Wilhelm
Busch, Juca e Chico, c. 1865
Em meio à Semana da Pátria, falemos das crianças – o futuro da Nação:
Sexta travessura
Chegou
a Semana Santa.
Há
tanta encomenda, tanta,
Que
andam todos ligeiros
Padeiros
e confeiteiros...
E o Juca e o Chico namoram
Os doces, e quase choram.
Mas, como entrar, se, matreiro,
Fechara a porta o padeiro?
Só há um meio. Qual é?
Entrar pela chaminé!
Tudo depende de jeito...
E pronto! Foi dito e feito!
Vêm os dois num trambolhão,
Mais pretos do que carvão.
Mas, paf! – ó sorte mesquinha!
Caem dentro da farinha.
E ei-los, dos pés ao nariz
Todos brancos como giz,
Atirando-se gulosos
Aos biscoitos saborosos.
Zás-trás! Parte-se a cadeira!
Vem a penca labareira,
Por cúmulo da desgraça,
Mergulhar dentro da massa!
Vejam só que cataplasmas!
Até parecem fantasmas!
E entra o padeiro... É agora!
Soou a última hora!
E, como por encanto
Transformam-se em pães, - enquanto
O diabo esfrega o olho, -
Um pimpolho e outro pimpolho.
Eia! Ao forno para assar!
Ninguém os pode salvar...
E aí estão os dois acabados,
Cheirosos, louros, tostados.
<< Era uma vez!
Afinal...>>
Dirão todos.- Porém, qual!
Rap...rap... Os dois diabinhos,
Como dois ratos daninhos,
Roem a casca do pão,
E safam-se da prisão.
Foi essa a sexta dos dois...
Houve outra logo depois:
(Tradução de Olavo Bilac)
Para
Mais Seis Travessuras de “Juca e Chico” clica aqui: Unicamp - História da Literatura Infantil
Quem foi Wilhelm Busch? Wilhelm
Busch (1832-1908) nasceu na Alemanha, tornando-se
cartunista de humor e um dos precursores das Histórias em Quadrinhos no século
XIX. Começou a publicar sua obra em 1859. Sua criação mais famosa foi a dupla
bagunceira Max und Moritz (Juca e
Chico no Brasil). Quantos Jucas e Chicos os professores não encaram diariamente nas salas de aula? Mas Jucas e Chicos
também não fomos nós, professores?
Nei
Lisboa – Telhados
de Paris (1988):
Bazar
Pamplona
– É tão
cafona o que eu sinto por você (2010):
Blake Mills – Hey
Lover (2012):
Ximena
Sariñana – Vidas Paralelas (2011):
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