / 16 aninhos / O nome dele / Joãozinho. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

b)   Piriguetes e Tchutchucas: 
CHICA DA SILVA (? – 1796): Vaidosa, explosiva e sensual foi escrava nas Minas Gerais do século 18, mas virou a Imperatriz do Arraial do Tejuco ao se casar com o rico contratador de diamantes João Fernandes, que a alforriou. Chica teve 13 filhos e fez parte de renomadas irmandades católicas ao longo da vida. Por isso, para alguns, Chica só virou piriguete na História devido às más línguas de gente fofoqueira e devido ao preconceito, sendo ela uma negra casada com um dos homens mais ricos do Brasil Colônia. Fica então a pergunta sobre Chica - mais mulher do que lenda ou mais lenda do que mulher? (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

P.S.: Jorge Ben Jor (1945) homenageou Chica da Silva em 1976, no disco África-Brasil. Em 2009, o músico Luciano Nakata, o Curumin, homenageou Jorge Ben com seu sambalanço



DONA BEJA (1800-1880): A Dama do Araxá se casou, aos 15 anos, com um ouvidor português. Depois que ele foi embora pra Portugal, virar ministro, ela tomou conta da Chácara do Jatobá. Ao apanhar do segundo marido foi prontamente consolada pelo juiz, pelo farmacêutico e pelo delegado. Mandou matar o desaforado que lhe encheu de safanões e foi julgada inocente. Seus pedidos eram ordens e suas festas irresistíveis. Em 1986, Maitê Proença (1958) a interpretou em novela da extinta TV Manchete. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

             c)Mães-Corujas e Esposas Fiéis:

IEMANJÁ: Ela gosta de frutas, água-ardente e rosas brancas. Seu manto é AZUL. Governa os mares. É vaidosa também. Protetora dos Navegantes. Navegar é preciso. Viver não é preciso. No dia 02 de fevereiro, tambores que chamam Janaína. E junto todas as sereias. Sereia não tem canela. Esta loa impressionista virou feriado nacional. E lá vai a procissão... (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

Nossa Senhora Aparecida: A irmã de Iemanjá virou padroeira do Brasil em 1930. Em 1717 sua estátua negra apareceu a pescadores do rio Paraíba. Não são apenas os caipiras e os caiporas os devotos de Cida, Nossa Senhora. (Albani da Silva, 08.03.2012)

ANA NÉRY (1814-1880): Viúva foi lutar na Guerra do Paraguai (1865-1870) ao lado dos filhos, soldados. Voluntária da pátria, mãe, madrinha da enfermagem. Cuidava das feridas feitas pelas pistolas assim como Cida cuida das feridas espirituais dos brasileiros. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

d)  Sonhadoras, sentimentais
MADAME BOVARY (1857): Personagem principal do mais famoso livro de Gustave Flaubert (1821-1880). Emma Bovary, leitora assídua de romances sentimentais, sonhava tão-somente em encontrar um belo homem, casar e viver com ele uma vida luxuosa. Porém, seu marido, o médico Charles Bovary, era um provinciano apagado e sem-graça. Emma buscou então consolo em dois amantes, que acabaram lhe abandonando na primeira oportunidade. Querendo ser o que não podia, Emma envenenou-se. Até que ponto vão as nossas ilusões? Vem daí a expressão “bovarismo”ou seja, os falsos ideais que nos levam ao ressentimento e ao fracasso. (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)
(MafaldaQuino)

Dos 1001 Livros para ler antes de morrer, lições de Jane Austen (1775-1817):
  1)     Aprender uma lição é bem mais difícil do que ensinar uma lição;
  2)     Homens e mulheres sempre gostaram de uma história de amor bem contada e com final feliz;
  3)     E Mariana que jamais soubera amar pela metade. 
                                                                    (C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)

E parafraseando desavergonhadamente Virginia Woolf (1882-1941), em Rumo ao farol  (1927):
James olhou o Farol. E viu as rochas, a torre, as janelas, roupas a secar. Então era isso o Farol, isso?
Não. Pois nada era simplesmente uma única coisa. Às vezes era difícil ver o Farol. À noite era apenas um olho piscando; e sua luz parecia iluminar a todos mesmo num dia de sol”. 
(C. A. Albani da Silva, 08.03.2012)


 Tulipa Ruiz - Efêmera (2010):


Vanessa da Mata - As palavras (2010):


Arícia Mess - Black is Beautiful (2010) 


Mercedes Sosa - Duerme, duerme, negrito (s/d):




























2 comentários:

  1. Muito bacana a homenagem...conseguiu demonstrar um pouco do toque feminino atraves do tempo...

    =)

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  2. muito legal
    entra la no meu blogger do gremio
    eu sei q tu é gremista ....... http://gremiop.blogspot.com
    ....marco....

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