Denize Domingos, A
lenda do Menino de Pedra, 2013
Gravataí – 250 anos de histórias
Parte
1
Por volta de 08 de abril de 1763 o Capitão Antônio Pinto
Carneiro chegou ao Vale do Rio Gravataí com cerca de 1000 índios guarani vindos
dos Sete Povos das Missões. Depois das Guerras Guaraníticas (1753-1756) em que
Sepé Tiaraju desafiou, junto de outros índios missioneiros e padres jesuítas, os
mandos e desmandos de Portugal e Espanha aqui no Sul, o Rio das Bromélias e o Morro
Itacolomy (autêntico Menino de Pedra) acolheram a uma gente cansada
de briga. Não demoraria muito e a Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos receberia também famílias
de açorianos; trabalhadores africanos escravizados - que aqui
ergueram os seus quilombos (do Paredão, Manuel Barbosa) para cultuarem orixás e
a Mama África; alemães, italianos, japoneses que vieram se
achegando de mansinho ao longo do tempo, misturando-se uns com os outros, não
sem conflitos, óbvio: homens e mulheres – como Gregória Rita Coelho de
Mendonça, bem provável, a 1ª professora pública do RS, crianças e
idosos.
Em
1809, a Aldeia dos Anjos, mas também dos carreteiros, dos matadouros de gado,
tambos de leite, do Passo das Canoas, dos Coronéis da Farinha virou distrito de
Porto Alegre, transformando-se no município de Gravataí só em 1880. Deste município nasceram
outros – Canoas (1939), Cachoeirinha (1966) e Glorinha (1988).
Porém, aquela velha amiga
marxista, que sempre faz questão de colaborar em minhas crônicas,
afirma que a rural Aldeia dos Anjos virou cidade mesmo somente entre os anos de
1968 e 1982 ao receber um Distrito
Industrial. Distrito este sucedido no ano 2000 pela inauguração de
uma montadora de automóveis multinacional com seu complexo industrial próprio.
Nesse
processo de modernização econômica surgiram os bairros operários (Moradas do Vale I,
II e III; COHAB´S A, B e C) assim como outros tantos bairros e
comunidades suburbanas na periferia da cidade – o “povo das paradas” (de ônibus).
Igualmente vieram os condomínios fechados e belos residenciais em que se dá oi,
chegando ou partindo, a um guarda na portaria. Parafraseando Marshall
McLuhan (1911-1980) minha amiga marxista também brinca: “na real,
continuamos uma aldeia. Só que agora global”!
(C.A. Albani da Silva, 08/04/2013)
Vivi Seixas – Geração da Luz (2013): Raul Seixas era baiano de Quemguenheim. Mas no lugar dos “Parabéns a Você” fica o testamento sonoro do Maluco Beleza para Gravataí.
Dirigíveis – Nos dias que passei
aqui (2011): Agora o Roque Enrow de Gravataí.
Frida – Eu mudei
(2012): Mais Roque Enrow de Gravataí.
Gravataí
– 250 anos de histórias
Parte
II
Borges Netto solicitou a minha opinião ao concluir um artigo sobre o
aniversário de Gravataí. Nervoso com tamanha responsabilidade, acabei em
profunda crise identitária. Tolhido de voz própria, me pus a imaginar então
como bons escritores encerrariam suas mensagens para este aniversário:
1. Gravataí por Italo Calvino
Conforme
vou escrevendo o passado e as ruas de Gravataí, dobrando a esquina das
memórias, ela, a cidade, me vai lendo e, às vezes, tal qual moça que, além de
bonita, inteligente é, vai decifrando-me.
2. Gravataí no Evangelho de São Mateus
Gravataí é
como a luz para o seu povo: quando a cidade brilha, todo o povo se ilumina.
Porém, se a cidade se obscurecer, o seu povo também ficará cheio de escuridão.
Sendo assim, se a cidade que está em você virar escuridão, como será terrível
essa cidade.
3. Gravataí por Millôr
Gravataí
não é Ipanema. Embora me fascinem as gravatas coloridas que por ela desfilam.
(C.A. Albani
da Silva, 03/04/2013)
Fernanda Estevão – Tiro ao Álvaro (2011): Cantora de GVI.
Goofy Blues – Depois
(Nossa história) (2011): Ainda o Roque Enrow do Vale...
Jack Lobbo e Seu Bando - Amigos Interplanetários (2012): ...e agora o Roque Enrow de Cachoeirinha
também!
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