Rosa Bonheur, Buffalo Bill, 1889
“Revolução, revolta ou um simples protesto precisam de líderes fortes. Acaba-se com o antigo regime - o
governante corrupto, o rei já sem poder; mas acaba-se também com os
“niveladores” e “escavadores” que propõem redistribuir a riqueza, mas pouco
fazem para isso, restritos a discursos ou ao enriquecimento pessoal. Ao
menos foi assim na minha República, entre 1649 e 1660, na Inglaterra. Tudo
começou quando o rei Carlos I quis enfiar goela abaixo o anglicanismo em terras
escocesas e presbiterianas. E eu fui o líder forte, o Lorde Protetor, vindo do
Exército a derrubar os conservadores, a eliminar os igualitários”.
(E-mail enviado por Oliver
Cromwell a Luís XIV então criança em 1650 mas já querendo mandar)
“Os motivos para uma revolta generalizada podem ser muitos: a falta de
diálogo; o excesso de diálogo; a fome e a seca; a falta de liberdade; o excesso
de liberdade; o desemprego e a inflação; mentiras repetidas que viram verdades;
verdades que de tão distorcidas voltam a ser translúcidas até ao mais cego
dos mortais; mulheres e livros; mas, sobretudo, a revolta parte de uma ideia ou
sentimento de que “morrer não é nada; não viver é que é horrível”!
(No tuítter de Jean Valjean com
dedicatória ao miserável Vitor Hugo em 1862)
Soul II Soul – Back to Life (1989):
Depeche Mode – Enjoy the silence (1990):
“O que faz um líder?
Lidera, oras. Mas como se lidera? De preferência protagonizando ações a partir do que
se conhece bem – como eu: filho e neto de marinheiros, naveguei mares e rios da
Europa e da América do Sul em nome de boas causas. Assim como, um líder começa liderando
seus amigos mais próximos - aqueles que comungam dos mesmos ideais ou apertos:
em meu caso, as ideias republicanas de Giuseppe
Mazzini e o exílio político
no Brasil em 1836. Mas acima de tudo, um líder não pode ser apenas
um guerreiro. Vejamos o caso de Davi Canabarro,
na Guerra dos Farrapos, que foi
talentoso em combate, mas arrogante e autoritário na paz após a conquista de
Laguna durante a República Juliana de 1839. Mas como dizia, a principal virtude
de um herói, ou melhor, líder (estou tentando ser modesto!), é não perder a
esperança! Quando meu lanchão,
Seival, naufragou na barra do rio Araranguá, na expedição a Santa Catarina,
com os farroupilhas, perdi meus maiores parceiros, brilhantes corsários: Carniglia, Starderini, Mutru –
morreram todos afogados. Perdi também a guerra, já que em Imbituba
os farrapos foram expulsos da província sitiada e voltaram ao Rio Grande do Sul
pra continuar sua luta regional, igualmente fracassada, contra o Império brasileiro. Mas eu,
particularmente, saí vitorioso de tudo isso: ganhei uma bela morena catarininha - Ana Maria
de Jesus Ribeiro, minha Anita Garibaldi.
Viveu tão pouco, a morena, mas tão intensamente... Lutando ao meu lado... Me
amando... Não me considere um individualista a pensar só em meu umbigo por
causa do amor! Entenda minha situação: já que dediquei minha vida a lutar pela
liberdade dos povos, por governos republicanos, nada mais justo do que a busca
e a conquista da felicidade pessoal. Um direito essencialmente moderno e que
deve ser garantido pelo Estado laico e democrático que ajudei a inventar.
(Escrito nas areias de
Marselha por um Garibaldi já meio caduco aos 75 anos de idade em 1882)
“O Garibaldi sempre foi um
exagerado”.
(SMS enviada em 2013 por Anita ao Albani após um cruzeiro pelo
Mediterrâneo com a amiga Angelina Jolie que a interpreta no longa “Dois Mundos,
Uma Heroína”)
“Para quem defende a ordem,
a desordem
sempre pode ser útil. O espírito carnavalesco, a anarquia cômica, o burlesco
são coisas que podem reforçar o senso comum e costumam agradar às massas,
acalmando-as mais até do que a porrada e o medo. Tinha isso em mente quando
criei meu espetáculo sobre o “Velho Oeste
Selvagem” em 1883 – renovava então a estética circense com suas
acrobacias (utilizando-me de cavaleiros e pistoleiros) assim como valendo-me de excentricidades para cativar o público: mulheres masculinizadas como Jane Calamidade; árabes, cossacos e
mongóis; e índios americanos como você, Touro Sentado
– diga-se de passagem você nunca viveu tão bem quanto nos anos de Wild West Show: longe das guerras por
terra contra o General Custer e sua
cavalaria, como lá em Little Big Horn,
ou melhor ainda do que agora nesta seita mística que entrastes e que prega o
extermínio do homem branco pelo próprio Cristo que voltará só não se sabe
quando. Essas paranoias místicas ainda serão o seu fim, Touro Sentado! Enquanto
você busca a salvação, índio velho, eu
colho os louros de ser o precursor dos programas debochados ou sensacionalistas
de auditório – que depois foram parar na TV: do Chacrinha ao Ratinho
chegando ao Pânico.
Sendo assim, líderes de verdade na história atual somente os empresários, os
empreendedores, que enriquecem e sabem ganhar no jogo da vida”.
(Mensagem telepática enviada por Buffalo Bil a Touro Sentado
depois que este mugiu e levantou em 1890)
Depeche Mode – Personal Jesus (1990):
Soul II Soul – Keep on movin´(1989):
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