segunda-feira, 29 de julho de 2019

AUDIÇÕES de FÉRIAS 2 & 3


AUDIÇÕES de FÉRIAS 3
LULA CÔRTES - Ao Vivo no Observa e Toca
Lula Côrtes foi o primeiro parceiro do famoso cantador surrealista do sertão paraibano, Zé Ramalho, quando os dois fizeram um álbum instrumental chamado Paêbiru, em 1975, todinho inspirado em desenhos pré-históricos da Pedra do Ingá, um sítio arqueológico da Paraíba.
Antes, ao lado do desenhista Laílson, e acompanhado de um tricórdio vindo do Marrocos, Lula já havia gravado o primeiro álbum independente da música brasileira, registro instrumental também: Satwa, onde misturou o nordeste com o oriente.
Pela fábrica Rozenblit, a Rosa de Sangue, uma grande gravadora pernambucana, de frevo e além, fundada em 1954, e engolida várias vezes por enchentes do rio Capibaribe, o mestre do udigrudi, ou seja, da cena underground, alternativa e autoral do Pernambuco, Lula gravou outros álbuns só lançados décadas depois de finalizados, inclusive lançados primeiro nos EUA e Europa...
Pintor surrealista, ele afirmou ter estudado três semanas na Espanha com Salvador Dalí, e sua guarda de guerreiros samurais.
Abaixo, Lula fala um pouco da sua vida de arte e anarquia e emenda quatro canções selvagens. Esses quatro poemas cantados são tipo que nem Baudelaire, só que invés de França, temos o Brasil tropical na mira do poeta.
A modernidade por aqui é ainda mais torta e grosseira, pois que colonizada. Nestas canções, a modernidade vem filtrada pelo lirismo de Lula, em busca de brechas, utopias individuais, contra o horror do poder, contra a ditadura do dinheiro, contra o fetiche das máquinas.
Vuuuush


AUDIÇÕES de FÉRIAS II
PLASTIC SODA
(Júpiter Apple, 1999)

Depois de bagunçar nossos ouvidos com as duas maiores bandas do rock gaúcho, TNT e Cascavelletes, Flávio Basso, o músico mais maluco de Porto Alegre, virou Júpiter Maçã e reinventou a cena musical independente com o álbum A SÉTIMA EFERVESCÊNCIA (1997).
Logo em seguida, ele viria com outro feito inédito: levar a delicadeza e a originalidade da BOSSA NOVA, a música brasileira mais tocada no mundo todo, para o universo da psicodelia, da contracultura, do experimentalismo roqueiro.
Beba essa soda plástica sonora, meu amigo, e descubra que nem a Bossa Nova é coisa de burguês e muito menos o Brasil é chato e ignorante como querem os bagaceiros fascistas verdeamarelos.
Vuuuush

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