William Hogarth, Satanás, o
pecado e a morte,
1735-1740
Buuuuuuuh!!!!
Para
quem ainda não cansou de se assustar e ficar horrorizado com a realidade das
ruas, vale mesmo a pena investir algum tempo na leitura de histórias de
terror/suspense/mistério. Inspirado nas dúvidas e curiosidades de alguns
estudantes, preparei este singelo Guia Prático Para Não Dormir à Noite, Pra Arrepiar os
Cabelos e Tomar Sustos - Literatura de Terror. Se alguém
ficou de fora, escreva pra gente dizendo quem foi!!!! (Albani da Silva, 22.05.2012)
Contistas
Daniel DeFoe (1660 – 1731) – Contos de
fantasmas.
DeFoe é considerado
o padrinho do jornalismo e esse livro reúne reportagens sobre histórias de
fantasmas. E muitas delas o autor jura que são reais.
Edgar Allan
Poe
(1809-1849) – A carta roubada; Assassinatos
na Rua Morgue; O escaravelho de ouro; O
mistério de Marie Roget; O relato de Arthur Gordon Pym. Escritor
norteamericano do século 19; os leitores iniciantes acham cansativas suas
histórias, pois as frases e parágrafos são longos e com muitos detalhes, mas é
o criador do gênero terror/suspense/mistério.
Álvares de
Azevedo
(1831 –
1852) – Noite na taverna (contos); Macário
(teatro).
Poeta
romântico, pessimista, precoce, por vezes, mórbido, é o precursor do gênero no
Brasil.
Romancistas
Paulo Coelho (1947) – Verônika decide
morrer.
Já
virou filme, aborda o sentido da vida. Começa com a personagem tentando o
suicídio - não é de terror,
mas vale a pena, afinal, Deus, Diabo, Morte, Suicídio e Sobrenatural fomentam a
literatura de terror.
Bram Stoker (1847 – 1912) – Drácula. O
romance gótico que originou quase toda a literatura de terror subsequente.
H.P. Lovecraft (1890-1937) – A tumba ; O caso de Charles Dexter Ward; O horror
em Red Hook. Os problemas
da Ciência moderna, ocultismo e magia se misturam nesse escritor.
Mary Shelley (1797-1851) – Frankenstein. Outro clássico
gótico do século 19 – quais os limites da Ciência? Quais suas consequências
quando os seres humanos tentam agir como deuses?
Robert Louis
Stevenson
(1850 –
1894) – O Médico e o
Monstro.
Os
demônios interiores que existem, mesmo nas mais civilizadas e cultas pessoas,
vêm à tona nessa história.
Stephen King (1947) – A coisa; A hora do lobisomem;
A maldição do cigano; O Iluminado; Carrie, a estranha; À
espera de um milagre. O escritor norteamericano é o mais badalado
autor de terror. Vários de seus livros viraram filmes famosos.
Richard
Matheson
(1926) – A casa infernal; Eu sou a
lenda.
Autor
de livros que viraram filmes de sucesso, o rapaz foi o inventor da mais famosa
casa maldita da literatura: a Mansão
Belasco; além de renovar a literatura sobre vampiros com “Eu sou a lenda”.
William Peter
Blatty
(1928) – O exorcista. Foi quem
escreveu o mais cultuado filme sobre possessão diabólica da História, lançado
em 1971.
Anne Rice (1941) – Entrevista com o vampiro; O
vampiro Lestat. Antes da série Crepúsculo,
de Stephenie Meyer (1973), Anne Rice era a grande autora
de romances sobre vampiros.
(Albani da Silva, 22.05.2012)
(Albani da Silva, 22.05.2012)
Zé
Ramalho – Mistérios da Meia Noite:
Kleiton e Kledir – Canção da Meia Noite:
Sem eles nos
faltariam fantasmas, demônios e outros medos...
Antigo
Testamento da Bíblia
– Uma
mirabolante tradição oral / Convertida em diversos livros ao longo do século 6
a.C. / Em que poesia, crônica, lições, salmos e profecias se entrelaçam / Eis a Bíblia Hebraica ou, para os cristãos, Antigo Testamento / A origem do mal
está lá (Adão e Eva, a fruta proibida da
árvore do conhecimento, o pecado original, a expulsão do Jardim do Éden, o
aparecimento da morte, dos sofrimentos, do trabalho) / O enciumado Caim matando Abel
está lá (até hoje errando pelo mundo, para alguns, pai de todos os
vampiros) / O Dilúvio e a Torre de Babel também estão lá / O
Profeta
Isaías está lá / O Livro de Jó está lá, com ele aguentando
no osso os sofrimentos impostos por Satanás, autorizado por Deus a testar a sua
fé... / É que / As religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo) / Mudaram
o mundo ao diminuir a importância mística dos rituais / Atribuindo o peso da fé
/ Às ações e escolhas dos crentes / Que devem respeitar as leis divinas (Bíblia ou Alcorão) / Porém, em nenhum desses livros sagrados, em suas
versões oficiais / Aparece a história da transformação do anjo Lúcifer – o
queridinho de Deus / Em Satanás / Esse mito provêm de livros apócrifos
(não-aceitos como divinos por rabinos, padres, pastores, sacerdotes, aiatolás,
califas e mulás) / O Livro de Enoch é um desses apócrifos
que conta como a inveja de Lúcifer / Redundou em rebelião contra Deus / E na
expulsão de vários anjos para o Inferno / Agora transformados em Demônios / Historiadores
creditam aos persas, entre os séculos 8 e 7 a.C. / Através do profeta
Zoroastro ou Zaratustra / A invenção dessa visão dualista do mundo / Ou
seja, em que tudo se resume a uma permanente oposição entre o Bem e o Mal. (Albani da Silva, 22.05.2012)
* Para mais informações
sobre os Persas e Zaratustra:
A divina
comédia (1308-1321) – Dante Alighieri (1265-1321): O 3º Testamento. O poema que sintetiza a Idade
Média e anuncia o Renascimento europeu. Dante é guiado pelo poeta
romano Virgílio pelos nove círculos do Inferno; pelo Purgatório; e,
por fim, pelos sete Céus atrás de sua amada, Beatriz, falecida com
apenas 25 anos. O Sobrenatural judaico-cristão é descrito nesse poema épico.
