terça-feira, 16 de julho de 2019

A VELHA CARA DO CARPE DIEM



A VELHA CARA DO CARPE DIEM

Meu amigo HORÁCIO (65 a 8 a.C.) não usa internet.
Mas ao ficar sabendo que uma bruxaria digital permite que as pessoas envelheçam a cara, ele cantou pra mim um velho poema que ele escreveu para uma musa chamada Leucônoe, que andava com a mesma mania lá na Roma Antiga. Do livro ODES I de 23 antes do Cristo:

Não interrogues, não é lícito saber a mim ou a ti
que fim os deuses darão, Leucônoe. Nem tentes
os cálculos babilônicos. Antes aceitar o que for,
quer muitos invernos nos conceda Júpiter, quer este último
apenas, que ora despedaça o mar Tirreno contra as pedras
vulcânicas. Sábia, decanta os vinhos, e para um breve espaço de tempo
poda a esperança longa. Enquanto conversamos terá fugido despeitada
a hora: colhe o dia, minimamente crédula no porvir.
(Tradução de Antônio Cícero)

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