quinta-feira, 3 de maio de 2012

Katsushika Hokusai, A Grande Onda de Kanagawa, c. 1831
ESTUPIDEZ e COVARDIA
Em tempos confusos, de extremos, contradições, dúvidas, ilusória permissividade e espetáculos (tristes, bizarros ou engraçadinhos) precisamos nos vacinar contra esse caldo de cultura fascista que por vezes nos cerca, afinal: Quão idiota ou criminoso você precisa ser para combater uma forma de estupidez e covardia com outra?” Sábio recado de Christopher Hitchens (1949 – 2011), em “Amor, Pobreza e Guerra(2004). (Albani da Silva, 01.05.2012)

FASCISMO?!?
Ideologia política de extrema-direita, semelhante ao nazismo, baseada na intolerância, no fanatismo e na violência contra a oposição e as diferenças (culturais, étnicas, políticas, sexuais). O fascismo inspirou ideologicamente regimes políticos históricos como o de Benito Mussolini na Itália (1922-1945); o Estado Novo de Getúlio Vargas no Brasil (1937-1945); a ditadura de Francisco Franco na Espanha (1939-1975); de Antônio Salazar em Portugal (1932-1974); as Ditaduras Militares latino-americanas entre os anos 1960 e 1980 (no Brasil entre 1964 e 1985); a ditadura de Idi Amin em Uganda (1971-1979); o atual regime do aiatolá Khamenei no Irã (1979); a ditadura de Saddam Hussein no Iraque (1979-2003); a seita racista e autoritária da Ku Klux Klan (KKK) que atua nos EUA desde 1865; o regime de segregação racial chamado apartheid na África do Sul (1948-1994) e, infelizmente, dezenas de outras ditaduras, históricas ou atuais, religiosas e/ou militares, que pouparei os leitores por questão de espaço e de estômago... (Albani da Silva, 01.05.2012)

Olivia RuizBelle à en crever (2009) 

OLIVIA RUIZQui sommes nous? (2003)
NAZISMO?!?
Ideologia política de extrema-direita que prega a superioridade da raça branca, ou ariana, e o extermínio das pessoas e culturas diferentes (em especial judeus, negros, homoafetivos e comunistas). Sim, esse discurso ridículo, ajudado por outras coisas, sustentou Adolf Hitler (1889-1945) no comando da “culta” e “civilizada” Alemanha de 1933 a 1945 – Hitler não deu um Golpe militar, ele foi eleito...
Como alertou Hannah Arendt (1906-1975) em “As Origens do Totalitarismo(1951) o nazi-fascismo, minha gente, não foi uma aberração, um desvio contra o progresso e a democracia. Ele surgiu no século XX exatamente como fruto do progresso tecnológico e como falência do sistema democrático ou seja, se fortaleceu com nosso descaso por educação e por cultura; pela falta de sensibilidade, Humanismo,  igualdade e de participação política...
...beneficiou-se também de nosso desespero por verdades absolutas, nosso fanatismo, nossa paixão abobada por tecnologia (celulares, TV´s de plasma, armas e carros?!?), nossa intolerância religiosa, sexual e racial, nossa ganância, inveja, orgulho e machismo; nosso medo da pobreza e nossa ignorância geral sobre o que gera a pobreza... (Albani da Silva, 01.05.2012)

Pontapés e infância
Novamente é Christopher Hitchens (1949 – 2011) quem nos vacina contra as tentadoras tendências fascistas que pululam na sociedade brasileira neste século XXI. Lembra o jornalista inglês da carta de Aldous Huxley (1894-1963) a George Orwell (1903-1950), depois do primeiro ter lido o romance “1984”, do segundo, em um não tão distante assim ano de 1949: “O condicionamento infantil e a narco-hipnose (drogadição) são mais eficientes, como instrumentos do governo, do que cassetetes e prisões, e que a ânsia pelo poder pode ser satisfeita de maneira tão completa sugestionando-se as pessoas a amar sua servidão quanto fazendo-as obedecer por meio de chicotadas e pontapés [...]”. (Albani da Silva, 01.05.2012)

Olivia RuizJ´traine dês pieds (2003):

A Hora do Espanto
Elias Canetti (1905-1994), em “A Consciência das Palavras(1976) falou em 1936 algo ainda muito válido para 2012: “...nossa época poderia mesmo ser caracterizada como aquela na qual o espanto se aplica simultaneamente a coisas as mais opostas: espantamo-nos, por exemplo, com a ação milenar de um livro no tempo e, ao mesmo tempo, com o fato de que nem todos os livros tenham uma ação mais duradoura; com a crença nos deuses e, ao mesmo tempo, com o fato de que não caiamos a toda hora de joelhos ante novos deuses; com a sexualidade que nos abala e, ao mesmo tempo, com o fato de que esse abalo não seja ainda mais profundo; com a morte que jamais desejamos e, ao mesmo tempo, com o fato de que ainda no ventre materno não morramos de desgosto diante do que está por vir. O espanto certamente foi, no passado, aquele espelho, de que tanto nos agrada falar, que trazia os fenômenos para uma superfície mais lisa e tranquila.  Hoje, esse espelho está despedaçado, e os estilhaços do espanto tornaram-se pequenos. Porém, mesmo no mais minúsculo estilhaço, já não se reflete apenas um fenômeno isolado: impiedosamente, este arrasta consigo o seu reverso – o que quer que você veja,  e por menos que veja, transcende a si próprio a partir do momento em que é visto”. (Albani da Silva, 01.05.2012)

Musa do outro lado do Atlântico
Qualquer dia desses ainda faço como “O Cavaleiro Inexistente”, visto minha armadura branca, lubrifico ela bem com óleo de baleia (para não enferrujar) e atravesso caminhando (nadando cansa muito...) o mar bravio que nos separa, Olivia Ruiz (1980)... (Albani da Silva, 01.05.2012)

Olivia RuizLa femme chocolat (2005) 

Olivia RuizElle panique (2009) 

Canções de um compositor anarquista francês
E na noite de núpcias, Olivia, cantaremos em Lá Maioros companheiros de bordo’ e, em Ré Maior, ‘os amores d´antanho’:

Georges Brassens (1921-1981)Les copains d´abord (1972):

Georges Brassens Les amour d´antan (1972):









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