Paraíso
Perdido (1667) – John Milton (1608-1674): Nesse poema barroco o escritor
inglês conta a expulsão de Adão e Eva do Jardim de Éden, seduzidos por Lúcifer. Jorge Luis Borges e Oscar
Wilde concordavam que o Diabo tudo deve a Milton. E para o crítico literário
Harold
Bloom, Satã é o mestre da cilada, do ressentimento, pois talento
ignorado. Para Milton, a rebeldia de Eva lhe associa permanentemente às
malícias do Demônio – e, realmente, pobre das bruxas na Idade Média...
Milton disse também: “Onde quer eu voe é
o Inferno / eu mesmo sou o Inferno / ...Todo o bem me foi perdido / Mal, vós
sois o meu bem”.
Fausto (1831) - Johann Wolfgang von Goethe
(1749-1832) – Dividido em
duas partes, Fausto é um poema
trágico e épico que narra o pacto entre o demônio Mefistófeles e o médico Fausto,
que buscava a felicidade. Apesar de fazer a sua amada sofrer, Margarete,
é ela quem lhe salva do Inferno, com suas preces e fé, na hora em que Fausto se
realiza e está sendo levado por Mefistófeles. A busca pela eterna juventude e pela imortalidade são as bases dessa história,
precursora assim de todas as histórias de vampiros (que buscam o mesmo que
Fausto) e zumbis (que são vampiros toscos).
Dr. Fausto (1947) - Thomas Mann (1875-1955): Retire o
médico, do Fausto de Goethe, e coloque no lugar o compositor de música
erudita Adrian Leverkühn. Eis o Fausto de Mann. Nesse romance de
derreter o cérebro, ou a gente sai amplamente transformado e apaixonado pela
Literatura ou a gente não lê mais nada além de Best-Sellers. O livro reconstrói a História da Alemanha desde o fim
do século 19 até a década de 1940 em meio ao fortalecimento da burguesia e à
consolidação da Revolução Industrial, assim como em meio à explosão da I e da II
Guerras Mundiais e à ascensão sorrateira e brutal do nazismo. Nesse contexto, o
professor Serenus Zeitblon, amigo de infância de Adrian, relata como o seu soturno e arrogante amigo virou um gênio da música. A descrição do pacto, entre Mefistófeles e Adrian, nos
Alpes italianos, é incrivelmente bela e perturbadora – seria um sonho/pesadelo
ou tudo foi real mesmo? Assim como, a morte de Adrian, ao piano,
ao apresentar sua última obra-prima, Doutor Fausto, também emociona.
(Albani da Silva, 22.05.2012)
(Albani da Silva, 22.05.2012)
O estranho mundo de Zé do Caixão
José
Mojica Marins
(1936)
é
um dos pioneiros do cinema no Brasil. Por ser a mais cara de todas as artes
(ainda mais antes das câmeras digitais) Zé do Caixão fez um cinema
assumidamente tosco, mas inovadoramente de terror. Abusando de um português bem
coloquial, e algumas doses de sensualidade, Zé do Caixão lançou as bases do
cinema trash – aquele filme mal feito de propósito. À
Meia-Noite Levarei Sua Alma (1963) foi o primeiro sucesso do Zé,
antes disso, nos anos 1950, ele fez faroeste e até filme religioso. Mas Zé do
Caixão só foi ganhar dinheiro mesmo quando investiu em filmes
eróticos... (Albani da Silva, 22.05.2012)
Bento Carneiro
– O Vampiro Brasileiro
Como
já sabemos, toda história de
Terror está a um passo da Anedota. Com o caminho aberto pelo Zé do
Caixão, Chico Anysio pegou carona...
(Albani da Silva, 22.05.2012)
(Albani da Silva, 22.05.2012)
Nosferatu de Murnau
Em
1922, o cineasta expressionista alemão Friedrich Wilhelm Murnau (1888-1931) lançou o
primeiro filme (mudo) de vampiro da História. E ele acabava assim:
(Albani da Silva, 22.05.2012)
(Albani da Silva, 22.05.2012)
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