Katsushika Hokusai,
A Grande Onda de Kanagawa, c. 1831
ESTUPIDEZ
e COVARDIA
Em tempos confusos, de extremos, contradições,
dúvidas, ilusória permissividade e espetáculos (tristes, bizarros ou
engraçadinhos) precisamos nos vacinar contra esse caldo de cultura fascista que por
vezes nos cerca, afinal: “Quão idiota ou criminoso você precisa ser para combater uma forma de
estupidez e covardia com outra?” Sábio recado de Christopher
Hitchens (1949
– 2011), em “Amor, Pobreza e Guerra” (2004). (Albani da Silva, 01.05.2012)
FASCISMO?!?
Ideologia
política de extrema-direita, semelhante ao
nazismo, baseada na
intolerância, no fanatismo e na violência contra a oposição e as diferenças
(culturais, étnicas, políticas, sexuais). O fascismo inspirou ideologicamente regimes políticos
históricos como o de Benito Mussolini na
Itália (1922-1945); o Estado Novo de Getúlio Vargas no
Brasil (1937-1945); a ditadura de Francisco Franco na
Espanha (1939-1975); de Antônio Salazar em
Portugal (1932-1974); as Ditaduras Militares
latino-americanas entre os anos 1960 e 1980 (no Brasil entre 1964 e 1985); a
ditadura de Idi Amin em Uganda (1971-1979); o atual regime do aiatolá Khamenei no
Irã (1979); a ditadura de Saddam Hussein no
Iraque (1979-2003); a seita racista e autoritária da Ku Klux Klan (KKK) que atua nos EUA
desde 1865; o regime de segregação racial chamado apartheid
na África do Sul (1948-1994) e, infelizmente, dezenas de outras ditaduras, históricas ou atuais,
religiosas e/ou militares, que pouparei os leitores por questão de espaço e de estômago...
(Albani
da Silva, 01.05.2012)
Olivia Ruiz – Belle à en crever (2009)
Olivia Ruiz – Belle à en crever (2009)
OLIVIA RUIZ – Qui sommes nous?
(2003)
NAZISMO?!?
Ideologia política de extrema-direita que prega a superioridade da raça branca,
ou ariana, e o extermínio das pessoas e culturas diferentes (em especial
judeus, negros, homoafetivos e comunistas). Sim, esse discurso ridículo, ajudado
por outras coisas, sustentou Adolf Hitler (1889-1945) no comando da “culta” e “civilizada” Alemanha de 1933 a 1945 – Hitler não deu um Golpe militar, ele
foi eleito...
Como
alertou Hannah Arendt (1906-1975)
em “As
Origens do Totalitarismo” (1951) o nazi-fascismo, minha
gente, não foi uma aberração, um desvio contra o progresso e a democracia. Ele surgiu no século XX exatamente
como fruto do progresso tecnológico e como falência do sistema democrático –
ou seja, se fortaleceu com nosso descaso por educação e por cultura; pela falta
de sensibilidade, Humanismo, igualdade e de participação política...
...beneficiou-se também de nosso
desespero por verdades absolutas, nosso fanatismo, nossa paixão abobada por
tecnologia (celulares, TV´s de plasma, armas e carros?!?), nossa
intolerância religiosa, sexual e racial, nossa ganância, inveja, orgulho e
machismo; nosso medo da pobreza e nossa ignorância geral sobre o que gera a pobreza...
(Albani
da Silva, 01.05.2012)
Pontapés e infância
Novamente é Christopher
Hitchens (1949 – 2011)
quem nos vacina contra as tentadoras tendências fascistas que pululam na sociedade brasileira neste século XXI.
Lembra o jornalista inglês da carta de Aldous Huxley (1894-1963)
a George Orwell (1903-1950),
depois do primeiro ter lido o romance “1984”,
do segundo, em um não tão distante assim ano de 1949: “O condicionamento
infantil e a narco-hipnose (drogadição) são mais eficientes, como instrumentos
do governo, do que cassetetes e prisões, e que a ânsia pelo poder pode ser
satisfeita de maneira tão completa sugestionando-se as pessoas a amar sua
servidão quanto fazendo-as obedecer por meio de chicotadas e pontapés [...]”. (Albani da Silva, 01.05.2012)
Olivia Ruiz – J´traine dês pieds (2003):
Olivia Ruiz – J´traine dês pieds (2003):
A Hora do Espanto
Elias
Canetti (1905-1994), em “A Consciência das Palavras” (1976)
falou em 1936 algo ainda muito válido para 2012: “...nossa época poderia
mesmo ser caracterizada como aquela na qual o espanto
se aplica simultaneamente a coisas as mais opostas: espantamo-nos, por exemplo, com a ação milenar de
um livro no tempo e, ao mesmo tempo, com o fato de que nem todos os livros
tenham uma ação mais duradoura; com a crença nos deuses e, ao mesmo tempo, com
o fato de que não caiamos a toda hora de joelhos ante novos deuses; com a
sexualidade que nos abala e, ao mesmo tempo, com o fato de que esse abalo não
seja ainda mais profundo; com a morte que jamais desejamos e, ao mesmo tempo,
com o fato de que ainda no ventre materno não morramos de desgosto diante do
que está por vir. O espanto certamente foi, no passado, aquele espelho, de
que tanto nos agrada falar, que trazia os fenômenos para uma superfície mais
lisa e tranquila. Hoje, esse espelho
está despedaçado, e os estilhaços do espanto tornaram-se pequenos. Porém, mesmo
no mais minúsculo estilhaço, já não se reflete apenas um fenômeno isolado:
impiedosamente, este arrasta consigo o seu reverso – o que quer que você
veja, e por menos que veja, transcende a
si próprio a partir do momento em que é visto”. (Albani da Silva,
01.05.2012)
Musa do
outro lado do Atlântico
Qualquer
dia desses ainda faço como “O Cavaleiro Inexistente”, visto minha armadura branca, lubrifico ela bem com
óleo de baleia (para não enferrujar) e atravesso caminhando (nadando cansa
muito...) o mar bravio que nos separa, Olivia Ruiz (1980)... (Albani da Silva, 01.05.2012)
Olivia Ruiz – La femme chocolat (2005)
Olivia Ruiz – La femme chocolat (2005)
Olivia Ruiz – Elle panique (2009)
Canções de um compositor anarquista francês
E na
noite de núpcias, Olivia,
cantaremos em Lá Maior ‘os companheiros de bordo’ e, em Ré
Maior, ‘os amores d´antanho’:
Georges
Brassens (1921-1981) – Les copains d´abord (1972):
Georges
Brassens – Les
amour d´antan (1972):
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