Violeta Parra,
Carmen Luisa, 1964
Violeta se fue a los cielos
Precursora da música
folk latinoamericana e uma das
grandes artistas do século XX / Violeta foi para o céu / Em 1967 / Tendo
nascido no Chile / No ano de 1917 / Filha de um professor e músico com uma costureira
/ Perdeu o pai ainda menininha / E passou a viver cantando e se apresentando
com as irmãs / Chile afora / Nos anos 1950 / Levou a música folclórica / E a
canção de protesto de seu país / Para a Europa / Onde viveu vários anos /
Ergueu, em plena Cordilheira dos Andes / A Universidade do Folclore / Uma
grande tenda cultural / Viveu também / Um intenso amor / Com Gilberto
Favre / Músico suíço / Mais jovem que ela / E amigo de seu filho /
Ángel Parra / Autor do livro / Em que se baseia o longa-metragem de Andrés
Wood.
(Albani
da Silva, 25.07.2012)
Violeta foi para o céu (Trailer, Dir.: Andrés Wood, 2011):
Violeta
Parra – Que pena
siente el alma (s/d):
Violeta
Parra – Maldigo del
alto cielo (2011):
Victor Jara – Te recuerdo, Amanda (s/d):
Impossível falar de Violeta sem mencionar outro
mestre da música chilena – Victor Jara
(1932-1973), brutalmente assassinado junto de milhares de militantes de Esquerda
durante o Golpe militar do General Augusto
Pinochet (1915-2006) em 1973. Porém, “a vida pode ser eterna em cinco minutos, Amanda”:
O Machismo
E
no clima libertário de Violeta Parra e Victor Jara, aproveitamos
para publicar o seguinte texto de Munik S. Manfrin dos Santos, estudante de 8ª
série da EMEF Alberto Pasqualini,
Gravataí/RS:
O machismo ainda existe e está explícito em
muitas relações. Por exemplo, em empresas, e outros locais de trabalho, o
machismo é responsável por muitas hierarquias. O homem fala e a mulher obedece.
Existe um senso comum em que o
homem, para se sentir “homem”, exige submissão e disponibilidade da mulher e
algumas mulheres, por sua vez, em troca de supostas “proteção” e “segurança”,
aceitam este papel.
Ainda bem que nem todas as
pessoas se conformam, tendo coragem de questionar o que é imposto pela
sociedade. Digo coragem, pois é isso mesmo que é necessário. É mais fácil
aceitar o que está pronto e “mastigado”, do que se constituir de forma a mais
original possível.
(Munik S. Manfrin dos Santos, 03.07.2012)
Bebe – La Bicha (2009): E canta a espanhola Bebe,
provocando a todos os machões de plantão – “não subestime esta mocinha, embora
seja magrinha”...
Fábulas Latinoamericanas
Relendo “A ovelha negra e outras fábulas” (1969) do guatemalteco Augusto Monterroso (1921-2003):
1) O raio que caiu duas vezes no
mesmo lugar
Era
uma vez um Raio que caiu duas vezes no mesmo lugar; mas descobriu que a
primeira queda havia causado tanto dano, que já não era necessário e se
deprimiu muito.
2) Monólogo do Bem
“As
coisas não são tão simples”, pensava naquela tarde o Bem, “como crêem algumas
crianças e a maioria dos adultos”.
“Todos
sabem que em certas ocasiões eu me oculto atrás do Mal, como quando adoeces e
não podes tomar um avião e o avião cai e não se salva nem Deus; e que às vezes
ocorre o contrário, o Mal se esconde atrás de mim, como aquele dia em que o
hipócrita Abel se deixou matar por seu irmão Caim para que este ficasse mal com
todo o mundo não podendo se retratar jamais”.
“As
coisas não são tão simples”.
3) O Paraíso Imperfeito
-
É certo – disse melancolicamente o homem, sem tirar a vista das chamas que ardiam
na lareira naquela noite de inverno -; no Paraíso há amigos, música, alguns
livros; o único mal de ir pro Céu é que de lá não se vê o céu.
(A Cigarra, 26.07.42
a.C)
Pedropiedra
– Inteligencia dormida (2009):
Perotá
Chingó – Ines
(2012):
4) A Ovelha Negra
Em
um país distante existiu faz anos uma Ovelha Negra.
Foi
fuzilada.
Um
século depois, o rebanho arrependido ergueu-lhe uma estátua equestre que caiu
muito bem no parque.
Assim,
na sequência, cada vez que apareciam ovelhas negras eram rapidamente passadas
nas armas para que as futuras gerações de ovelhas comuns e modernas pudessem
exercitar-se também na escultura.
5) A mosca que sonhava que
era uma águia
Era
uma vez uma mosca que todas as noites sonhava que era uma Águia e que se
encontrava voando pelos Alpes e pelos Andes.
Nos
primeiros momentos isto a deixava louca de felicidade; mas passado um tempo lhe
causava uma sensação de angústia, pois achava as asas demasiado grandes, o
corpo demasiado pesado, o bico demasiado duro e as garras demasiado fortes; bom
que todo esse grande aparato a impedia pousar à vontade sobre os ricos pastéis
ou sobre as imundícies humanas, assim como despertar a consciência batendo-se
contra os vidros de seu quarto.
Na
realidade não queria andar nas grandes alturas, ou nos espaços livres, nem
muito menos.
Mas
quando voltava a si lamentava com toda a alma não ser uma Águia para subir
montanhas, e se sentia muito triste por ser uma Mosca, e por isto voava tanto,
e estava tão inquieta, e dava tantas voltas, até que lentamente, à noite, voltava
a por a cabeça no travesseiro.
6) A
Barata Sonhadora
Era
uma vez uma Barata chamada Gregório Samsa que sonhava que era uma Barata
chamada Franz Kafka que sonhava que era um escritor que escrevia sobre um
empregado chamado Gregório Samsa que sonhava que era uma Barata.
(A Formiga, 26.07.201
d.C)
Quando acordou, o dinossauro não estava lá (7
O resto é
silêncio.
Ikira
Barú – El Reloj (2012):